As fronteiras entre vida pessoal e trabalho não existem mais?
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As fronteiras entre vida pessoal e trabalho não existem mais?

33 milhões de brasileiros sofrem com a síndrome de Burnout. Não sou eu que estou falando, mas os dados da Organização Mundial da Saúde. Outros milhões de brasileiros estão frustrados, cansados, depressivos e ansiosos. Já fui um deles. Tenho alunos que estão nesse grupo. Muitas vezes, isso pode acontecer porque as fronteiras entre vida e trabalho não existem mais. O que estimula isso varia muito de caso para caso: tem quem esteja sobrecarregado, tem quem se sobrecarrega, tem quem não sabe os limites entre vida e trabalho, tem quem burla o próprio sistema de organização, tem quem se sente pressionado, tem quem se sente cobrado ou em dívida com os outros… Não existem culpados nessa história. Entenda que a nossa sociedade foi pautada com o pensamento: trabalhe, trabalhe, trabalhe.

Transformar essa crença é um processo. Estamos aprendendo, de tanto ficarmos doentes, que trabalho é apenas uma parte de quem somos. Mas vida, para existir, precisa de tempo, precisa de contemplação, precisa de pausas.... seja para fazer outras atividades, seja para não fazer nada. Isso é possível quando a gente aprende a se organizar. Porque, acredite: não existe sistema de organização sem paz. Para alcançar essa paz, muitas vezes, é preciso desacelerar.

Eu, Gabriela, já tive Burnout, depressão e crises de ansiedade. Demorei para entender como a minha rotina – aquela que eu mesma me permiti ter – afetava minha vida. Mas entendi que eu também podia me permitir mudar. Comecei essa jornada há quase sete anos. E aqui me encontro: aprendendo um pouco a cada dia, compartilhando o que vivi e estudei com meus alunos, e no status VIVENDO e não apenas sobrevivendo. É uma escolha. E você também pode escolher. Já pensou nisso?

#organizacaohumanizada #organizacaopessoal #jornadadeorganizacao #conexaoessencial

Patrícia Portugal

Associate, Client Services - Energy, Climate and Resources na Eurasia Group

4 a

Estamos vivendo tempos em que as pessoas que buscam e que conseguem equilíbrio entre trabalho e vida pessoal são mal vistas. Todo mundo tem de ser como os go-getters, workaholics e overachievers que vemos nos filmes, correndo pelas ruas de Nova York. Todo mundo tem de estar com a agenda cheia pelo menos 18 horas por dia. Ainda mais com a pandemia, ao trabalho, remoto ou não, foram acrescentados os serviços domésticos, a programação dos filhos que ficaram em casa e toda ansiedade da incerteza sobre o futuro. Esse equilíbrio é uma necessidade e não luxo ou prova de que a pessoa não é ambiciosa. É possível com gerenciamento de tempo e respeitando limites de cada um.

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