Great People to the World! Lições aprendidas em uma empresa GPTW...

Ganhar o selo Great Place to Work é motivo de muito orgulho para todos na empresa em que trabalho, a ilegra! Como a comemoração do ranking de TI foi no mês passado, esse assunto esteve nas nossas conversas e comemorações. Tive a oportunidade de ir na cerimônia de premiação, representando nosso time, e isso me motivou a escrever e contar um pouco dos aprendizados que venho tendo como parte do time de RH da ilegra. Temos desenvolvido um trabalho muito próximo ao grupo de gestores e acredito que, na era da experiência, temos uma responsabilidade cada vez maior em gerar as condições necessárias que façam com que a empresa seja um bom lugar para se trabalhar.

Temos encarado desafios grandes nos últimos tempos. E não me restrinjo a empresa que trabalho. A tecnologia está mudando em um ritmo sem precedentes a forma como nos relacionamento com o mundo, e o formato de trabalho das pessoas também. Estão surgindo produtos digitais a todo momento. A régua de exigência em relação aos profissionais está cada vez mais alta: soft e hard skill, gerenciamento do tempo, das emoções, das entregas e de tudo mais que envolve o mercado de trabalho em um mundo inquieto. Nosso olhar tem sido para as variáveis do contexto da empresa e das pessoas que dela fazem parte, e com esse foco, compartilho alguns insights:

O que importa é ter sentido

O que eu devo fazer? Quais as expectativas que a empresa tem de mim? (e um pouco mais clássico) Qual o plano de carreira? 

A resposta para todas essas perguntas tende cada vez mais a ir em uma direção: busque o sentido e coloque sua intenção para realizá-lo! 

Se não ficou clara a associação em um primeiro momento, deixa eu tentar ligar uma coisa com a outra. Alguns autores têm falado em job crafting e em career design. São essas as minhas inspirações para esse insight. Ambos conceitos trazem por trás uma idéia de atuar como um designer da própria carreira, encarando-a como um projeto a ser implementado, e que, claro, faça sentido para cada autor desses projetos. Nessa equação, não dá para esquecer o foco em resultados importantes para a organização também. É isso que garante a empregabilidade de cada profissional: uma dose de idealismo e outra de realismo. É por isso que não temos um plano de carreira! Sabemos que nunca vamos conseguir pensar na trilha de carreira que vai fazer sentido para todo mundo. A nossa responsabilidade aí muda, ao invés de dizer qual é o plano de carreira, temos o papel de co-construir trajetórias individuais que equalizem os interesses de, no mínimo, três partes importantes envolvidas: do próprio colaborador, da ilegra e do cliente que a gente atende. 

Com o tempo, aprendemos que precisamos deixar clara essa visão para as pessoas e que estamos abertos para as possibilidades que podem surgir. Em todos os níveis, temos cada vez menos medo de nos arriscar nisso. Parece simples não é? Digo por experiência, não é… Ter as respostas para os questionamentos de: Para onde eu vou? ou Como eu faço para chegar lá? é mais confortável que admitir que não se tem uma resposta. Mas contribuir com as pessoas na construção de trajetórias profissionais realmente significativas é muito mais interessante.


May the force be with you

O segundo aprendizado, também relacionado ao primeiro, é esse mesmo: a força está em cada um de nós. Desvendar essa força e confiar que ela faz a diferença é essencial para a mágica toda acontecer. Costumávamos, em um passado não tão distante, aplicar um modelo de gestão de pessoas baseado em competências. Avaliando o impacto desse formato nos resultados que buscávamos, nos demos conta de um detalhe importante: mapear perfis e orientar as competências estava sendo uma cilada na gestão dos nossos talentos. Isso não significa que precisamos parar de desenvolver competências, pelo contrário: não podemos parar. A diferença é que, ao invés de determinar antecipadamente quais competências determinam o sucesso de um projeto, construímos isso olhando para a variedade de skills que fazem parte de um time, a partir da contribuição individual que cada um tem. Esse mindset nos deu muito mais liberdade para deixar a ferramenta de lado e nos envolvermos verdadeiramente em trocas significativas que levam a resultados muito bons.

Novamente, nesse processo de aprendizado, nem tudo é uma maravilha. Estamos reforçando nossa capacidade de fazer perguntas significativas, ao invés de nos acomodarmos e dar respostas prontas. Essas perguntas nos desacomodam e ajudam a ampliar a forma de compreendermos nosso papel e onde queremos chegar enquanto Time. 


Esperar para que

Outro aprendizado que tivemos tem relação com a nossa capacidade de nos incoformarmos. De nos apropiarmos da nossa capacidade de mudar as coisas. Se algo está impactando no seu trabalho, certamente é também um problema seu. O processo de onboarding deixou a desejar? Traz a sua ideia e vamos modificá-lo. O formato de atendimento mudou e agora temos mais times descentralizados que times alocados na mesma sede? Bora eliminar as fronteiras e pensar quais competências ainda faltam desenvolvermos para fazer a coisa acontecer. O programa de desenvolvimento não está mais atendendo as expectativas individuais? Traz uma nova técnica e vamos ver no que vai dar. Esperar para controlar todas as variáveis, tentar reduzir os riscos de falhas ou entender que o outro é quem deve assumir a frente de uma mudança nos priva de ter aprendizados riquíssimos: de estarmos em constante adaptação e evolução e de mudar de rota no timming certo para não prejudicar os resultados do trabalho.

