Fortalecimento da saúde mental feminina: o melhor caminho para liderança
Em entrevista a cantora e atriz Jennifer López, contou que apesar de todo sucesso que tem feito sente que não é boa no que faz. Esse tipo de comentário pode parecer um gesto de humildade, mas também pode balizar algo mais complexo: insegurança, baixa autoestima, autocrítica excessiva.
Pessoas que manifestam que não se sentem “boas o suficiente”, que odeiam cometer erros ou que atribuem suas conquistas a fatores externos como acaso ou sorte, podem estar padecendo da síndrome da impostora.
A síndrome da impostora é uma desordem psicológica que, apesar de não ser classificada como doença mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é bastante estudada.
Esse fenômeno corresponde a uma percepção errônea de si mesma, a pessoa se considera menos capaz do que realmente é, ou pensa que seu desempenho é menor que dos demais, gerando uma necessidade de trabalhar mais e melhor em busca de aprovação e reconhecimento.
Sofre por ter a sensação irrealista de que as suas próprias qualidades estão sendo superestimadas pelos outros e que a qualquer momento vão descobrir que tudo não passa de uma fraude. Desta forma, quem é atingido pela síndrome tem a sensação de não ser merecedor do sucesso.
As mulheres por terem entrado mais tarde no mercado de trabalho e lidarem até os dias de hoje com visíveis desigualdades, são mais acometidas por esse mal, elas sentem-se inseguranças e angustiadas com seus avanços na carreira, mesmo os desejando.
A consequência disso é tentarem compensar com mais dedicação e mais afazeres que tomam para si, consequentemente mais horas de trabalho. Quando sua carreira efetivamente dá certo, a tendência é atribuir o resultado positivo a algo externo, tirando de si mesmas o merecimento, ou seja, se autossabotando.
De acordo com Matos (2014), a Síndrome da Impostora se relaciona com vários preconceitos, como os de gênero e o racial. Ela afirma que grupos minoritários são frequentemente associados a estereótipos negativos, e quando a mulher é negra, a probabilidade de vivenciar a síndrome da impostora aumenta ainda mais. A cada dia mais empresas estão se esforçando para gerar vagas para pessoas negras, nesse contexto emerge a questão do esforço superficial para incluir minorias ao ambiente de trabalho (tokenismo).
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Esse fator pode gerar na pessoa questionamentos como: Estou aqui porque sou capaz ou apenas para preencher a cota? Esse tipo de pensamento automático fortalece a crença de incapacidade recorrente na síndrome da impostora.
A forma mais efetiva para lidar com essa situação é reconhecer que os preconceitos acontecem, ainda hoje, em todas as esferas, inclusive dentro dos locais de trabalho. É crucial contratar mais mulheres negras, implementando programas de treinamento de liderança e oferecendo apoio real à saúde mental.
A Terapia Cognitiva Comportamental utiliza muitas técnicas para identificar quais são as crenças do paciente. Crenças são certezas que temos a respeito de nós mesmos, sobre os outros e sobre o futuro que vêm dos feedbacks recebidos na nossa infância e adolescência a partir das experiências de vida de cada um.
Ao identificar aquelas crenças que limitantes, ou seja, que diminuem as possibilidades, o poder de transformação, e impedem de obter melhores resultados, promovemos uma reestruturação cognitiva, questionando aquilo em que a pessoa acredita para que ela própria entenda que não é real. Devemos propor que o paciente pense em conclusões alternativas, interpretando de outra forma os fatos ao seu redor.
Uma conclusão importante para se chegar com o paciente, é que errar, ou fracassar não o faz uma fraude. Fracassar, errar e às vezes perder são situações que acontecem e devem ser encaradas como aprendizado. Errar não define ninguém, o que a pessoa vai fazer com isso sim. Use o erro para amadurecimento e impulsionamento para crescer.
Esse conteúdo foi desenvolvido pela psicóloga Janice Veleda (07/24454) que atua pela Psicologia Viva 💜
Referências: