Gestão de mudanças: "A loira e o Diabo"

Discutindo sobre as mudanças que ocorrem no cenário político do Brasil com um grupo de debates eu contei a seguinte história, verídica, que ouvi há alguns anos e que me motivou postar aqui:

 “Contou-nos nosso chefe na época que, na empresa onde ele trabalhava, fora contratado um Gerente da Qualidade para ajudar a melhorar os processos que estavam ineficientes. Em menos de 3 meses metade da organização já o odiava pois o mesmo havia levantado dados e impulsionado correções que tirava muita gente da sua zona de conforto e que demonstrava onde precisava realizar as melhorias. Por fim, arranjou tantos conflitos que foi desligado da empresa com o argumento de problemas de relacionamento.

Então o RH contratou uma moça loira, de olhos verde claros, muito bonita e educada com vasto conhecimento na área para o mesmo propósito - havia até fila devido tantos chamados de ajuda mas não completou também 3 meses e todos preferiam encontrar com o Diabo do que com a loira de olhos verdes.

Enfim, o grande problema não é o método ou quem traz as mudanças ou melhorias. Sempre haverá problemas com aqueles que não querem sair da zona de conforto.”

 Tenho dito que a ISO 9001 em sua última revisão, alcançou uma abordagem muito voltada à estratégia da Organização o que exigiria maior empenho e disposição para novos paradigmas. O texto contado acima além de alguns requisitos (ISO 9001) facilmente identificáveis no contexto da história também nos faz refletir sobre a maturidade da organização na condução da gestão de mudanças.

 O requisito 6.3 (Planejamento de mudanças) traz em seus dois primeiros “deves”:

“A Organização deve considerar:

a)   O propósito da mudança e suas potenciais consequências;

b)   A integridade do sistema de gestão da qualidade”

Veja que estamos no requisito de PLANEJAMENTO, isto é, não quer dizer que essa mudança está relacionada especificamente ao produto.

 Não existe fórmula mágica ou milagre para que mudanças ocorram do ponto de vista de gestão; é necessário que a Organização tenha o entendimento que é um processo do ponto de vista comportamental e até pessoal qual deve ser suportado pela alta direção o que vai ao encontro com o requisito 5.1 (Liderança e comprometimento) da ISO 9001. É fundamental que a organização estabeleça um processo saudável para que melhorias sejam alcançadas; o que pode muitas vezes acontecer da necessidade de recorrer inclusive a processos de coaching, mentoring entre tantas outras formas, tudo conforme a maturidade da organização para promover os processos de mudanças na gestão. A estagnação ainda é uma das âncoras que atrasam o desenvolvimento de muitas empresas e muitas vezes essa característica está imperceptível no dia a dia da resolução dos problemas.

 E, por fim, como já dizia um amigo: “Não existe Sistema de Gestão da Qualidade que funcione se não houver o apoio do número 1 da Organização.”

Edson Corrêa - Consultor Sênior na Hands On Consultoria

Black Belt Especialista em Segurança (SST), Meio Ambiente, Qualidade, Lean, 6 Sigma, LGPD, ESG, e Produtividade

4 a

Parabéns Carlos! Sem a liderança pelo exemplo um sistema de gestão não funciona.

Cristiano Aparecido Alves dos Santos

Técnico de Segurança do Trabalho Sênior

4 a

É isso aí Carlos 😀

Paulo Roberto de Oliveira

Diretor na Mind2Business - Consultoria Empresarial e Treinamentos Corporativos - Coordenador Engenharia Mecânica - Professor Graduação e Pós-Graduação na Universidade de Sorocaba

4 a

Parabéns Carlos!! sempre com pontos relevantes em seus artigos. Vou aguardar o próximo. Abraço

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