A gestão empresarial e a necessidade de sistemas produtivos mais enxutos, ágeis e flexíveis.
Algumas organizações somente buscam melhorar seus processos com custos cada vez menores porque essa atitude é forçada pelas exigências do mercado e pela competitividade global. por Marcelo Justa
As empresas brasileiras somente começaram a vivenciar o fenômeno da globalização na década de 90, impulsionadas por mudanças de paradigmas. A informação e o processo de negócio passaram a ser mais importante que o produto. Os indicadores de competitividade, antes ancorados ao produto, preço e praça, agora passam a se basear na qualidade dos processos produtivos, na produção com menores custos, na habilidade para administrar informações, na produção do conhecimento, na inovação e em agregar valor aos clientes.
Entretanto, algumas organizações somente buscam melhorar seus processos com custos cada vez menores porque essa atitude é forçada pelas exigências do mercado e pela competitividade global. Sendo assim, para competir com eficiência e eficácia nesse ambiente altamente competitivo, faz-se necessário inovar e aprimorar as vantagens competitivas. É assim que as empresas bem-sucedidas estão se transformando rapidamente para acompanhar as novas necessidades de um mercado muito mais criterioso na escolha de seus parceiros, pois, essas mudanças afetam todas as organizações, não importando seu tamanho ou segmento de atuação.
Uma das maneiras de acompanhar essa nova realidade é o aperfeiçoamento permanente da empresa, envolvendo todos os colaboradores, conscientizando-os de que somente pelo esforço conjunto de cada um é que a empresa sobreviverá e poderá crescer e manter os progressos conquistados. Portanto, é nesse cenário que surgem as organizações de sucesso, inovando diante de uma necessidade emergente de melhorar os processos, reduzindo custos e se adaptando às mudanças sociais e tecnológicas, bem como os contínuos desafios impostos por uma economia global.
Ocorre que nem sempre é possível realizar as melhorias revolucionárias, para os quais, aliás, é mais difícil conseguir a adesão das pessoas. A dica é seguir uma política de pequenas ações de melhorias que proporcionam o aprendizado contínuo e melhores resultados. Desta forma, faz-se necessário que a melhoria contínua e o aprendizado estejam impregnados em toda a organização. Desenvolver uma cultura organizacional que esteja alinhada com esse novo perfil é fundamental não somente para a organização, mas também como estratégia frente à concorrência.
Neste sentido, a cultura corporativa deve reforçar a estratégia e o projeto estrutural de que a organização necessita para obter êxito. Se o ambiente externo exige flexibilidade e responsabilidade, a cultura deve incentivar a adaptabilidade. Desta forma, a palavra mudança já se tornou regra e não é mais uma exceção ou apenas uma “moda” de alguns. O gerenciamento da mudança deve ser conduzido de forma eficaz, mobilizando e despertando esperança nas pessoas.
O cenário mercadológico exige a ampliação do mix de produtos com ciclos de vida cada vez menores, a fim de atender as necessidades cada vez mais específicas dos clientes. Para tanto, as empresas devem desenvolver sistemas produtivos cada vez mais enxutos, ágeis e flexíveis. Portanto, o fator crítico de sucesso é a capacidade de reagir rapidamente às mudanças na demanda. Ser “enxuto” é uma necessidade sine qua nonpara as empresas, mas também é necessário desenvolver habilidades que contribuam para impulsionar sua “agilidade” operacional.
Novas demandas dos clientes, novos produtos, novas técnicas de produção e comercialização, novos processos de gerenciamento, novos mercados, sistemas mais eficientes de transporte e comunicação, surgem a cada dia e cada vez mais rápido. A magnitude e a velocidade dessas transformações estão exigindo novas formas de gerenciamento que incluem decisões rápidas sobre fatos novos para os quais não se pode contar com regras anteriormente estabelecidas.
Vale lembrar que as mudanças sempre existiram. Contudo, o que está ocorrendo hoje é uma transformação acelerada dos processos científicos, humanos e sociais. Portanto, ficar parado significa regredir. As empresas que não acompanharem essas transformações estarão fadadas ao fracasso, pois a essência do sucesso de toda organização está em sua capacidade de se transformar ao longo do tempo. E mais importante! Essa adaptabilidade não dispensa um planejamento organizado, sistemático, articulado, holístico e proativo.