Hacked Marketing
Já faz tempo que o marketing foi hackeado pelo digital e pelas redes sociais. As consideradas mídias de massa não são mais as únicas controladoras da narrativa e do mindset geral. Este poder agora é compartilhado com você, seu vizinho, sua mãe, e por aí vai.
Mídia de massa hoje são os bilhões de smartphones nas mãos e olhos da população global.
Cada um tem sua tela particular, sua voz, suas intenções, sua audiência e seus feeds. Sem desenvolver um juízo de valor, essa é a realidade.
E cada um é também um gerador de conteúdo para a sua própria audiência. Se o meio é horizontal, a capacidade de impactar determinados grupos é para a grande maioria da população, vertical. A parte importante é que por ser vertical e referenciado, vale muito, pelo menos para aquelas audiências. Agora multiplique por bilhões de pessoas.
Então como fica o trabalho do profissional de marketing hoje, atropelado pela granularidade da narrativa de cada iniciativa? Como dizia uma música do Velvet Revolver, “Let it roll”.
Na minha opinião o jeito de lidar com isso é aceitando e abraçando esta complexidade.
As marcas não podem ou melhor não devem tentar controlar a narrativa, porque simplesmente ela não pertence mais exclusivamente a elas.
Pense em um novo colaborador de uma empresa postando suas primeiras impressões, alguém postando uma promoção ou a festa da firma. Tudo isso é marketing e tudo isso constrói percepção de imagem para as empresas e os negócios.
O reverso da moeda é que uma má interação também pode causar um dano às vezes irreparável. Esse é o mundo em que vivemos e isso é ótimo.
O que está em nosso controle é ter muito clara a proposta de valor, a posição e nosso impacto no mundo, ser uma boa marca, fazer coisas boas para os públicos de interesse, promover movimentos positivos, o arcabouço de iniciativas que de fato constroem a essência do seu negócio tem a obrigação de ser impecável. A partir daí, a bola passa para todos.
Frame de propósito
É talvez o maior desafio no desenvolvimento de um posicionamento e posteriormente em todas as estratégias que depois dele, contribuem para construir um negócio: métricas e objetivos claros, hiper personalização de mensagens, entendimento e presença positiva nas jornadas, soluções preditivas e automação de processos, benefícios tangíveis, baseados em experiências e lealdade. Entrega de valor real: percebido e personalizado.
Tudo isso é possível, mas precisa necessariamente de uma visão baseada em deixar o controle de lado e abraçar o imponderável do comportamento humano, influenciado positivamente a partir de seus atos, e não controlando cada iniciativa e interação.
Se conseguirmos nos livrar deste “peso’, com certeza vamos construir marcas mais relevantes, integradas e valorizadas pelos públicos de interesse, sejam eles quais forem, porque em certa medida serão construídas por eles também.
A co-criação agora é integrada entre quem desenvolve e quem consome.
Abraçar o marketing como uma língua comum que é franqueada a todos que dela quiserem se utilizar e com isso de fato causar um impacto positivo na cultura e na vida destes públicos é o novo “L"do marketing. Esqueça o controle. Let it roll.
Diretor de Mídia
3 aExcelente Rodrigo, “Let it Roll”.