HealthCare Metaverse: Além do óbvio

HealthCare Metaverse: Além do óbvio

O artigo que escrevi e publiquei em janeiro de 2020, "As 10 megatendências em healthcare para a próxima década", já destacava o Metaverso como pilar da megatendência nomeada como "Desaparecimento da fronteira entre mundo Físico e Virtual".

A última frase do artigo - "Te vejo no Metaverse?" está cada vez mais próxima.

O QUE É, AFINAL, O TÃO FALADO METAVERSO?

São várias as tentativas de defini-lo e a maioria destas tentativas evidencia nossa limitada capacidade de entender seu real significado, bem como seu enorme potencial de possibilidades.

Uma das definições que li dizia; "tipo de mundo virtual em que se reproduz a realidade através de dispositivos digitais".

Portanto, ao nos ser viabilizada a chance de criarmos um "mundo" praticamente sem limites, nos limitamos em um primeiro momento a reproduzir nossa realidade. Nada mais humano do que isto.

Gosto particularmente da definição do site Olhar Digital: "Mundo Virtual aonde as pessoas poderão socializar, trabalhar e se divertir".

A esta definição eu acrescentaria: "... e expandir nossos limites que atualmente estão restritos, dentro outros, pelas leis da Física"

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O PRIMEIRO IMPACTO: MAIORES POSSIBILIDADES PARA DESLOCALIZAÇÃO DOS CUIDADOS RELACIONADOS À SAÚDE

Hoje em dia, o cuidado virtual é limitado pela necessidade de contato físico em certas situações e por legislações que buscam regular a sua expansão.

O crescimento exponencial que vivenciaremos nos próximos anos em relação ao nível de imersão no Metaverso somado à revolução do 5G irão possibilitar a transposição destas limitações.

Neste momento, o Metaverso irá ampliar de forma colossal a área geográfica de influência para cuidados à saúde. Esta área é tradicionalmente restrita a um raio de 100 km, especialmente entre as populações menos favorecidas.

Qualquer habitante de nosso planeta que tenha acesso a um ponto de entrada ao mundo virtual com um nível mínimo de imersão está apto a acessar esta nova realidade. 

Barreiras de linguagem e culturais serão vencidas por meio da utilização de Inteligência Artificial. 

Neste “novo mundo”, um cirurgião que opera em uma cidade com alguns milhões de habitante e disputa estes pacientes com centenas de colegas passaria a ter um mercado potencial de bilhões de pacientes disputados com centenas de milhares de especialistas. 

Braços robóticos operados remotamente irão viabilizar as cirurgias nestes MetaVersos.

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Qual será a dinâmica que irá surgir nesta nova realidade?

Assumindo que haverá um grande progresso no acesso e processamento de dados, em alguns anos será relativamente fácil identificar os especialistas que entregam os melhores resultados no tratamento de uma determinada patologia. Para estes especialistas, a demanda pelos seus serviços será muito maior que sua capacidade de atender.

Como este profissional alocará seus esforços, suas horas de dedicação? Para os pacientes mais complexos e com maior necessidade de sua atenção? Para os que pagarem os maiores honorários? Uma combinação de ambas? Serão priorizados pacientes com maior número de seguidores e, portanto, com potencial de dar maior visibilidade aos serviços prestados?

Para aqueles que vêm o Metaverso como uma réplica do nosso mundo real, poderia ser por uma área de influência de até 50 terrenos do seu consultório virtual.

Livramos da restrição geográfica neste mundo virtual para simplesmente recria-la no Metaverso!!!

Parece um contrassenso? Vejam como está aquecido o mercado de terrenos virtuais no Metaverso Sandbox. Vocês devem ter visto o caso do investidor que pagou 450mil dólares em um terreno virtual para ser vizinho da Mansão do Snoop Dogg e, potencialmente, ter acesso privilegiado aos eventos que irão acontecer por lá.

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Em termos práticos, profissionais e instituições de saúde devem estar focados na melhoria contínua que permitirão que se mantenham relevantes em um ambiente em que a transparência dos resultados clínicos entregues será potencializada e o nível de competição será levado a outro nível de grandeza.

Outro ponto é decidir o momento de construir presença nestes Metaversos. Será que faz sentido investir em um terreno como em Sandbox e estabelecer uma presença inicial?

Será que a evolução dos mesmos deve ser monitorada até que o nível de imersão permita realmente uma assistência virtual para além do que existe hoje em dia? 

Minha opinião é que a entrada neste momento é puramente especulativa ou ação de marketing para gerar demanda para o mundo real.

Acredito que formas mais efetivas de alocação de recurso irão derrubar o valor da posse destes terrenos virtuais e que o momento de escalar os investimentos será poucos anos antes de pontos de entrada realmente imersivos começarem a ser popularizados. 

Nos próximos artigos, abordarei como a possibilidade de acelerar e retroceder o tempo nestes Metaversos poderá ampliar a efetividade de educação de profissionais de saúde, como a criação de mundos de fantasia poderão tornar o tratamento de crianças com câncer menos sofrido, e como os avanços em imersividade poderão fazer com que as mentes de cirurgiões acreditem terem quatro braços e os controle simultaneamente. 

Enfim, o futuro do Metaverso não será mera réplica do mundo físico atual. 

As possibilidades viabilizadas pelo Metaverso são absolutamente empolgantes.

Dentro deste contexto temporariamente novo e diferente, as escolhas continuam sendo nossas, bem como as respectivas consequências. Por isso, te convido à reflexão... E você? Qual será a sua escolha? Qual sua visão sobre as possibilidades deste novo mundo?

Sigamos nesta evolução de Avatares para MetaSapiens!

Daniele Costa e Silva

Coordenadora Secretaria de Governança na Unimed São José dos Campos - Cooperativa de Trabalho Médico

2 a

Excelente artigo. Metaverso será um grande avanço para a área da medicina, ampliando diagnósticos à distância, possibilitando atendimentos de qualquer lugar do mundo

🚀🚀🚀🚀 Coisas boas logo na esquina!!

RICARDO VALENTE, MD, MBA

Ophthalmologist, Health Manager and passionate about VBHC

2 a

Parabéns pelo texto Fabricio Campolina

Alexandre Albuquerque Almeida

Diretor, Head Jurídico, Compliance, Governança e Proteção de Dados - Civil | Societário | Trabalhista | Consumidor | LGPD | Regulatório | Contratos | Corporate | IPO M&A | Legal Operations | Inovação | Gestão | Liderança

2 a

Ótimo texto, Fabricio!!

Bruna Cutrupi

Senior Strategic Account Manager na Johnson & Johnson

2 a

Uma nova era !

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