Foz do Douro
Como portuense de gema, nascida e criada, não posso deixar de falar da zona ocidental da cidade, a foz do douro, conhecida por ser uma zona muito bonita. Local privilegiado onde o rio se reúne ao oceano, com o seu passeio marítimo orlado de belas moradias, bonitas e modernas esplanadas, que mercê do nosso clima, funcionam durante a maior parte do tempo, bares e jardins, sendo um local movimentado dia e noite.
Tem sido retratada em muitas obras de artistas ao longo do tempo, e está classificada como património natural municipal pelo seu complexo metamórfico, sendo criado em 2005 o passeio geológico da foz do douro como maneira de preservar e divulgar este conjunto de rochas de enorme valor científico e pedagógico.
Do seu património arquitetónico, realço a capela-farol de s. miguel-o-anjo, situada na cantareira, que funcionou como um farol primitivo, classificado como imóvel de interesse público,e cais do marégrafo, que, como indica o nome, é um instrumento destinado a verificar o fluxo e intensidade das marés. Quanto ao lugar onde estaria situada a luz do farol, o edifício não mostra o mais leve sinal; segundo alguns, era no interior da torre, em frente à vidraça da janela da parede oeste, hoje tapada pelo edifício da guarda fiscal, que estava posta a candeia que alumiava o farol.
O forte de são joão batista foi o primeiro edifício puramente renascentista em Portugal, com uma torre quadrangular em cantaria de granito encimada por uma cúpula de tijolo com oito gomos que formam uma pequena abóbada caiada de branco com uma grade de ferro, que substitui a balaustrada primitiva e que se apoia numa cornija lavrada. No início do séc. XIX durante a guerra peninsular a 6 de Junho de 1808, as suas instalações foram ocupadas e, na madrugada seguinte, foi hasteada no seu mastro a bandeira das quinas, primeiro ato de reação portuguesa contra a ocupação das tropas napoleónicas. No século XX foi residência da poetisa florbela espanca, esposa de um dos oficiais da guarnição.
A igreja matriz da foz do douro, surgiu no final do segundo quartel do século XVII, em consequência das obras efetuadas no forte de são joão da foz, que alteraram o normal funcionamento da igreja matriz situada no seu interior, seis capelas colaterais e capela-mor, todas com retábulos de talha dourada. Na fachada, o portal emoldurado e rematado por frontão circular interrompido é encimado por um nicho onde se exibe a imagem de são joão batista. Nos nichos laterais figuraram, outrora, as imagens de são bento e santa escolástica. O alçado termina em frontão circular e cruz de pedra, ladeado pelas torres sineiras.
foz do douro, tão visitada por mim, onde vou amiúde retemperar as minhas energias e lavar a alma.