Futuros (im) previsíveis, um resumo do TEDxSenai em Cuiabá

Futuros (im) previsíveis, um resumo do TEDxSenai em Cuiabá

Sábado (05/12) tive a grata oportunidade de assistir pessoalmente, pela terceira vez, um TEDxSenai em Cuiabá-MT – mesmo em tempo de pandemia, mas com todos os cuidados exigidos pelos órgãos oficiais de saúde. Aliás, parabéns aos organizadores que executaram super bem este novo dever de casa.

Antes desse tipo de evento vir para Cuiabá, só assistia as apresentações inspiradoras pela internet e achava que demoraria anos para conseguir ver de perto um TEDx em nosso centrão do país.

Graças aos avanços da tecnologia, da comunicação e a visão inovadora das pessoas, a distância da nossa capital vem diminuindo cada vez mais – não apenas em logística, mas, principalmente, do ponto de vista do acesso aos novos conhecimentos.

O tema do TEDx deste ano não podia ser diferente:

"Spoilers de futuros (im) previsíveis”.

Eu, mais focada em sobreviver no presente e com um pé lá no passado, nunca imaginei que precisaria estudar e aprender tanto sobre o futuro.

Gostei muito do que foi apresentado e resolvi compartilhar aqui alguns insights dos palestrantes que mais chamaram minha atenção:

Educação e Cultura

A pandemia forçou pais, professores e gestores a repensarem os modelos atuais de educação. Entretanto, sabemos que, infelizmente, muitas escolas e famílias ainda estão de fora dessa percepção, das possibilidades e do compromisso com essa nova realidade que não tem mais volta. Isso vale tanto para escolas públicas quanto particulares.

“Se as escolas não mudarem os métodos, entrarão em colapso”,
recado da jovem fundadora da Edtech Meetup de Brasília, Nathalia Kelday.

Fiquei muito entusiasmada com a palestra da Nathalia Kelday, considerada uma incentivadora dessa nova economia educacional. Ela apresentou uma experiência prática que utilizou na escola Moraes Rêgo, de Brasília, envolvendo pais, alunos e professores.

Juntos, eles enfrentaram o medo (um dos principais motivos que trava professores e gestores da educação) e integraram a tecnologia no processo de aprendizado de uma forma diferenciada, utilizando jogos e até gincanas eletrônicas.

“A hierarquia do conhecimento foi rompida. As crianças têm um conhecimento que os adultos não têm”, enfatizou. A palestra evidenciou para mim a necessidade cada vez mais urgente de as escolas e os pais aprenderem a escutar as ideias das crianças. Elas também têm respostas para a aprendizagem. Como mãe, foi importante ver que existem possibilidades e que eu quero e posso contribuir.

Ainda no assunto educação, a futurista e diretora da Teach The Future para a América Latina, pioneira em Futurismo no Brasil, Rosa Alegria, explicou sobre essa ciência que estuda as mudanças para criar um futuro desejável. Alertou para a necessidade de nos acostumarmos com o alto nível de incertezas e auxiliar os jovens a saberem lidar com elas.

Recado da Rosa Alegria:

“Precisamos perguntar mais para as crianças sobre como elas veem o futuro”.

Novamente a dica para apurar nosso olhar na criançada e parar de só pensar e viver como se não tivéssemos a responsabilidade de deixar um “rastro” saudável na história da humanidade. Educar para o futuro, como ela disse, é tão importante quanto estudar a história. É o que a especialista tem feito.

Negócios e tecnologia

A pandemia escancarou para nós que sempre (absolutamente sempre) as soluções, transformações e mudanças acontecerão de pessoas para pessoas, mesmo com as tecnologias aí disponíveis.

O setor de saúde foi um exemplo disso. Deu um salto gigantesco na busca por soluções e as iniciativas partiram de onde? De pessoas para pessoas que, obviamente, utilizaram a tecnologia para melhorar os resultados. Continuamos essenciais sim! E este foi um panorama muito bem apresentado pelo especialista em Inovação e Negócios, Arthur Igreja.

Segundo ele, esse mundo que estamos vivendo já existia, as tecnologias já estavam todas aí:

“A novidade foi a pandemia”.

Exemplos simples e práticos que estavam bem ao nosso alcance: o ensino à distância e as ferramentas para reuniões on-lines.

A tecnologia continuará sendo uma grande parceira. Salvou vários tipos de negócios e também criou outros. Como ele bem lembrou, quebrou barreiras na telemedicina, no e-commerce e no e-service – este último cresceu substancialmente.

O alerta do Arthur e que corrobora com meu pensamento foi: precisamos pensar na inclusão dos idosos. A pandemia revelou que a diferenciação das gerações (X, Y e Z) não combina mais. Todos estão vivenciando a mesma experiência.

O que mais me deixou animada do spoiler do Arthur foi saber que NUNCA vamos conseguir viver 100% online. Estamos cansados, saturados e sentimos falta do presencial. Sem falar que, como ele bem lembrou, são nas conversas informais e presenciais que a inovação acontece.

“Mente calma e tranquila gera novas ideias”.
#ficaadica

Ao final, Martha Gabriel, referência na América Latina nas áreas de negócios, tendências e inovação, com um currículo tão extenso que teria que escrever outro artigo só para apresentá-la, falou sobre as tendências para que os profissionais correspondam às mudanças que já estão aí: ter pensamento crítico, ser um cético amável, ter repertório e entender de lógica, argumentação e retórica. Ufa!

Só para encerrar, a pesquisadora de Pós Humanismo e Foresight Estratégico, Jaqueline Wigel, me ajudou a lembrar com toda sua elegância e sensibilidade que existe, sim, "beleza nas incertezas".

Super obrigada!

Catarina Tardin

Especialista em vendas B2B e gestão de grandes contas | Coordenadora de crescimento estratégico e vendas | Varejo | KPIs | Omnichannel | Trabalho com foco em resultados e faturamento

4 a

Muito bom! Valeu por compartilhar (;

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Camila Tardin

  • Empreender é (também) uma oportunidade de se conhecer

    Empreender é (também) uma oportunidade de se conhecer

    Longe de mim achar que todo mundo tem que empreender um dia. Ninguém "tem que" nada.

    23 comentários
  • O vento e o silêncio

    O vento e o silêncio

    No último fim de semana o vento entrou na minha casa com uma constância rara para nossa calorenta Cuiabá. Minha sorte é…

    2 comentários
  • A procura da nossa turma

    A procura da nossa turma

    Em todo filme a que assisto e livro que leio, busco nos personagens algo com que eu me identifique. Pode ser a…

  • A ânsia do propósito

    A ânsia do propósito

    De todas as palavras que fazem parte do meu vocabulário, de tudo o que já li, leio, escutei e escuto, o propósito nunca…

    7 comentários

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos