Há quanto tempo você sente que está distante de você?
Muitas vezes o mundo, a sociedade, as famílias, as profissões e as relações exigem da gente... Exigem que a gente caiba exatamente em um formato, jeito e caixinha que OS deixem confortáveis. Mas infelizmente nem sempre o conforto do outro está baseado naquilo que nos nutre, que nos potencializa e que nos permite ser quem legitimamente somos; e com o tempo isso dói, e dói muito.
Por amor, por humildade e por vontade de nos sentirmos pertencentes a gente até aceita a ideia de se moldar um pouquinho aqui e ali, mas e quando isso vira hábito e costume?
Quem seremos quando acostumadas e acostumados a sermos a expectativa de alguém?
A princípio seremos alguém possivelmente muito querido pelos demais, não é!? Mas será que estamos sendo querides para nós mesmes? Isso tudo pode acontecer de forma muito "sutil".
Por exemplo, quantos de nós não escutamos alguma frase assim ou similar:
"Você quer trabalhar com o que? Não! Que invenção, trabalha com isso aqui que é mais seguro! (seguro "pra mim" - a pessoa por detrás do pedido)"
"Ei, muda um pouquinho a tua roupa, acho que fica mais legal assim (pra mim)"
"Ei, fala um pouco menos, essa sua comunicação toda me incomoda e me assunta, acho que assim você vai ficar mais legal (pra mim)"
"Ei, brilha um pouco menos, esse brilho todo é estranho, chama muito atenção, e pode ser melhor de tal jeito (pra mim)"
"Que músicas são essas que você escuta? Que estranhas! Escuta essas outras, pode ser melhor (pra mim)"
"Que papo estranho é esse? Vamos conversar sobre outra coisa, é melhor (pra mim).
Quem nunca?
Pode ser sutil, a gente nem percebe na hora, mas quanto de nós deixamos de ser para ser os melhores "para alguém"?
Chega em um momento que a gente nem sabe mais quem é, o que gostamos, o que nos nutre, nos alimentas e faz o nosso coração vibrar.
Hobbies? Será que eu tenho? Nem lembro mais o que é isso. Prazeres no cotidiano? Não sei, talvez maratonar séries? Será que gostamos apenas disso?
Quando a gente se perde na necessidade de caber em alguns lugares e relações, infelizmente a gente se perde junto também.E isso reverbera em nosso corpo e em nossa vida de diversas formas.
Precisamos estar em lugares e relações onde haja evolução e nutrição mútua. Onde somos potencializados e podemos potencializar.
E como a gente consegue mudar isso? Como a gente sai do limbo de não sermos nós mesmas?
Primeiramente, reconstruindo uma relação conosco. Olhando pra dentro e se perguntando " o que eu verdadeiramente amo ser e fazer?"
Estas perguntas abrem as postas para o caminho da reconexão com nossa essência.
Ah, no começo vai parecer que você está nadando contra a maré, mas é normal quando faz muito tempo que estamos distante da gente. Mas isso é um bom sinal, é sinal de que você está relembrando seus valores e onde cabe seu conforto.
Mas coragem, se parir é um dos atos mais lindo e necessários da vida.
Ótima jornada pra ti!
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Ah, por falar em nadar contra maré aqui está uma leitura para refletimos sobre: