A Hotelaria e a Tecnologia

Sempre fui uma pessoa antenada com a tecnologia, fosse pelos celulares, computadores, vídeo games e automóveis. As novidades me estimulava em aprender a usar, como ter melhor proveito e rendimento de uso. Trabalhei pro vários anos no turismo até embarcar, por pura coincidência do destino, em uma empresa de tecnologia.

Entrei em 2016 na CMNET, que em pouco tempo se transformava em TOTVS CMNet, devido a aquisição junto a essa gigante da tecnologia.

Antes da CM (carinhosamente chamada), trabalhei na maior operadora de turismo corporativo do Brasil, a TREND Operadora. O que mais admirava na TREND era a tecnologia embarcada em seu portal. A TREND foi a primeira operadora a disponibilizar “online” as tarifas e allotment (disponibilidade) dos hotéis, bastava o agente de viagem ter seu login e senha e efetuar a compra. Algo sensacional para a época, e mesmo já com vários concorrentes utilizando o mesmo padrão, a TREND nadava a braçada com seu portal muito mais tecnológico que as outras operadoras. Falando em OTA (Online Travel Agent), a Booking chegava pós copa do mundo com tudo e com um portal fantástico, com BI, dashboard simples e práticos, e a facilidade de cadastrar as tarifas diretamente no portal.

A hotelaria aproveitou (e aproveita) dessa tecnologia que abrange seu hotel para o mundo todo, direcionado ao setor específico (clientes corporativos, turismo e eventos), ao curioso, o turista casual e o de última hora (que aproveita algumas tarifas “last minute”).

Pois bem, entrei na CM com essa visão de tecnologia mais apurada. O produto vendido é o mais completo do mercado, com dezenas de módulos e um “backoffice” simplesmente sensacional. Passei minha peleja em aprender como utilizar, como vender, como oferecer corretamente e quais pontos de melhorias eu podia obter junto ao hoteleiro.

Eis que descubro algo na hotelaria que em 2016, ano que entrei na CM, me deixou confuso. O hoteleiro investia em tecnologia para distribuir suas vendas, seja em OTA, operadoras, portais e não utiliza tecnologia em seu próprio hotel. Foi uma missão!

Entendo, obviamente, que a distribuição de suas vendas é onde entra o “dinheiro” do hotel, mas por exemplo, o que o hotel usa de tecnologia para seu hóspede voltar ao hotel? Como ele sabe o nível de satisfação em sua hospedagem, o banho estava quente? A internet estava boa?

Existe aquela grande diferença entre preço e valor, e na minha visão de entusiasta da tecnologia, o valor tem que ser apreciado acima de preço, que passa a ser uma consequência mediantes os resultados adquiridos no processo de utilização, gestão e controle que a tecnologia nos traz.

“Leo, é cultural, temos que evangelizar os hoteleiros”, palavras de um grande amigo, e devo concordar. Estamos em 2019, cama, banho, tv e internet viraram “commodities” ou seja, é primário para o hospede, ele quer mais!! Ele quer pré-checkin, Netflix na tv, canais direcionados ao seu gosto, cardápio digital, quer fazer uma reclamação sem precisar de contato humano, conhecer a região e o que fazer dentro do hotel, tem uma dezena de novidades e usabilidades que os hóspedes querem utilizar, dentro de sua privacidade.

Utilizar os Lobbys do hotel com serviços, shows, programas específicos (obras de arte, pequenos eventos, dj´s) que chamem atenção pra o consumo e a utilização de um lugar tão bem projetado quanto um Lobby. Tecnologia pode influenciar, seja um APP, um chatbot, uma mensagem.

Conheça seu hospede, faça ele voltar consultando o hotel, planeje mimos! Enfim, use em seu hotel o que usamos diariamente a nosso favor, a tecnologia!

Me reservo aos possíveis erros de português e agradeço por seu tempo na leitura!