Estrutura Enxuta

Estrutura Enxuta

Este é um dos mais fortes redutores de desempenho das empresas. E trabalha em silêncio e diluído nos processos funcionais. De tal forma que dificulta sua identificação e combate. Gente sobrando se mistura aos demais e fica invisível aos olhos nus de gestão.

Muitos acham que gente sobrando é apenas uma questão de custo, que, se puder ser suportado pelo orçamento, é benigno e não faz mal. Se mantém como sobra, e pode fazer as vezes de um coringa, recebendo as mais variadas tarefas.

Ledo engano.

Em geral, gente que sobra é fruto de resposta fraca às demandas que lhe foram confiadas, e que têm seu campo de atuação reduzido e relegado a tarefas auxiliares.

Gente sobrando ocupa espaço que poderia ser preenchido pelas pessoas eficazes, com a competência e experiência adequadas a cada tarefa. E que se motivariam por ampliar seu espectro qualitativo e quantitativo de atuação. Enquanto proporcionam desempenho à empresa. Ao contrário, a existência de gente sobrando pode provocar acomodações das pessoas eficazes, por receio de tocar uma barreira política.

Gente sobrando demanda atenção, demanda revisão e correção, consome tempo dos outros. Sofre com a posição sem importância, ou se acomoda a ela por medo, enquanto desperdiça a chance de construir de fato uma carreira onde suas habilidades lhe colocariam em posição de destaque.

Gente sobrando influencia negativamente o ambiente emocional, colocando no ar uma energia perdedora. Ou, pior, impondo aos demais toques de agressividade para camuflar suas fraquezas funcionais.

Gente sobrando geralmente ocupa posições sem definição objetiva de tarefas, colocadas à disposição para auxiliar as demais posições, detentoras de melhor definição de escopo. Não conseguem atingir o senso de pertencimento ou propriedade, o que funciona como um redutor de energia, de motivação e, no final, de desempenho. Não desempenha, e impede que outros o façam.

Gente sobrando geralmente vem de contratações equivocadas, em que o custo do profissional adequado foi negado e substituído por alguém mais em conta, na ilusão de que ainda assim resolveria a necessidade. E, muitas vezes, gente sobrando gera a necessidade de mais gente sobrando, porque a necessidade persiste.

Gente sobrando inspira compaixão, e causa constrangimento em seu redor, forçando a diminuição do toque de atividade e resultados, para não sacrificá-la.

Gente sobrando é infeliz. Gente sobrando merece ser orientada para buscar seu lugar apropriado no universo das empresas. Mantê-las como gente sobrando não é uma bondade, é uma maldade. Com ela, com a empresa, e com os demais.

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