IDENTIDADE ONU - Inicio
Introdução
Caros amigos
No artigo anterior observei uma reflexão sobre o processamento histórico da COP em relação à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, visando avançar ações sobre o clima em termos de medidas para organizar as relações humanas e nacionais sobre o tema, para além do mercado de carbono.
Neste artigo de hoje, faço duas observações para a avaliação comum das pessoas sobre as negociações do documento final da COP28 (o Balanço Global de Carbono, conhecido como Global Stocktake), com este mesmo objetivo:
Avançar das medidas de mercado, derivadas do Acordo de Paris, para medidas culturais essenciais baseadas além do clima nestes elementos:
Segurança global sobre a paz, a guerra e o equilíbrio entre a unidade e a diversidade da saúde e da vida ambiental, humana e não humana no planeta.
Obrigado a todos pela atenção.
Medidas Culturais Essenciais – esclarecimento
Por medidas culturais refiro-me a medidas sociais não económicas ou de pura gestão identitária, saneamento lexical linguístico e democrático, "saneamento psicológico e energético em todo o mundo" que estão associadas a questões sobre as alterações climáticas - mas que ainda permanecem fora da agenda levantada por uma economia fixada na lei do lucro, do mercado, da concorrência e do crescimento contínuo da economia e do trabalho financeiro
Medidas que consideram as mudanças genéticas, identitárias e linguísticas da vida e da energia do sistema climático em movimento, cujo foco passa do aquecimento para a sustentação da saúde, da paz e da segurança comum no território universal terrestre e interplanetário.
Observações
Estas são as duas observações que registro para vocês:
1. A observação da falta absoluta das avaliações humanas sobre a extensão dos impactos negativos da desordem identitária, linguística, falta de um saneamento léxico e controle da ´proliferação e uso da energia nuclear – onde nós vivenciamos o uso excessivo de composições energéticas artificiais ou industriais, promovidas na COP para a exploração e crescimento de mercado, competição e controle da vida no/do planeta... Embora essas avaliações estejam em uma campanha de apresentação cênica nos conflitos geopolíticos (nacionais ou internacionais).
2. A observação da necessidade do estabelecimento de um Estado de Unidade Mundial (Estado de Cultura e Governança Mundial) sobre o bem-estar, a defesa e o desenvolvimento da diversidade da vida no/do planeta em dimensão universal para preencher essa lacuna.
Proliferação e uso de energia – em especial a nuclear
Em artigos anteriores eu destaquei o ordenamento identitário e linguístico. mundial como medida sanitária da comunicação e relação social humana comum.
Neste eu vou destacar os impactos da proliferação e uso das energias (destacando a nuclear) e a necessidade de seu ordenamento, não eliminação, extinção e coisa assim. Apenas ordenamento.
Mas, como fundamento da ação de ordenamento cultural global eu destaco aqui:]
1. A identidade ONU,
2. Cinco elementos postados nas COPS que exigem a integração de todas as civilizações do planeta nessa ação para obtermos, para além das guerras, o referido Estado de Cultura e Governança Mundial sobre o bem-estar, a defesa e o desenvolvimento da diversidade da vida no/do planeta em dimensão universal.
3. A situação da desordem mundial
A IDENTIDADE ONU
Comecemos pela identificação da ONU. Porque é necessário saber essa identidade e o que ela significa para se chegar a este ponto:
Ter uma melhor tolerância, compreensão e domínio do papel da organização no exercício da gestão da direção diplomática mundial sobre as questões de unidade, paz, segurança, clima e bem-estar da diversidade cultural mundial das pessoas, famílias, comunidades, povos, estados, nações e culturas do planeta.
