FOSTE SEMPRE SOL DE POUCA MONTA


Nada te prende a nada

Nada a não ser o local onde nasceste

E o ditirambo dos fins

Nada te prende a nada

Daí a revistação da cidade plúmbea e átona

Com os pombos e as moscas voltejando vísceras

 As docas estagnadas

E a eternidade daquele rio sujo e excelso

Nada te prende a nada

Foste sempre sol de pouca monta

Troçavam da desolação em que vivias

Bem como das últimas facas e das rimas

E a morte na sua imperícia já aí se impõe

Num menear aceso

Beleza incontida tão repentina e suave

Como vítrea

Balandrau apoucado dos parcos e dos simples

 

 

#ceciliabarreira

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