FOSTE SEMPRE SOL DE POUCA MONTA
Nada te prende a nada
Nada a não ser o local onde nasceste
E o ditirambo dos fins
Nada te prende a nada
Daí a revistação da cidade plúmbea e átona
Com os pombos e as moscas voltejando vísceras
As docas estagnadas
E a eternidade daquele rio sujo e excelso
Nada te prende a nada
Foste sempre sol de pouca monta
Troçavam da desolação em que vivias
Bem como das últimas facas e das rimas
E a morte na sua imperícia já aí se impõe
Num menear aceso
Beleza incontida tão repentina e suave
Como vítrea
Balandrau apoucado dos parcos e dos simples