Fronteiras: do contrabando à função social
Não existem estatísticas oficiais. O governo federal tentou por mais de uma dezena de vezes quantificar o tamanho da crise mas não conseguiu. O que se sabe até agora é que mais de 20 mil venezuelanos estão refugiados no Brasil. Estão em Roraima, Estado que faz divisa com o país de Nicolás Maduro.
- 480 alunos estão em salas de aulas com professores que não se comunicam em espanhol e nem eles em português e
- Mais de 8 mil atendimentos já foram realizados na saúde, sendo que o reembolso do SUS ao município de Boa Vista não ocorrerá, porque os refugiados não possuem registro válido para o sistema.
Enfrentamos um novo limite da fronteira. O limite social.
Até então, discutíamos apenas o aspecto das fronteiras sobre o livre trânsito de drogas e armas. Agora, uma nova discussão toma a frente.
Em 2018 teremos eleições e no debate a questão será abordada. Será que algum candidato se atentará a riqueza do capital humano? Da função social dessa limitação geográfica? Discutirão os desafios continentais que temos nos 8.511.966 km2 de fronteiras? Ou ficaremos mais uma vez, refém de uma pauta publicitária?
Agora sabemos que a fronteira é além de uma área cinzenta do transporte da insegurança é também um lugar pra recomeçar.
Que o Brasil se reencontre, porque a América Latina precisa desse país forte de novo.
EBERTON BARROS é especialista em opinião e inteligência de mercado. Consultor de Marketing. Escreve regularmente sobre política, economia e comportamento dos consumidores.