Gestão em Ambiente Adverso
Liderança é uma arte (Kouzes e Posner, 1991). A liderança é um conceito controverso e de difícil definição (Sobral, 2008). Os estilos clássicos de liderança são Autocrática, Democrática e Liberal (Chiavenatto, 2006). Etc, etc, etc.
Acima apenas foram colocadas algumas definições do que venha a ser liderança, entre algumas outras existentes.
No entanto, chamo atenção para focar em uma nuance bem presente nas organizações e, que de longe, permeia a rotina de centenas de empresas por vários países afora, isso porque, a maioria dessas empresas está no grupo de micro, pequenas e médias empresas, ou seja, ainda não alcançaram o grau ideal de estrutura e gestão por vários motivos.
Estou falando da Gestão em Ambiente Adverso.
Segundo o dicionário Michaelis, adverso é algo contrário, que se opõe, também que é desfavorável. Quando pensamos em ambiente adverso, pensamos então, em um ambiente que não é favorável a uma administração plena com o uso das várias ferramentas de gestão.
Em ambientes assim, a gestão fica prejudicada, pois o foco principal não está no desenvolvimento das pessoas, não está necessariamente em ser facilitador (pois provavelmente não terá condições plenas, ainda que possa ser criativo), bem como não será poder desenvolver um bom planejamento de trabalho e planos elaborados, visando o crescimento e desenvolvimento do grupo, alinhado com o planejamento estratégico da companhia. O caso aqui será "fazer a máquina girar e não parar" e, por muitas vezes, focar na própria sobrevivência da empresa, devida as condições em que possa se encontrar em determinado momento.
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Em ambientes assim, o gestor terá que enfrentar situações críticas que lhe exigirá muita resiliência, foco, escolhas nem sempre fáceis (significa que algumas coisas serão necessárias e outras ficarão para segundo plano). Por isso, antes de tudo, o administrador deve ser flexível, sensato, perceber o ambiente a sua volta e saber o que está acontecendo, assim como, fazer o melhor possível para amenizar as dificuldades que os colaboradores enfrentam, as limitações e carências, etc. Lembrando, que não significa focar no que faz e descuidar-se do ambiente ao redor, pois precisa olhar o "micro" sem descuidar-se do "macro".
O gestor precisa aprender a lidar com limitações (pessoas, dinheiro, estrutura física, capacidade intelectual, baixa produtividade, desmotivação, atrasos de salário, resistência a mudanças, arrogância de alguns, etc.), pois na maioria das vezes não terá o melhor ambiente para trabalhar. Importante nesses momentos fazer uso dos relacionamentos profissionais, uso de serviços de coaching e internet (por exemplo), para buscar novos saberes e conhecimentos para lidar com os desafios que se impõem. Além disso, manter a contínua troca de informações com as demais lideranças da empresa para troca das experiências e soluções dos problemas.
Quando saímos de uma faculdade com toda uma teoria para fazer bem a carreira que escolhemos, não estamos ainda preparados para lidar com situações muito adversas, o que gera estresse, desmotivação, questionamentos, fazendo muitos profissionais a reduzirem suas performances, inclusive pedindo demissão, quando não são substituídos por outros.
Em ambientes adversos deve o gestor manter-se fiel a seus valores do fazer bem, mas adaptá-lo à realidade em que está presente, seja aconselhando melhor seus colaboradores, treinando-os, colocando-se com ideias para melhoria do ambiente e, obviamente, "dando a cara para bater", pois é assim que se constrói um profissional melhor e resiliente, que terá muito a ensinar depois, aos que com ele conviverem.
Importante também é a alta gestão participar nesse processo, dando apoio e condições mínimas para que os gestores consigam desenvovler seus trabalhos, sob pena de perderem profissionais resilientes e que querem contribuir para a melhoria do todo. Bem como, reconhecer com prêmios/bônus/similares os bons feitos, esforços invidados e, principalmente, os resultados alcançados, a fim de que o gestor também se sinta valorizado.
Bom trabalho, a todos os gestores!