Como eu disse em uma curta declaração postada no Facebook e grupos de amigos, a ONU não é uma organização dos E.U.A, Reino Unido, França, Rússia (Estado sucessor da União Soviética) e China e seu domínio das demais nações como vencedores da Segunda Guerra Mundial e portadores das maiores armas do mundo - ou um protetorado (um organismo com atributos de Estado independente internacional subordinado a uma ou mais potências que o protege, decide sua política externa e controla internamente seu governo, seu judiciário e suas disposições financeiras... Como muitos pretendem torna-la
Não é nem sequer representativa de um Estado de Governo Mundial. Embora seja ela uma força de representação dos poderes nacionais, militares, governamentais, políticos e econômicos do planeta, para a criação e desenvolvimento de um Estado cultural e de Governança Mundial projetado juridicamente. E, por essa razão dotada de um Conselho de Segurança com poder de veto, secretaria Geral e CIJ que lhe garante sustentabilidade para ações de consenso e regulação de conflitos relativo aos poderes dominantes e seus associados.
Assim, de fato e por justiça, a ONU também não é a organização religiosa, política, militar, econômica, social e jurídica que queremos ou como queira as organizações Internacionais voluntárias de Estados Soberanos e culturas próprias. As organizações firmadas por um tratado internacional de personalidade jurídica que visam ou atestam um propósito e interesse comum de compromisso internacional relativo a uma dupla, tríade ou grupo de nações – onde temos, por exemplo a Commonwealth of Nations (56 nações) com o tratado de Singapura (1971) e a adoção da Carta da Commonwealth em 2012 que refletem uma cooperação direta com a Liga das Nações e a ONU. Não representa ainda esses elementos – embora deva ser seu eixo regulador
1. Os tratados bilaterais entre E.U.A e União soviética ou Rússia desde 1965 (nenhum realmente cumprido),
2. A Conferência Mundial de Chefes de Justiça na Índia com várias declarações de apoio a fundação de um parlamento mundial ou o próprio ativismo mundial na campanha e planos por essa ação que envolve diversos grupos de interesse políticos, econômicos e governamentais.
3. O G20, Organização Mundial do Comércio (OMC), Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI), etc
Com tudo isso e acima disso, o que é a ONU em sua identidade de origem?
É a organização das relações, conjunções e projeções daquilo que somos (como a soma dos DNA de Pais e Mães que definem a criação do Ser e a sua identificação paterno-materna e pessoal), conforme definido na sua Carta – a saber:
Cidadão do Planeta Terra. Cidadãos da Guerra e da Paz do Mundo/planeta Terra ordenados para a formação oficial da unidade mundial sobre o bem-estar, a defesa e o desenvolvimento do planeta e da vida no/do planeta em dimensão universal – portanto, supranacional.
Do ponto de vista cientifico, na visão do horizonte de um novo humanismo planetário, desenhada por Mauro Centri e Edgar Morim, apresentada por Morim em seu artigo de 05-12-2023 e traduzido por Luisa Rabolini, esse seria o papel da ONU dentro do que ela é:
Elaborar a consciência de uma “comunidade de destino” de todos os povos da Terra, bem como de” toda a humanidade com a própria Terra (e, acrescento, com o universo).
O que significa do seu ponto de vista, elaborar "a condição humana na época global. Eu diria, a condição humana da época da globalização que ainda não é ensinada em nossas relações pessoais, familiares e escolares e, portanto, não é reconhecida pelas nossas mentes nacionalistas.
O que, ainda pegando carona na fala de Morim, “exige não isolar o humano, mas situá-lo em seus contextos cósmicos, físicos, biológicos, sociais e culturais, e agora também na comunidade de destino planetário”. De farto e por direito sem tentar substitui-lo pela IA, reprodução mecânica de bebês personalizados ou humanos “aprimorados”. Segundo o próprio Morim, por força dos “motores conjuntos da ciência/tecnologia/economia” pessoas impulsionadas em direção a criação de um “homem aumentado”, mas em nada melhorado, em direção a uma sociedade governada por algoritmos (sequência de instruções de comando), que tende a se deixar guiar pela inteligência artificial e, ao mesmo tempo, a nos transformar em máquinas banais... Isso é ciência com consciência na defesa dos direitos humanos.
Dentro desse contexto que tipo de ação cabe a ONU?
Certamente não é governar, ter o poder militar, econômico e social das nações dominantes ou das civilizações religiosas do planeta para controle mundial. Não é também a luta (guerra psicológico-econômica) contra a pobreza (como a economia mundial defende).
