A Gestão Ágil (Descomplicada?)

Tem muita gente que gosta de complicar esse negócio...

O que um dia nasceu para ser algo mais enxuto, simples e "ágil" tem se tornado cada vez mais um emaranhado de técnicas e métodos que: por vezes se complementam, por vezes se contradizem e, no final, mais complicam do que ajudam.

Até a imagem que vou mostrar abaixo, por mais que tenha tentado simplificar, pode parecer complicada à primeira vista.

Mas acredite em mim, eu tentei resumir aqui o que tem mais simples e eficaz neste universo de Gestão Ágil. Aquilo que eu pessoalmente uso em meus projetos e ensino para meus alunos.

Bora tentar simplificar isso...

Está é uma sugestão de frameworks para Gestão Ágil. Não quer dizer que é a solução definitiva, nem que é a única forma.

É simplesmente a forma como eu, depois de muita experimentação prática, gosto fazer.

É usando este framework de gestão que tenho conseguido fazer minha empresa crescer uma média 90% ao ano, nos último 4 anos!

Segue abaixo a explicação:

Vou explicar de baixo pra cima para ficar mais fácil o entendimento

- São 3 grandes camadas, onde a base de tudo é Antifragilidade.

Eu sou um leitor assíduo de Nassim Taleb (autor de alguns livros já clássicos como: A lógica do Cisne Negro, Antifrágil e Arriscando a Própria Pele)

E Antifrágil é um livro de mais de 600 página que, acredite se quiser, já li 3 vezes, e ainda o consulto o tempo todo (além de ajudar nos negócios, é um verdadeiro manual para a vida).

Por isso o conceito de antifragilidade é a base de toda a minha gestão (antifrágil é o contrário de frágil... é tudo aquilo que se beneficia com o caos).

(Depois prometo que escrevo um outro artigo para explicar um pouco mais sobre antifragilidade e como podemos usar isso para nos beneficiar dos eventos aleatórios e mudanças constantes do ambiente corporativo)

Mas enfim, entendo que é necessário construir um ambiente Antifrágil, que se beneficia com o Caos, para que se possa equilibrar os riscos de inovação (que são extritmente necessários hoje em dia).

Como construir um ambiente antifrágil?

Para isso funcionar você precisa distribuir o trabalho/projetos/operações de tal forma que:

1. Tipo 1 (seguro): A maior parte do trabalho/projeto/operação deve ser feita de forma "segura" ou "conhecida", com baixo ou menor risco de falha possível.
2. Tipo 2 (inovador): Uma minoria deve ser feita de forma mais inovadora que puder, com alto risco de falha

Isso se chama estratégia Barbell (prometo explicar isso no artigo sobre antifragilidade)

Mas o grande ponto aqui é o seguinte:

• Os projetos de tipo 1 vão garantir que a operação da empresa não vá falir (uma vez que são de baixo risco), mas dificilmente a empresa/equipe/operação crescer muito ou obter grandes saltos de produtividade.
• Já nos projetos de tipo 2, a grande maioria vai dar errado, vai falhar ou não dar em nada. Mas, UM ÚNICO acerto aqui, pode pagar por todas as falhas e ainda colocar sua empresa/equipe/operação em OUTRO PATAMAR

Isso é só uma pequena parte de como o conceito de antifragilidade pode ajudar a nortear as decisões estratégicas de uma empresa (prometo falar mais disso outra hora).

Falou tudo da camada menor do desenho, e as outras?

As outras são mais simples :)

Na camada de Inovação, a principal ferramenta é o Design Thinking.

O pensamento de design para promover inovação consiste, a grosso modo, basicamente em: Divergir (encontrar várias soluções possível) e Convergir (Decidir e focar no que faz mais sentido)

Existem diversas técnicas de Design Thinking pra fazer isso.

Eu gosto de usar as técnicas mais conhecidas dependendo do contexto (Business Model Canvas, Design Sprint, Técnicas de Inception, etc).

E cadê o Ágil Denisson?

Calma que a gente chega lá :)

Na camada de Estratégia e Execução, é onde a cultura Lean sustenta os métodos ágeis (todos mencionados aqui são enxutos, desenhados para evitar desperdícios e focar no que realmente importa).

As metas e o plano estratégico da organização são estabelecidas usando OKR, desdobrando suas iniciativas para execuçao através de Scrum (escalado ou não) ou Kanban

Tanto OKR quando Scrum e Kanban oferecem a flexibilidade necessária para que uma empresa consiga mudar e corrigir a rota quando necessários (pois visualiza-se o longo prazo mas planeja-se somente o curso prazo).

Sem isso, o conceito de Build-Measure-Learn da Lean Startup não funcionaria.

Enfim, esse é só um sumário das técnicas que uso.

Isso significa que uma empresa tem que ter tudo isso? NAO

Significa que DEVE ser assim? NAO

Mas é um ponto de partida pra quem quiser se especializar nisso tudo e realmente fazer diferença no mercado.

Se fosse um profissional iniciando hoje, seria nisso tudo aqui que eu me especializaria :)

Um abraço e seja ágil!

Disclaimer para os puristas teóricos: Este desenho é apenas uma representação didática (sim, o Lean pode ser considerado parte da cultura de gestão, existem outras inter-conexões não representadas aí... mas nada disso inviabiliza a essência do que quero passar)