Gestor de porta aberta, é possível?
Antes de imaginar um presidente trabalhando ao lado do estagiário, vamos combinar que as portas são necessárias na gestão. Mas vamos concordar que relações de confiança são feitas de proximidade, portanto administrar esta relação com equilíbrio é esperado de um gestor sênior.
Gestores seguros e focados em resultado não tem receio de exposição. O alinhamento das questões administrativas e as tomadas de decisão são pressupostos para o direcionamento do grupo, mas a condução diária da equipe deve ser feita de forma participativa. Como gestor, sempre identifiquei os talentos pela proatividade, propositividade e por sua capacidade de exposição. Muitos aprenderam a se expor - alguns até contra sua própria natureza - para ter eficácia nas suas metas individuais. Estes colaboradores sempre foram os mais comprometidos e se tornaram referências dos seus setores. Abrir a porta portanto já me trouxe gratuitamente o apontamento dos destaques de forma clara e dispararam um círculo virtuoso de engajamento.
Tem sido comum nas organizações a construção de verdadeiras barreiras, intransponíveis, principalmente para se conseguir chegar ao corpo estratégico. Já vi colaboradores buscarem até acesso por redes sociais com os gestores de suas empresas, por terem cultura restritiva e serem bloqueados pelo próprio superior imediato. E quanto a empresa perde com essa atitude? Já vi perderem simplesmente tudo!
Para aprofundar nesse tema temos de refletir algumas questões: Você confia minimamente na sua equipe? Você está devedor com o grupo? Você consegue fazer gestão do tempo e bloquear sua agenda para "abrir a porta"? Se não confia, está inseguro, não tem tempo, claro que você não estará confortável para "abrir a porta"! Como liderança, reconheça que falta fazer seu para-casa! Os melhores líderes que conheci tinham humildade e atitude! Humildade e capacidade fazem uma mistura infalível para motivação do time, mas o contrário também é verdadeiro.
Algumas empresas tem boas práticas de acesso programado durante momentos do dia, e por maior que sejam, acabam conseguindo dilatar os prazos das reuniões periódicas e dos feedbacks. Assim, tomam decisões com muito mais agilidade e assertividade. É extremamente caro e improdutivo passar longos períodos de distanciamento da base e comprometer os direcionamentos estratégicos. Pior ainda seria ter quer fazer feedbacks negativos de situações em que, em última análise, você teria alguma participação por manter a porta fechada.
Conversar de forma aberta com os funcionários, independente do nível hierárquico, é extremamente rico! Se você ainda não teve essa experiência, busque o quanto antes! Você vai se surpreender com a capacidade, com as propostas acumuladas, com a propriedade, com a motivação e transparência do seu ambiente. Sua organização vai viver um novo momento!
Se você realmente quer entregar resultados - vou falar de legitimidade profissional futuramente - você vai querer ter propriedade e participar desse processo pessoalmente.
Dá mais trabalho! Mas vale muito a pena!
Abraços e hand on!
Psicóloga | Recursos Humanos | Desenvolvimento Humano e Organizacional | Gestão de Pessoas | Gerente de Recursos Humanos | Constelação Sistêmica | Headhunter
5 aMuito boa essa reflexão! artigo excelente para quem quer se desenvolver como líder!
FP&A | Planejamento Financeiro e Estratégico | Gestão Orçamentária | Análise de Sistemas de Gestão | Otimização de Processos | Projetos.
5 aFrederico Mollendorff Diniz. Primeiramente parabenizo pelo excepcional artigo. Trás uma grande reflexão, e eu particularmente já comcordo a tempos com esse meio de gestão e é realmente enrriquecedor para organização. Eu era coordenadora de uma equipe financeira e sempre mantive minha porta aberta, tive o desenvolvimento e retenção de varios talentos, muitas pessoas crescendo juntas, inclusive eu mesma aprendi muito. Mas infelizmente a cultura da empresa era totalmente contraria a minha maneira de gerir, me mantiveram por que tinha resultados acima do esperado em comparação a outros setores e liderança. Tentei 3 ano e 4 meses fazer o presidente e diretor enxergar isso, até que chegou a um ponto que eu ja não conseguia mais e pedi demissão e ficaram arrasados. No meu ultimo dia falei praticamente isso com eles, sobre ouvirem todos manter portas abertas, se não iam continuar perdendo talentos. Foi dificil, não sei se vão um dia compreender. Mas isso tudo é muito importante para a sobrevivência das empresas nos tempos de hoje.
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5 aConcordo plenamente, visto que, as pessoas querem ser ouvidas, e quando se tem superiores que bloqueiam o acesso ao corpo estratégico, é frustante, desmotivante e mina as energias. Bem como, politicamente serem ouvidos e ignorados, das duas formas a organização perde em novas possibilidades de ter uma equipe cento e dez por cento comprometida com a missão, valores e políticas do grupo. Obrigado pela contribuição Frederico Mollendorff Diniz .