Gestão de Ativos x Gestão de Manutenção
O termo da moda é Gestão de Ativos, mas você sabe o que é? Nas conversas com colegas de trabalho e profissionais de diversos setores, percebo que muita gente entende, porém há ainda uma minoria que se confunde com o termo. Talvez pela proximidade e por políticas, de maioria voltadas a ativos físicos, boa parte das pessoas confundem a Gestão de Ativos com a Gestão de Manutenção.
Estamos habituados a discutirmos sobre Gestão de Manutenção, pois foi uma das primeiras políticas atribuídas nas empresas, sobretudo industriais, e que regem o setor produtivo com seus principais fatores de entrega, que são disponibilidade e qualidade. Mas afinal, o que é Gestão de Manutenção?
Gestão de Manutenção trabalha para que não haja manutenção. Mas como assim? É exatamente isso, a manutenção trabalha para que sejam evitados quaisquer tipo de manutenção não planejada, ou seja, evitar falhas para não haver necessidade de corrigi-las.
Na Gestão de Manutenção temos o processo de supervisionar o funcionamento regular dos recursos técnicos, recursos permanentes como máquinas, equipamentos, instalações e ferramentas. Essa supervisão bem executada evita diversos problemas, tais como quebras e paradas de produção, aumento de custos, riscos de acidentes de processo e pessoas, lucro cessante.
Assim como todo processo, os objetivos da manutenção também precisam ser claros. É fundamental que toda a estrutura da empresa tenha em mente sua dimensão e importância, somente assim, os resultados se refletirão em confiabilidade e segurança, planejamento e controle efetivo de custos.
A Gestão de Ativos é um conceito relativamente novo, porém a sua origem se deu em meados de 1977 com o Ministério da Indústria Britânico com a publicação "O custo do ciclo de vida no gerenciamento de ativos", posteriormente teve sua sistemática de quantificação definida em 1983 e somente a partir de 1992 o conceito foi considerado como padrão no Reino Unido através da publicação do "BS 3843 - 1992 - O gerenciamento econômico de ativos". Tendo em mente este contexto, o que é Gestão de Ativos?
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Gestão de ativos são o conjunto de políticas e ações coordenadas voltadas a gerir os ativos da empresa, levam em conta os tópicos de balanceamento de custos, oportunidades e riscos, performance, investimento e depreciação. A Gestão de Ativos se inicia assim que é tomada a decisão da compra de um novo ativo, onde serão avaliados todos os custos e impactos do investimento, bem como sua necessidade e especificação correta, levando em conta inclusive todo o ciclo de vida e posterior descarte do mesmo.
Portanto a Gestão de Ativos, ao contrário de que alguns pesam, não visa os custos de ativos e manutenção, mas sim, todo o contexto de vida o ativo. A atribuição de como deve ser estruturado a compra/venda, a maneira como se define o ciclo de utilização, e, quando e como serão substituídos os ativos são de responsabilidades da política de Gestão de Ativos.
Os principais benefícios da Gestão de Ativos são a longo prazo na redução de custos através da otimização dos gastos com investimento e operacional, aumento na produtividade por ter uma definição e especificação de aplicação correta, controle de depreciação e otimização dos orçamentos visando os planos diretores instituídos. E o principal, fica claro o valor real da empresa e seus ativos, além de ter um controle mais efetivo da parte legal da empresa através de alocações e deduções de imposto para correta alocação da tributação.
Conforme abordado, temos muitas práticas similares entre Gestão de Manutenção e Gestão de Ativos no que tange ao ciclo de vida, porém, as políticas e responsabilidades são bem diferentes. Ambos são de extrema importância na indústria e quando bem aplicadas os resultados obtidos são mensuráveis e com alto índice de retorno financeiro.
Gustavo Freitas Corrêa
Especialista em Planejamento / Gestao de Projetos / Engenharia/ PMO
3 aMuito bom conteúdo Gustavo, parabéns!
Fundador | Renova Consultoria, Engenharia & Treinamentos
3 aGustavo Freitas Corrêa muito bom! Poucas empresas tem o foco de prezar pela prevenção. Este trabalho custa, mas com certeza custa muito menos que horas paradas não programadas! Parabéns pelo texto!