E os aprendizados não param. É tendo autonomia que, às vezes, regredimos. Parece besteira, mas é ao nos depararmos com a dúvida que valorizamos ainda mais a certeza, poder contar com alguém para assumir a responsabilidade e dar o direcionamento das coisas. Mas isso é aquele tipo de bom, que é ruim, que nos segura e não nos deixa crescer. Ao agir em um problema que não é meu, eu abro mão da minha zona de conforto, mas eu ganho maior visão sistêmica, visão de esforço e resultado e todo um conjunto de competências são fortalecidas quando encaramos um problema de frente.


Leitura de cenário

Fazemos parte de uma empresa de tecnologia que quer inovar. Para inovar, precisamos ser ousados, tomar decisões sem muita clareza das variáveis, fazer algo que nunca antes foi feito. Não sabemos quais as tecnologias vamos trabalhar no futuro, não sabemos se os formatos de trabalho que adotamos hoje vão fazer sentido ali na frente e não temos a menor ideia de quais papéis vão ser necessários para dar conta desta realidade. Mas sabemos ler, pesquisar, trocar ideias e construir uma realidade nova. Estamos ficando cada vez mais fortes e ágeis na capacidade de adaptar a informação que colhemos nos mais diferentes cenários para entregar soluções incríveis e inéditas.

Estamos pilotando algumas comunidades de prática dentro da ilegra que tem fortalecido nossa capacidade de adaptação. Ao invés de aprender e mudar de rota sem nos darmos conta que estávamos fazendo isso, essas comunidades nos ajudam justamente a refletir sobre os novos conhecimento que precisamos desenvolver, como vamos acomodar eles no dia a dia, e como vamos abandoná-los quando for preciso. A coisa toda do aprendizado contínuo parece estar culturalizado, e sem o peso da formalização das trocas, de forma fluida, entre o grupo de colaboradores mesmo. 


Encontre os apoiadores

Last but no least, APOIADORES! Não existe exército de uma pessoa só, nem ideia que não possa ser melhorada e aprimorada com apoiadores. Tenho visto muitas iniciativas virarem ação quando compartilhadas. E tenho visto resultados muito mais promissores serem alcançados. Discutindo o programa de desenvolvimento de lideranças com a área técnica, deixamos de ser os propositores de conteúdo e passamos a ser um ponto de vista a mais no grupo. Ganhamos apoiadores para acelerar ainda mais o desenvolvimento de skills que em outros momentos estaríamos correndo atrás com treinamentos formais. Pensando na estrutura de organização dos times, deixamos de ser os guardiões do organograma e passamos co-construir desenhos de equipes e de responsabilidades que façam sentido, junto com as áreas. Novamente, temos um trabalho a diversas mãos e cabeças sempre que passamos por um processo de redesenho da nossa estrutura. Tem um ponto importante nesta estratégia. Se existe uma necessidade, precisamos dar visibilidade para ela. Chamar pessoas que também sentem as dores e que querem fazer acontecer, somar esforços e alcançar nossos objetivos. Ter parceiros ajuda a desenvolver nosso comprometimento com as coisas


Todos os insights aqui descritos reforçam nosso objetivo de fortalecer a capacidade de cada um de agir frente ao contexto que estão inseridos. De estabelecer aquela relação de ganha ganha que satisfaz todo mundo. Temos muita estrada pela frente, aumentando a quantidade de insights e os resultados que eles vão nos permitir construir na ilegra. Que sigamos sendo reconhecidas como uma das melhores empresas para se trabalhar, já que isso faz tanto sentido para nós!

Andréia Zambon Braga

Team Leader of Talent Attraction and Employer Branding | OKR Champion

6 a

Que lindo ver tudo que acreditamos reunido assim! Muito orgulho de fazer parte desse time! Parabéns pelo texto, Emi <3

Andrêus Sousa

Psicólogo Clínico | Consultor de Carreira | Orientação Profissional | Psicologia

6 a

Oi Emi! Primeiro parabéns pelo texto e segundo parabéns para a Ilegra pela conquista! Uma coisa que ficou clara foi de que vocês estão buscando se tornar um RH bastante flexível e aberto para construir juntamente as equipes e aos apoiadores as novas formas de agir e pensar a carreira e a experiência dos apoiadores com o RH. Fico bem contente de ver essa postura de vocês, se afastando de estruturas e modelos rígidos pra modelos mais flexíveis, se atualizando e se tornando mais adaptáveis para lidar tanto com as demandas do mercado como com a dos colaboradores! Parabéns!

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