A Geração Z no Trabalho: Desafios de Gestão e o Encontro com os Millennials

A Geração Z no Trabalho: Desafios de Gestão e o Encontro com os Millennials

Nos últimos tempos, tenho observado com bastante atenção a entrada da Geração Z no mercado de trabalho. Eles são jovens talentosos, nascidos entre 1995 e 2010, que cresceram em um mundo digitalizado e hiperconectado. Mas essa mesma vivência que trouxe grandes habilidades tecnológicas e rapidez de raciocínio também tem gerado desafios no ambiente corporativo, especialmente no que diz respeito à inteligência emocional. Como empresário e gestor, tenho notado e enorme oportunidade em trabalhar em conjunto com estes jovens, o desenvolvimento de uma maturidade emocional, sobretudo com vivências práticas.

Quando falo de inteligência emocional, refiro-me à habilidade de reconhecer, compreender e administrar as próprias emoções, além de saber lidar com as emoções dos outros. No ambiente de trabalho, essa competência é fundamental, e percebo a grande chance de agregar este valor aos jovens da Geração Z , lidando com frustrações, cobranças e situações de pressão. Eles cresceram em um mundo onde as respostas são instantâneas, onde a comunicação é feita em um clique e onde o imediatismo prevalece. Isso cria uma expectativa, muitas vezes irreal, de que os problemas no ambiente corporativo se resolvem na mesma velocidade.

O Desafio de Gerir a Geração Z

Um dos grandes desafios que vejo na gestão dessa geração é lidar com a expectativa de resultados rápidos. A Geração Z quer respostas e soluções quase imediatas, e quando isso não acontece, a frustração aparece rapidamente. Esse comportamento pode levar a uma falta de resiliência e paciência para lidar com processos mais longos e situações que exigem uma visão de longo prazo. Como gestor, acredito que precisamos trabalhar para desenvolver essa paciência e mostrar que nem tudo acontece na velocidade que a tecnologia impõe.

Outro ponto importante é a busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A Geração Z valoriza, e com razão, a qualidade de vida e a flexibilidade. Porém, muitas vezes essa busca entra em conflito com a realidade do ambiente de trabalho, que exige comprometimento e, em certas fases, dedicação intensa. É aqui que o gestor precisa equilibrar as expectativas: ao mesmo tempo em que devemos respeitar essa necessidade de equilíbrio, também precisamos orientar e mostrar que o sucesso e o crescimento profissional requerem sacrifícios, especialmente em momentos de maior demanda.

O Encontro com os Millennials

Além desses desafios, há uma questão geracional interessante que vem ocorrendo no ambiente de trabalho: o encontro entre a Geração Z e os Millennials, aqueles nascidos entre 1980 e 1994, que hoje ocupam muitos cargos de liderança. Os Millennials, que também enfrentaram grandes desafios econômicos e sociais no início de suas carreiras, têm uma visão de trabalho moldada pela resiliência e pela necessidade de se adaptar às mudanças.

Essa diferença de perspectiva entre as gerações pode gerar alguns atritos, principalmente no que diz respeito à comunicação. A Geração Z é direta e objetiva, acostumada a conversas rápidas, muitas vezes digitais. Já os Millennials, com uma cultura mais estruturada de feedback e desenvolvimento, valorizam uma comunicação mais detalhada e pessoal. Como gestor, percebo que o segredo para minimizar esses conflitos está na inteligência emocional – tanto dos líderes quanto dos novos profissionais.

Inteligência Emocional: A Chave para a Integração

Para mim, a inteligência emocional é o grande diferencial quando falamos de gestão intergeracional. Desenvolver essa habilidade, tanto nos gestores quanto nos colaboradores, é essencial para criar um ambiente de trabalho mais harmônico e produtivo. A Geração Z pode aprender muito com os Millennials sobre resiliência, paciência e comprometimento de longo prazo. Por outro lado, os Millennials podem se inspirar na energia, criatividade e agilidade que a Geração Z traz para o mercado.

Treinamentos focados em inteligência emocional, promovendo a empatia e a comunicação aberta, são fundamentais para construir essa ponte entre as gerações. Incentivar o diálogo, promover a troca de experiências e valorizar as contribuições únicas de cada geração pode transformar potenciais conflitos em oportunidades de crescimento.


Como empresário e gestor, vejo a diversidade geracional como uma grande oportunidade para as empresas. A entrada da Geração Z no mercado de trabalho traz novos desafios, sem dúvida, mas também apresenta a chance de evoluirmos enquanto gestores. A inteligência emocional, aliada a uma boa comunicação e ao respeito pelas diferenças, será o diferencial para liderar equipes de maneira eficiente e preparar nossas empresas para o futuro.

Essa é a minha visão: integrar o melhor de cada geração e criar um ambiente em que todos possam contribuir com suas melhores qualidades. A diversidade, quando bem gerida, é uma força poderosa. E o papel da liderança é garantir que essa força seja direcionada para o sucesso de todos.

Aline Mantovan

Sócia e Líder de Marketing na KAT Investimentos

3 m

Ótimo conteúdo! Eu como Millennial me encontro agora com a geração que ingressa no mercado com desafios novos … é muito importante ler artigos assim que nos orientam nessa gestão!

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