Idade não é documento no mundo profissional
Cena do filme "Os estagiários"(Twentieth Century Fox España)

Idade não é documento no mundo profissional

Ao chegar aos 50 anos, meu saudoso pai, João, não cansava de dizer: já vivi meio século, estou satisfeito. Os filhos encaminhados. E eu tinha 10 anos quando ouvia isso. Era um pensamento comum, no século passado. Tendo já atingido essa marca, com a mentalidade do século XXI, o céu é o meu limite para mim.

Ora, envelhecer é um processo inexorável. Todos passamos por isso. No entanto, quando optamos por viver como aprendizes, abertos sempre a novos conhecimentos, nosso tempo de validade amplia-se e a cronologia fica em segundo plano.

Levando o assunto para o mundo das organizações, sabe-se que em muitas delas ainda perdura o velho paradigma de que profissionais acima dos 40, 50 anos já não apresentam bons resultados e a aposentadoria é o caminho natural. Ledo engano. Dependendo do perfil do profissional dessa faixa etária, se uma pessoa afeita ao aprendizado contínuo, sua presença em equipes pode contribuir, e muito, para o sucesso de um empreendimento.

Cada vez que penso nesse assunto, lembro-me da comédia “Os estagiários” (EUA, 2013), na qual Billy (Vince Vaughn) e Nick (Owen Wilson), dois vendedores desempregados, participam de uma seleção de estagiários da Google, num contexto tecnológico do qual não conheciam.

Trata-se de uma ficção, um filme para entreter. No entanto, o divertido enredo deixa transparecer o conceito de que, em meio a tanta juventude e domínio do mundo digital, pode faltar a experiência de veteranos. Billy e Nick (ambos na casa dos 40, mais que o dobro da idade dos colegas) acabam tendo um papel decisivo para que a sua equipe conquiste, no final da história, a vaga para estagiar na megaempresa estadunidense.

Profissionais maduros, que aprenderam a aprender e fazem da sua jornada um processo dinâmico de construção, com flexibilidade e proatividade, têm muito a oferecer aos mercados. Um diferencial que muitas empresas podem ter. Basta superar a visão linear, de que envelhecimento é sinônimo de obsoleto.


 

Muito boa leitura.  Precisamos quebrar esse paradigma cultural de idade, já que caminhamos para a longevidade a passos largos através do trans-humanismo e outras formas de conhecimento. Abraço.

Mylene Salgado

Direção na S&S Comunicação Estratégica e Marketing

5 a

Ótima reflexão, quando o mercado está exigindo esta mescla, isto é diversidade.

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