Gosto viciado ou Visão Técnica? Viés Inconsiente pode se casar com a ignorância...
Na maior parte do tempo, a gente conhece bem as coisas que gostamos e não gostamos: preferimos um tipo de comida a outro, amamos uma música mas achamos aquela outra insuportável.
Essa consciência de nossos próprios gostos nos ajuda a tomar decisões razoáveis. Mas nem sempre nossas preferências e as decisões que tomamos baseadas nelas são assim.
Você já deve ter ouvido falar que todos nós temos um tal de viés inconsciente e ele é uma coisa normal. Acontece com todo mundo e sem que a gente perceba.
O viés inconsciente acontece quando comportamentos e crenças (como experiências de vida, raízes culturais e outros fatores pessoais ) estão tão entranhados na nossa personalidade que influenciam nossas ações e decisões. E aí começamos entrar num problema sério quando isso acontece na alta gestão. Quem sofre muito com isso são as áreas de marketing ou comunicação. Gostos e crenças podem atrapalhar a escolha de cores palavras ou até campanhas inteiras. E muitas pessoas podem rejeitar algumas coisas sem nenhum sentido técnico ou profissional apenas levado por um viés inconsciente.
Isso tem um lado muito positivo afinal de contas tem de haver os processos inconscientes, e é preciso que nosso cérebro os execute afinal, nós recebemos 11 milhões de informações a cada instante e só conseguimos processar conscientemente 40 delas por vez. Então, nosso cérebro usa informações e aprendizados anteriores para avaliar as situações e tomar decisões rápidas.
Isso pode ser útil em casos como “não coloque a mão na boca do fogão”, mas tem também seu lado negativo. Por exemplo, o viés inconsciente, com frequência, nos leva a julgamentos precipitados baseados em histórico, raça, sexo, idade, nome e outros fatores – o famoso estereótipo). FIQUE ATENTO.
A boa notícia é que, assim que você percebe o viés inconsciente, pode começar a combatê-lo. Vamos a algumas dicas para que você trabalhe isso e pare de ser visto como alguém preconceituoso ou chato:
Primeiro, analise como isso afeta seu trabalho e cultura profissional. Em seguida, pense nas suas premissas sobre como o mundo funciona será que você já não tem preconceitos de base com a área onde você atua seja comércio, indústria, base de usuários, etc. Isso irá ajudá-lo a impedir que o viés inconsciente se instale. Avalie se de fato você já não tem alguns preconceitos instaurados dentro de você.
Mais uma boa notícia: superar o viés inconsciente pode melhorar a qualidade de seus produtos ou serviço. Tirar o viés inconsciente da jogada pode ajudá-lo a ter ideias mais criativas, ao invés de você viver gongando as ideias dos outros, e assim encontrar novos caminhos para impactar o consumidor e a criar produtos mais inovadores. Sem o viés inconsciente você consegue:
MONTAR A EQUIPE CERTA
Você pode garantir que seu time terá múltiplas perspectivas.
CRIAR UMA CULTURA
Você pode nutrir uma cultura que inspire um alto nível de criatividade.
CRIAR REGRAS UNIVERSAIS
Você pode criar um ambiente onde os funcionários se desenvolvam seguindo as mesmas regras.
MONITORAR ATIVIDADES
Você pode ficar de olho em análises tendenciosas.
Vou citar um exemplo de um caso prático que aconteceu com a Google: Mais de 90% da população mundial usa emojis. Mas, mesmo com uma grande variedade de ícones disponíveis, eles não são suficientes para retratar a diversidade profissional das mulheres e inspirar as meninas mais jovens. Por exemplo, nos emojis homens praticam esportes e usam capacetes de construção. Enquanto isso, as mulheres fazem as unhas, cortam os cabelos e se vestem de noiva. Os designers do Google identificaram um preconceito de gênero e resolveram repensar suas suposições sobre como homens e mulheres se veem. Eles solicitaram mais emojis sobre profissões retratando mulheres e homens e criaram onze novos personagens femininos, que foram aprovados para lançamento.
