Formação socioemocional do jovem é uma responsabilidade das faculdades. Ou encaram isso, ou elas não cumprirão seu papel
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Formação socioemocional do jovem é uma responsabilidade das faculdades. Ou encaram isso, ou elas não cumprirão seu papel

Por Alessandro Goulart e Vera Goulart

A pesquisa que realizamos para nossos mestrados com muitas empresas de tecnologia mostrou que o mercado acredita que as faculdades trabalham com conceitos ultrapassados e entregam profissionais defasados e com pouca profundidade. Mas a pesquisa apontou também que esse não é o maior problema. A principal questão não é a formação técnica. É a formação comportamental.

As empresas reclamam que a atual geração não tem responsabilidade, não tem resiliência, não sabe se comunicar e não possui postura adequada para várias situações.

E, por acreditarem que o jovem deveria trazer essa “formação” de casa, prontinha, jogam a responsabilidade desta “educação comportamental” para os pais. O problema é que os pais não têm sido eficientes nessa formação.

Então, quem deve assistir ao jovem nessa questão, já que ninguém se habilita? Não temos dúvida: a faculdade é o melhor lugar. Essa é uma responsabilidade que devemos assumir. Os pais, por mais dispostos que estejam, não necessariamente têm conhecimento suficiente para apoiar o jovem neste momento de transição da vida acadêmica para a profissional. E, se tiverem conhecimento, não têm nem isenção para tal missão.

O modelo atual das faculdades não contempla a formação socioemocional do aluno no momento mais difícil, onde ele tem que tomar decisões (sozinho) e enfrentar situações novas, por mais simples e corriqueiras que possam parecer.

O jovem se sente abandonado e sem saber que direção tomar. Sem suporte para questões básicas, que terão consequências para o resto da vida.

As empresas, por sua vez, em sua grande maioria, não sabem como lidar com essa lacuna e muitas acabam achando que o caminho é mudar o dresscode ou reformar o ambiente, deixando-o mais informal e com a cara da tal nova geração. E, definitivamente, isso é o que menos importa a esse jovem.

Então, quem ajudará os jovens nessa transição que talvez seja uma das mais difíceis da vida?  Quem dará suporte ao aluno para que quando chegue ao mercado de trabalho saiba encarar as expectativas sobre ele e lidar com frustrações, medos, ansiedades e decepções?

As instituições de ensino superior precisam assumir esse papel o quanto antes. Devemos chamar a responsabilidade para nós e ajudar os jovens a lidarem com suas emoções e, desse modo, estarem preparados socialmente para entregar o que se espera dele. Só assim os jovens serão verdadeiros gestores de suas vidas e suas carreiras.

Gisele Botelho 🇧🇷

Consultora de Agilidade Organizacional 🌀| Enterprise Agile Coach | Trainer | Educação Corporativa | Visual Thinking ✍🏻

5 a

Gosto bastante do modelo de atuação da BandTec, que se preocupa com o desenvolvimento comportamental dos alunos! Vejo que as empresas devem continuar esta jornada, dando todo apoio necessário e contribuindo com sucesso e felicidade profissional.

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