Gestão da transformação data-driven
A ruptura que a tecnologia da informação está causando nos modelos de negócios, e no trabalho dos profissionais, está afetando todos os padrões de gestão pré-concebidos. Para se adaptar à essa mudança, estruturaras organizacionais estão sendo reconfiguradas, as habilidades das lideranças estão sendo revisadas e as competências operacionais do dia-a-dia do negócio estão sofrendo atualizações, quase que instantaneamente.
Os últimos anos participando desses ambientes de mudanças contínuas, acompanhei modificações de framework organizacionais, adoção de novos métodos, melhorias nas práticas data-driven, e até a instauração de uma nova cultura onde os dados são a principal matéria-prima, mas não necessariamente o recurso chave que garante o sucesso dessa transformação.
É preciso modificar os Processos para serem mais analíticos, preparar as Pessoas para serem orientadas por dados, criar Políticas de governança para dar suporte à mudança e, obviamente dar suporte Técnico para todo esse movimento. Uma Gestão Analítica que se baseia nesses 4 pilares, 3P1T, algo que pode ajudar na estruturação e funcionar como um mecanismo de sustentação desse movimento cultural.
Acompanhando lideranças de negócios, de tecnologia e de dados nessa trajetória, com o apoio dos especialistas do @CappraLab e pesquisadores do @Cappra.Institute, tive a oportunidade de muitas vezes ocupar o papel de conselheiro direto dessa transformação nas organizações, convivendo diariamente com casos, sejam eles de sucesso ou fracasso. Para me manter constantemente atualizado sobre tudo aquilo que acontece no setor, recebo de forma sistematizada do nosso time pesquisa materiais de apoio, são notícias, artigos, referências, análises e depoimentos, sobre o processo de mudança, algo que obviamente enriquecemos como debates sobre aqueles casos que mais chamam nossa atenção.
Nessa newsletter vou navegar e opinar sobre fragmentos desse processo de evolução da gestão analítica utilizando casos reais do mercado, serão artigos quinzenais onde, de forma objetiva, vou citar uma determinada referência e rapidamente comentar algum aprendizado que já tivemos sobre aquilo. Assim, além de analisar esses casos, também vou manter um breve registro de aprendizados sobre essa transformação que está acontecendo nos negócios, por esse motivo a criação aqui no Linkedin, para ao compartilhar, também conhecer a opinião de outras pessoas.
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Se você procura algo mais detalhado sobre cultura analítica para negócios, recomendo que visite o blog que mantenho sobre isso. Se você procura algo mais teórico, tenho um espaço onde escrevo ensaios com reflexões mais profundas, que vão além dos negócios. A intenção aqui, nessa newsletter do Linkedin, é ser bem mais objetivo, analisando alguns casos, compartilhando visões e aprendizados sobre aquilo que estamos vivendo no mercado.
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Vamos ao primeiro caso que vou explorar por aqui:
A Cassie Koryrkov é uma reconhecida profissional da área da estatística, que atualmente ocupa o cargo de Chief Decision Scientist no Google. Ela também mantém um canal muito legal no youtube com objetivo de desmistificar o uso de estatística nos negócios (ela vai bem além disso, mas a missão é essa), vale a pena acompanhar o trabalho dela.
Recomendados pelo LinkedIn
Destaques do artigo
(aquilo que mais chamou minha atenção)
Ela escreveu recentemente esse artigo para HBR sobre What Great Data Analysts Do — and Why Every Organization Needs Them (ou algo como "O que os grandes analistas de dados fazem – e por que toda organização precisa deles", em uma tradução livre). No artigo ela navega em questões sobre o real papel do analista de dados quando comparado com profissionais mais especialistas - como engenheiros de machine learning e estatísticos/matemáticos. Cassie afirma que apesar das funções mais ligadas a ciência estarem mais na moda, é essa de Analista, ligada ao negócio, a mais importante delas. Pelo menos para dar o impulso inicial ao trabalho dos especialistas, que a partir da demanda poderão atuar em problemas mais específicos. Ela ainda faz uma referência ao tipo de excelência que cada perfil pode atingir, afirmando que: excelência na estatística é o Rigor; excelência no aprendizado de máquina é o Desempenho; e excelência na análise é a Velocidade. Os analistas podem navegar em vastos conjuntos de dados rapidamente, encontrar e apresentar insights relevantes de forma mais ágil do que outros especialistas. Ela escreve também sobre a importância desse profissional analista de dados ser um bom contador de história e ter facilidade para representar visualmente as informações. Cassie finaliza o artigo dando um destaque para a importância da proximidade desse profissional com as áreas de negócio, especialmente dos tomadores de decisão, pois seria o analista de dados o mais próximo do substituto na função fundamental do negócio: tomar melhores decisões.