Portanto, não é a defesa de qualquer mercado ou negócio como o mercado de carbono, o mercado de exploração energética ou da competição armada ou diversivas da socialização e educação dos jogos, prêmios e campanhas por aquisição financeira e de entretenimento, voltados para o investimento nos mercados de guerra e poder, feitos junto a pessoas, estados e governos.
Na verdade, caso o mundo considere a Carta, Declaração Universal dos Direitos Humanos, Convenção sobre os Direitos das Crianças, declarações, tratados e convenções da ONU associadas sobre paz, guerra, segurança e integração social entre pobreza e riqueza em condição de bem-estar ou saúde e desenvolvimento comum, essa é a direção da ONU apresentada pelos governos de estado e forças militares dos países vencedores da segunda guerra mundial e legitimada de forma consensual por todas aas nações membros da organização (hoje 196):
Promover e tornar fixa, estável e permanente, a relação familiar do homem, mulher, filhos, municípios, estados, nações e seu corpo democrático-diplomático dentro ou fora do território terrestre, no estabelecimento, valorização e desenvolvimento da unidade, paz, segurança e bem-estar da vida do/no planeta.
É realizar essa ação face a qualquer situação que cada um possa ter diante de suas relações.
Recomendados pelo LinkedIn
O que significa não deixar ninguém para trás e envolve de fato e por justiça a diversidade cultural mundial das pessoas, famílias, comunidades, povos, estados, nações e culturas em relação direta com os elementos de base constitucional da ONU identificados acima:.
A Carta, Declaração Universal dos Direitos Humanos, Convenção sob os Direitos das Crianças, declarações, tratados e convenções associadas.
Os cinco elementos
Eu destaco aqui cinco elementos registrados nas COP que constituem uns excelentes contextos para a articulação de uma aliança – não apenas negócios – da ONU com a cultura no ordenamento do que Mr Morim denominou “comunidade de destino”
1. A declaração de Toronto de que, em termos de impacto negativo no planeta, somente os impactos de uma guerra nuclear (dentro ou fora do planeta) poderia ser piores que os das mudanças climáticas
2. O alerta do secretário-geral das Nações Unidas, Antônio Guterres de que, “Nosso mundo precisa de ação climática em todas as frentes – tudo, em todos os lugares, ao mesmo tempo”
3. A definição no relatório de síntese do Balanço Global atual sobre clima de que:
a) “o mundo está fora de curso em todos os quesitos de avaliação;
b) há uma “lacuna de emissões” e,
c) os atuais compromissos climáticos (mostrado em termos de compromissos/investimentos econômicos, mas existentes para além da economia como compromissos sociais não econômicos, militares, religiosos, pátrios, sociais e científicos) não são suficientes para limitar o aquecimento global (e tudo que ele representa em genética de vida e morte no/do planeta, onde podemos dizer que precisamos de ações de cuidados e medidas sanitárias da natureza para além da ideia de limpeza como remoção de sujidades ou garantia de pureza.
4. A iniciativa de criação de um pavilhão inter-religioso dentro da COP 28 por ação Patrocinada pelo Xeique Mohamed bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados, e organizada pelo Conselho Muçulmano de Anciãos em colaboração com a Santa Sé, a Presidência da COP28. e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). sobre o qual Sultan Al Jaberv, presidindo a COP 28 declarou: "Nosso objetivo é garantir que a Cop28 amplifique o apelo à ação dos líderes religiosos globais para envolver muitas comunidades em todo o mundo na ação climática".
5. A declaração do Papa Francisco de que “salvaguardar a paz é tarefa também das religiões” (todas elas) por ele identificadas como “consciência da humanidade” (o que eu identifico como forças civilizacionais de história, sabedoria, socialização, educação e ciência)
Situação Mundial em 2023 d.C.
Considerando estes dados, a pergunta é:
Qual a situação governamental e cultural do planeta nesse ponto da história ?
Nós estamos diante de um Estado em desordem com esse fluxo de realidades dentro e fora da COP 28, ODS e relações internacionais e humanos:
1. O problema da identidade (e eu acrescento da linguística) humana que, como observam Mauro Centri e Morim, inclui o problema da Natureza. Um problema que envolve cidadania e defesa territorial, ambiental e humana – natural, tecna e virtual. Ou não-humana.
