Gestão Estratégica de Recursos Informacionais: Como as Universidades Podem Otimizar Seus Acervos
A gestão de recursos informacionais em universidades é um tema que demanda reflexão urgente. Estamos diante de um paradoxo: enquanto os acervos digitais se expandem exponencialmente, os acervos físicos continuam a consumir orçamentos significativos com manutenção, sem um retorno proporcional no uso. Será que as universidades estão alocando seus recursos de forma estratégica, ou estamos presos a práticas arcaicas que já não atendem às demandas do presente?
O Acervo Físico: Tradição ou Peso Morto?
Muitas instituições universitárias ainda valorizam seus acervos físicos como símbolos de prestígio. Embora seja inegável a relevância de coleções raras e históricas, precisamos questionar se todos os livros e materiais mantidos nas estantes ainda têm um propósito prático. Pesquisas apontam que grande parte desses acervos tem uma taxa de circulação baixíssima, sendo que a mesma informação pode estar disponível em formato digital. Isso não é apenas um problema de espaço físico, mas também de custos operacionais.
Chegou a hora de as universidades avaliarem criteriosamente o que deve ser mantido, o que pode ser digitalizado e o que, francamente, já não faz sentido preservar. Mais ousado ainda seria questionar: Devemos continuar investindo em novos materiais físicos quando há um mundo digital a ser explorado?
Acervos Digitais: O Futuro Não Pode Mais Esperar
A transformação digital na gestão de recursos informacionais já não é uma escolha, mas uma necessidade. Bancos de dados, repositórios institucionais e plataformas de e-books oferecem acesso rápido, remoto e personalizado a uma vasta gama de informações. No entanto, muitas universidades ainda hesitam em priorizar investimentos robustos em infraestrutura digital.
Por quê? Talvez por falta de visão estratégica ou por receio de romper com tradições. Seja como for, a resistência à digitalização só prolonga a ineficiência. É necessário que os gestores encarem o digital como o núcleo da biblioteca universitária, e não como um complemento ao acervo físico.
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Dados na Gestão Estratégica: A Revolução que Não Pode Ser Ignorada
Gestores de bibliotecas universitárias têm uma arma poderosa em mãos: dados. Com ferramentas de análise de uso, como o VOSviewer, é possível identificar padrões de acesso, demandas específicas de cursos e áreas negligenciadas. No entanto, essas ferramentas ainda são subutilizadas.
O desafio aqui não é apenas técnico, mas cultural. É preciso treinar bibliotecários e gestores para que tomem decisões baseadas em dados, e não em intuições ou em pressões de setores internos. O uso estratégico de dados pode direcionar melhor os investimentos e eliminar redundâncias que consomem recursos preciosos.
Proposta Radical: Repensar a Biblioteca Física
E se a biblioteca física deixasse de ser um espaço de armazenamento de livros para se tornar um hub de aprendizado colaborativo? Salas de estudo, laboratórios de pesquisa, eventos culturais e espaços makers poderiam ocupar o lugar das estantes. Este conceito não é novo, mas ainda enfrenta resistência de quem romantiza a biblioteca tradicional.
Transformar a biblioteca em um centro de inovação e convivência é, acima de tudo, reconhecer que a informação não precisa mais de uma sede física. Essa mudança poderia atrair mais estudantes para o espaço e integrar a biblioteca à vida universitária de forma significativa.
Conclusão: Chegou a Hora de Escolhas Corajosas
Otimizando os acervos, priorizando o digital e repensando a biblioteca física, as universidades podem transformar seus sistemas de informação em verdadeiros diferenciais competitivos. Isso exige abandonar o apego a práticas obsoletas e adotar uma mentalidade estratégica, focada em atender às necessidades dos estudantes e pesquisadores do presente e do futuro.
A pergunta que deixo é: até quando as universidades vão continuar a investir em bibliotecas como se estivéssemos no século XX? A gestão estratégica de recursos informacionais é uma questão de sobrevivência institucional, e o tempo de agir é agora.
O que você acha? Sua universidade está preparada para essa revolução? Vamos debater nos comentários!
Bibliotecária
4 dAmei. Muito útil esse artigo.