Manutenção Preventiva, solução ou vilã?

A Manutenção Preventiva é caracterizada por ser um conjunto de atividades planejadas e sistemáticas realizadas em equipamentos e sistemas, de forma temporal, para evitar falhas e garantir a continuidade e eficiência operacional. Ela envolve a inspeção, limpeza, lubrificação, ajustes, substituição de componentes de desgaste e sua principal função é tentar prevenir as falhas já conhecidas. Como resultado, se obtém a redução de paradas não planejadas e prolongamento da vida útil, há também uma melhora significativa na performance dos equipamentos.

Por outro lado, um inchaço de Manutenção Preventiva reflete diretamente em aumento dos gastos com manutenção e níveis de estoque, excesso de paradas programadas em equipamentos e sistemas, substituição prematura de peças e componentes, dificuldade de gestão de planos de manutenção e riscos durante o próprio ato da manutenção em gerar novos problemas, como é de conhecimento de todo gestor de manutenção, toda intervenção pode deixar alguma "sequela".

A melhor forma de fazer gestão da Manutenção Preventiva é tendo um balanço dos prós e contras dos planos, avaliar as melhores práticas e as formas de controle disponível na instituição. Boas práticas de manutenção base condição, com a utilização de técnicas de detecção e monitoramento de falhas é fundamental para encontrar o equilíbrio.

O segredo entre a solução e o vilão está na forma de se fazer gestão, na minha visão a Manutenção Preventiva deve-se ser utilizada exclusivamente para componentes de desgaste conhecidos (através de um FMEA ou RCM) e para atividades de lubrificação e inspeção de rotina detalhada, todo o restante podemos encontrar técnicas de manutenção para suportar as decisões e estruturar a tomada de decisão.

Estratégias para Redução da Manutenção Preventiva na Manutenção Industrial

A eficiência na manutenção industrial é essencial para assegurar a disponibilidade com confiabilidade operacional e a redução de custos. Para isso, a implementação de estratégias que promovam a redução da manutenção preventiva pode ser determinante. A seguir, são apresentadas algumas das principais abordagens que podem ser adotadas:

Otimização dos Intervalos de Manutenção: promover análise detalhada dos dados históricos de falhas pode revelar padrões que permitem otimizar os intervalos entre as manutenções preventivas, os indicadores de desempenho, tais como o MTBF (Mean Time Between Failures) e o MTTR (Mean Time to Repair), fornecem insights valiosos para ajustar e melhorar os processos de manutenção. Associado a eles, podem ser utilizado métodos estatísticos e algoritmos de Machine Learning, com o qual é possível determinar os períodos ótimos para intervenções, minimizando o tempo de inatividade e os custos associados. (Sim, é fundamental utilizar a ferramenta da tecnologia!)

Técnicas de Manutenção Preditiva: a utilização de tecnologias avançadas como a análise de vibração, análise de lubrificantes, preditiva em válvulas, termografia e monitoramento de condição para prever falhas e determinar o melhor prazo para intervenção (Curva P-F), passando-se a realizar intervenções mais direcionadas e menos frequentes, reduzindo a necessidade de manutenção preventiva.

Programas de Melhoria Contínua: a adoção de metodologias como o Kaizen, Lean Manufacturing e Six Sigma contribuem para a melhoria contínua dos processos de manutenção. Essas abordagens incentivam a busca constante por inovações e otimizações, resultando em práticas mais eficientes e na redução da necessidade de manutenções.

Essas estratégias, quando implementadas de forma integrada e alinhadas com os objetivos organizacionais, podem resultar em uma significativa redução na necessidade de manutenção preventiva, aumentando a confiabilidade operacional e reduzindo custos.

Portanto, uma boa avaliação e seleção de estratégias corretas de manutenção pode determinar o sucesso ou fracasso de toda a gestão de manutenção. Como gestores, temos que estar atentos as novidades, buscar a melhoria contínua com base em dados e fatos através de uma criteriosa análise dos indicadores de performance e monitoramento dos ativos. Fazer diferente pode ser um bom caminho e trazer resultados ainda melhores. E para você, a Manutenção Preventiva é solução ou vilã?