Chegou a hora de você colocar as sandálias da humildade... faça uma análise sincera assim como os designers do Google, você pode liderar a luta contra o viés inconsciente – em outras palavras, o preconceito – na sua empresa, seja com a criação de novos produtos ou no treinamento dos funcionários.
Você também pode tomar algumas medidas para reduzir o viés inconsciente nas atividades do dia a dia.
Vejamos como:
O primeiro passo é verificar o quanto o viés inconsciente afeta você, sua equipe e sua empresa. Uma boa maneira de avaliar isso, é dar uma olhada na sua produção. Verifique quais foram os resultados e consequências de suas decisões de negócios mais importantes e veja se alguma delas se mostrou tendenciosa. Por exemplo, uma importante decisão envolvia a contratação de funcionários e você reparou que seu anúncio estava atraindo majoritariamente homens. Ou então você se deu conta de que uma decisão de marketing atraiu apenas o público de uma certa idade ou etnia. Mas não confie apenas na sua observação, por melhor que ela seja. Faça enquetes e discussões em grupo para descobrir se seus colegas consideram a empresa justa e inclusiva ou se têm alguma consideração sobre preconceito.
Em seguida, encontre momentos no processo de decisão que possam ser padronizados para tentar evitar o viés inconsciente. Esses processos podem ser implementados na forma como você contrata seus funcionários, marca reuniões, conduz pesquisas de experiência do usuário (UX), aborda a criatividade, lida com suas opiniões pessoais e por aí vai. A criação desses processos normalmente envolve gerar uma lista universal de passos que você e seus colegas devem seguir quando correrem o risco de serem influenciados pelo viés inconsciente. Por exemplo: vamos dizer que uma empresa queira proteger o processo de contratação contra o viés inconsciente? Eles podem criar um passo a passo do que considerar e não considerar na hora de avaliar potenciais candidatos e dividir com o RH, gestores e todas as pessoas envolvidas no processo de contratação de pessoal.
Você pode criar regras claras separando, aquilo que se pode fazer e o que não se deve fazer. A coluna “Fazer” pode incluir coisas como: analisar o candidato pelas suas qualificações profissionais concentrando-se nos seus aspectos positivos versus razões porque talvez ele não se encaixe na empresa, fazer sempre as mesmas perguntas para todos os candidatos, etc. Eles também sugerem ampliar o número de selecionados no caso de haver alguma tendência na forma como os candidatos são encontrados e recomendam serviços como Blendoor, Gap Jumpers e Unitive, que removem informações passíveis de preconceito dos currículos. Já a coluna “Não Fazer” pode incluir itens como: examinar os candidatos individualmente sem outros para estabelecer padrões de comparação e avaliar a aptidão do candidato com base em sexo, etnia, formação, cidade natal, etc. Uma vez que seus processos estejam estruturados e o ambiente de trabalho e funcionários no caminho certo, é hora de conferir se está funcionando.
Por fim. Analise se houve mudanças significativas nas áreas afetadas pelo viés inconsciente e colete dados. Você também pode usar dados como salários, taxa de promoções e gestão de performance como índices. Compare os dados de antes e de depois de implementar os processos. Você conseguiu aumentar a diversidade entre as pessoas que você contrata e promove? Sua empresa se tornou mais inclusiva e suas reuniões mais produtivas? Faça uma lista com o que está funcionando e o que não deu resultado. É normal que nem tudo funcione logo de cara, o segredo é experimentar e testar até que você encontre táticas e práticas de sucesso.
Esse texto de hoje foi inspirado no texto da Google Aprendizado profissional.
Fique comigo porque logo falarei mais sobre algum assunto importante e que mereça foco e dicas para você e seu desenvolvimento.
Vamos Juntos