A Gestão do Conhecimento nas Universidades: Como as Bibliotecas Podem Facilitar a Colaboração Interdepartamental
As universidades são, por natureza, espaços onde o conhecimento é produzido, compartilhado e aplicado. No entanto, um dos maiores desafios enfrentados por essas instituições é a fragmentação do conhecimento. Departamentos frequentemente trabalham como ilhas isoladas, acumulando saberes que poderiam ser transformados em inovações coletivas se houvesse uma cultura de colaboração efetiva. Nesse cenário, a biblioteca universitária, tradicionalmente vista como guardiã de informações, tem o potencial de ser o principal catalisador para a gestão do conhecimento e a integração interdepartamental.
Mas por que isso ainda não acontece de forma ampla e sistemática? Este é o ponto onde a polêmica começa.
Bibliotecas: Custos ou Pontes de Conhecimento?
A percepção da biblioteca universitária como um centro de custos e não como um ativo estratégico é um dos principais entraves. Muitas administrações ainda enxergam a biblioteca apenas como um espaço físico que serve aos estudantes e professores para pesquisa ou estudos individuais. Essa visão limitada ignora o papel estratégico que as bibliotecas podem desempenhar na promoção da interdisciplinaridade e na gestão do conhecimento institucional.
O problema está enraizado em uma cultura de subvalorização do bibliotecário como agente de inovação. Em vez de serem incluídos em discussões estratégicas sobre o futuro da universidade, bibliotecários são frequentemente confinados a funções técnicas. Essa exclusão é um desperdício monumental de expertise que poderia transformar as bibliotecas em hubs de colaboração e inovação.
O Que a Biblioteca Pode Oferecer?
Por Que Isso Ainda Não É Realidade?
Falta de Visão Estratégica: Gestores universitários frequentemente não compreendem o potencial da biblioteca como um recurso estratégico para toda a instituição. Essa falta de visão é agravada pela ausência de bibliotecários nas mesas de tomada de decisão.
Resistência Interna: Muitos departamentos resistem à ideia de compartilhar conhecimento, temendo perda de protagonismo ou vantagem competitiva. Essa mentalidade territorialista bloqueia a colaboração.
Cultura Bibliotecária Conservadora: Em alguns casos, os próprios bibliotecários mantêm uma postura reativa, acomodando-se em papéis tradicionais e deixando de assumir o protagonismo que o momento exige.
O Futuro: Como Transformar a Realidade?
Conclusão: O Momento é Agora
A biblioteca universitária não pode mais se contentar em ser um espaço de apoio; precisa se posicionar como um pilar estratégico na gestão do conhecimento. Para isso, bibliotecários devem abandonar o conforto da invisibilidade e assumir um papel ativo na transformação da universidade.
A polêmica está posta: será que as universidades estão prontas para enxergar as bibliotecas como agentes centrais de colaboração e inovação? Ou continuaremos desperdiçando esse potencial em nome de uma visão ultrapassada? O futuro das instituições de ensino superior pode depender da resposta a essa pergunta.
Graduada em Biblioteconomia , Especialista em Letramento Informacional
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