Gestão do Conhecimento: Transformando Informação em Vantagem Competitiva
A gestão do conhecimento é um tema central para organizações que buscam manter-se competitivas em um mercado cada vez mais dinâmico e inovador. O conhecimento é um ativo intangível e extremamente valioso, que pode ser categorizado principalmente em duas formas: o conhecimento explícito e o conhecimento tácito. Essa distinção é amplamente discutida por Nonaka e Takeuchi (1995), que introduziram o modelo SECI (Socialização, Externalização, Combinação e Internalização), uma espiral de conversão do conhecimento que descreve como as organizações podem transformar conhecimento tácito em explícito e vice-versa.
O conhecimento explícito (formal, documentado) é formalizado, facilmente transferível e pode ser encontrado em manuais, procedimentos e fórmulas. Por outro lado, o conhecimento tácito (intuitivo, experiencial) é mais difícil de ser transferido, pois está profundamente enraizado nas percepções e experiências individuais, sendo muitas vezes intuitivo e não verbalizado.
A neurociência oferece uma compreensão adicional dessa distinção, mostrando que o conhecimento tácito está relacionado às redes neuronais profundas e ao processamento inconsciente do cérebro. Segundo Damasio (1994), as memórias e experiências emocionais, que muitas vezes formam a base do conhecimento tácito, estão armazenadas em áreas específicas do cérebro, como a amígdala e o hipocampo, influenciando decisões e ações de maneira sutil e poderosa.
A gestão do conhecimento, não pode ser deixada ao acaso, especialmente no ambiente empresarial. Ela envolve quatro sub processos principais: aquisição, armazenamento, disseminação e uso do conhecimento. Esses sub processos garantem que o conhecimento seja continuamente atualizado e compartilhado dentro da organização, promovendo inovação e eficiência. Edelman (2000) sugere que a plasticidade sináptica – a capacidade do cérebro de reorganizar conexões neurais – pode ser análoga à maneira como o conhecimento é adquirido e disseminado em uma organização, com redes cognitivas se adaptando constantemente a novas informações.
Na prática, a gestão do conhecimento se desdobra em componentes como a gestão de conteúdos, que envolve a organização e acessibilidade da informação; a busca por especialistas, que cataloga e facilita o acesso ao conhecimento distribuído entre os colaboradores; e o aprendizado contínuo, onde lições aprendidas e melhores práticas são formalizadas e compartilhadas.
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Nesse contexto, os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD) desempenham um papel crucial, facilitando a organização e a disseminação do conhecimento explícito e tácito dentro da empresa. De acordo com Turban, Sharda e Delen (2010), os SAD’s permitem que as organizações tomem decisões mais informadas, integrando dados, modelos analíticos e técnicas de gestão do conhecimento.
A neurociência, conforme Squire e Kandel (2000), apoia a ideia de que o aprendizado contínuo é essencial para a formação de novas sinapses, fortalecendo a "memória organizacional" de uma empresa, similar ao fortalecimento das redes neurais no cérebro humano. Essas práticas não apenas melhoram o ambiente de trabalho, mas também criam uma memória organizacional robusta, essencial para a longevidade e adaptabilidade da empresa.
Um exemplo cinematográfico que ilustra bem a importância da gestão do conhecimento é o filme Moneyball: O Homem que Mudou o Jogo (2011), onde o uso inteligente de dados e conhecimento (explícito e tácito) permite que um time de baseball com orçamento limitado alcance grandes vitórias. Em Moneyball, , um gerente geral do Oakland A's, utiliza estatísticas para montar um time de beisebol competitivo com um orçamento limitado, provando que a análise de dados pode superar o "feeling" tradicional. Assim como no filme, a gestão eficiente do conhecimento, aliada ao uso de Sistemas de Apoio à Decisão, pode transformar o destino de uma organização, tornando-a mais ágil e competitiva.
Portanto, implementar uma boa gestão do conhecimento é mais do que uma questão de possuir as ferramentas certas; é sobre a vontade de integrar essa prática na cultura organizacional, utilizando o que já está disponível, seja com sistemas sofisticados ou até mesmo com planilhas simples. O importante é não deixar que a falta de tecnologia seja um obstáculo para o processo de gestão do conhecimento, mas sim um incentivo para a inovação e a melhoria contínua.
Referências: