Hora da Reflexão

Um país com mais de 12 milhões de desempregados, um Rio de Janeiro sem qualquer capacidade administrativa e de atrair novos investimentos, e uma cultura empresarial que exclui profissionais ou reduz a possibilidade de recolocação em função do tempo de experiência deixar de ser relevante. São com essas variáveis que estamos lidando no momento.

Com 28 anos de experiência em Comunicação e Marketing, tendo atuado em empresas multinacionais e Nacionais, evolui de assessoria de Imprensa e jornalismo de TV para estrategista em marcas e negócios. Construí histórias reconhecidas em prêmios e com efetividade em negócios e mercado. E, hoje, acredito que temos centenas de pessoas que estão buscando a reinvenção, uma vez que o mercado de trabalho não absorve mais o profissional experiente.  É óbvio que os jovens de hoje têm uma capacidade inovativa e empreendedora que é peculiar a sua geração. Porém, a vida é feita de equilíbrio. A combinação de fatores ainda deveria propor mais sucesso.

 E, sim, estamos bebendo de nosso próprio veneno. Porque eu também já não contratei pessoas por terem mais idade, e por achar que se frustrariam em algum momento. Mas aprendizado, esse, não tem idade graças a Deus. E, continuo a evoluir ainda mais como ser humano.

O que mais me deixa emblemática é saber que o meu conhecimento não está sendo compartilhado com pessoas que estão em desenvolvimento, que não poderei testar a capacidade criativa e de resposta rápida de alguém que acabou de entrar no mercado de trabalho. Que o que eu demorei tanto para reunir, terá que ficar por aqui, por enquanto.

E acordo me perguntando: Viro um blogueira, ou influencer, para perpetuar ideias? Inundo o Linked In de artigos ou experiências? Ofereço ao mercado a minha capacidade de pensar estrategicamente, a tal mentoria? Viro professora? Ou, simplesmente aquieto a minha mente e me volto a um mundo que, pela primeira vez, tenho a possibilidade de me aprofundar e experimentar sensações, sentimentos que aproveitava apenas em fim de semana e férias?

Para todos os que leram esse texto, esse é apenas a reflexão de alguém que sabe que fez diferença para muitos e hoje gostaria de direcionar energia para reposicionar os que também fizeram diferença pra mim, mas que por algum motivo estão perdidos nesse Brasil que não aproveita o potencial que tem e que despreza experiência acumulada de muitos erros e acertos de profissionais amadurecidos, digamos assim.  

Enfim, que um dia nós, seres humanos brasileiros, tenhamos a capacidade de respeitar, acreditar e manter o desenvolvimento apesar das varáveis que nos são impostas ao recomeço. E entender que o potencial criativo não tem idade. Tem diferenças sim entre o que ainda não viveu o suficiente, mas acredita, e aquele que já testou inúmeras teorias e direciona.