Ampliando o diálogo
(aquilo que já aprendi sobre isso)
Esse é um debate contínuo dentro dos negócios que estão aperfeiçoando a gestão analítica, geralmente as lideranças buscam uma fórmula mágica para solucionar o grande problema da análise de dados (e ciência de dados), que atualmente resume-se ao atender a grande demanda por análises de dados (analytics) em situações onde tudo é urgente, político e caótico, como o universo dos negócios. Sem dúvida que esse profissional com perfil analítico, por ser a interface direta entre negócio e técnica, tornou-se o mais requisitado nas situações de incerteza para tomada de decisões que vivemos na turbulência que os mercados de todos os setores enfrentam, mas eles costumam ser mais eficientes naquilo que já conhecem. Explico. Se trata-se de um profissional analítico que conhece muito a área de marketing, que já é acostumado a navegar no banco de dados da empresa, e esse indivíduo estiver fazendo uma análise dentro desse cenário, bingo! Surgirão ali ótimas análises sobre o problema, algo que certamente vai apoiar as decisões. Mas quando esse profissional começa a dar bons resultados, então passa a receber demandas de outras áreas também, afinal está revolucionando as decisões da área de marketing, mas ao trabalhar em uma análise da área de logística, apesar de ágil, não agrega tanto valor no processo decisório. Encontramos situações como essa todos os dias durante a transformação analítica em negócios, geralmente atinge ótimos resultados por um determinado período de tempo, então aquelas análises, com insights impressionantes que surgiam na fase inicial, tornam-se repetitivas, sem descobertas "mágicas". E essa é a realidade, quando torna-se uma rotina, o ganho já não é tão expressivo quanto no início, mas esse processo continua sendo fundamental para um aperfeiçoamento contínuo das decisões de negócio, mesmo que em menor escala de resultados. Talvez a melhor saída para essa situação dos analistas de dados seja aquilo que as análises da Gartner chamaram de "self-service analytics", quando os próprios profissionais de negócio fazem as análises, afinal, se é uma função tão importante e que exige agilidade, ter intermediários nesse processo pode ser uma barreira. Acompanhamos alguns casos onde estruturas e pessoas de negócios foram adaptadas para atuar dessa maneira mais dinâmica, mas existem resistências nessa mudança, em razão de um aperfeiçoamento de habilidades que podem eventualmente carregar complexidades técnicas e até científicas, mas acredito que seja um caminho realmente inevitável daqui para frente. Uma área de negócios que realize as próprias análises do negócio, que quando precisar de determinado conhecimento avançado, possa contar com uma área especialista para dar apoio.
5 coisas para você se perguntar sobre esse caso
(aquilo que pode lhe ajudar a diagnosticar sua própria situação)
Espero que essa breve análise lhe ajude na jornada de desenvolvimento da gestão analítica do seu negócio ou da sua carreira, se você tiver alguma contribuição, fique à vontade para deixar nos comentários.
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Ricardo Cappra é um pesquisador de cultura analítica, autor e empreendedor da área de tecnologia da informação.
Produto | Tecnologia
2 aMuito bom Thiago Toledo.
Gestão, Marketing Digital, Estratégia, Planeamento, Apps, SEO, E-Commerce, Website, B2B, B2C, e Vendas, Interim Manager, Entrepreneur, Vendas, MultiLingue.
2 aArtigo muito interessante Ricardo Cappra. Bom fim de semana
Partner @HYPR
2 aÓtimo texto, vejo muito valor no self-service mas acho impraticável no curto e médio prazo. Particularmente, acredito que o problema que estamos vendo nas equipes de dados hoje aconteça porque parece que há uma delegação do papel analítico à uma área só, sendo que, pensando como empresa, no dia-a-dia todos deveriam cumprir um papel analítico, do estagiário ao gestor, da operação à diretoria. É assim que uma empresa funciona, olha-se os números do que aconteceu e o que está acontecendo, pondera-se isso com a estratégia da empresa e toma-se uma decisão. O problema hoje é que muitas empresas e pessoas em cargos de tomada de decisão, não sabem tomar decisão a partir dos números. Ao longo da carreira, me aconteceu muitas vezes após desenvolver um relatório de escutar "tá, mas e agora? como podemos resolver isso? Seu papel não é só fazer analises, mas propor soluções.", além de fazer as análises, o papel de propor um conjunto de soluções também cai pro analista. Então, pra qualquer um que não seja a pessoa analista, o único papel é delegar, coletar propostas de solução e escolher a que faz mais sentido. A cultura de todo mundo conseguir acessar informações e conseguir ler corretamente e tomar uma decisão não faz parte da cultura atual e eu só vejo isso mudando quando as pessoas que hoje são analistas e estão nesse cenário chegarem a um cargo de tomada de decisão com um perfil mais hands-on na tomada de decisão.
Research Engagement Manager at GÉANT - PhD In Computer Science
2 aBem legal! Assinando! ;)
Executivo | Rejuvenescimento de base e Plataforma de benefícios | Banco do Brasil
2 aKaren Machado