2. Os conflitos entre interesses de potencias de Estado, governo, economia, forças militares e sociedades em situações de vida e morte em condições vulneráveis ou de migração internacionais (segundo o relatório da ONU de 2022 nós tivemos no ano passado cerca de 281 milhões de migrantes internacionais, o equivalente a 3,6 % da população global) sob a proteção, tutela e controle do mercado econômico mundial de doações e domínio social .
3. A guerra russo-ucraniana, outras guerras e conflitos no planeta, competições e explorações econômicas sobre sanções generalizadas e COVID 19.
4. Os Conflitos financeiros de moedas.
5. Revolução industrial 4.0 com redefinição de mercados, trabalho e zonas econômicas de circulação e controle humano mecânico sob as relações, comerciais de competição e lucro padronizadas sob o pano de fundo de poder aquisitivo, financiamento e reinvestimento ou submissão do poder petrolífero em favor da “energia Limpa” ou renovável
6. Uma crescente onda de conflitos de juricidade penal entre pessoas, estados e governos sobre danos e investigação da destruição em massa do ambiente durante guerras (tendo a guerra russo-ucraniana como motor da ação). O que tende a colocar em conflito direto o TPI, CIJ e o tripé constitucional da ONU (e conseguintemente os principais órgãos da ONU). Uma ação que parte da Ucrânia em conjunto com parceiros internacionais como acusação de ecocídio como crime de guerra - tipificação jurídica de crime, em curso em vários países sob objetivos de compensação econômica, não prevista no TPI Tribunal Penal Internacional, embora seu artigo 8 preveja "crimes de guerra" (não danos de guerra) que causam danos ambientais.. Certamente uma ação cujo impacto nas potencias de guerra tendem a ser economicamente explosivos.
E, face a este fato, todos os governos e culturas no planeta estão em situação de risco de vida (doenças) e morte (outro ponto de vida) no Relógio do Juízo Final mantido desde 1947 pelo comitê da organização Boletim dos Cientistas Atómicos da Universidade de Chicago. Onde temos no cenário de relação das supersônicas nacionais e relações internacionais globais esses elementos andando em circulo e manifestando a desordem: :
a) O mercado de livre comércio, negócio e competição que inclui alterações climáticas, ameaças e efeitos ou possibilidades de energias artificiais (nuclear, elétrica e demais tipos) sobre a vida, morte e sobrevivência humana, não humana e ambiental.
b) Conflitos de comunicação identitárias, linguísticas e de léxicos ou entendimentos e alocução (discursos breves)
c) escassez de recursos e aumento da tutela e domínio das populações e nações de baixo e médio poder econômico
d) altas ambições financeiras e de propriedade, poder, lucro ou beneficio.
e) diversidade social e econômica crescente de pessoas e de IA,
f) ameaças de vírus, doença e intoxicações,
g) inadequação da gestão humana na coordenação global do clima natural e do clima artificial de energia concentradas ou extraídas de algum tipo de recurso da natureza planetária dentro do espaço terrestre e universal.
Um cenário que nos mostra que não pode ser revertido por uma ou cinco potencias vencedoras de guerras ou pela tutela econômica, policial e militar das pessoas, povos, estados e nações .
Lembrando que essas mesmas cinco nações vencedoras da segunda guerra mundial delegaram à ONU com seus aliados (totalizando 50/51 países no final da guerra e 193 após 78 de sua criação) e plena legitimação jurídica, política, governamental e militar, exatamente essa missão:
Conseguir alcançar e incorporar um Estado de justiça, paz e capacidade de garantir a segurança do planeta. A espera de legitimação cultural.
Assim, indicando que o novo mundo, a nova era e a nova geração de pessoa, família, tribos, comunidade, município, estado e governo em construção e desenvolvimento após a segunda guerra é a da unidade do planeta em sua multinacionalidade e multiculturalismo.
Conclusão
Posto isso eu faço uma pausa para as reflexões seguintes que irei postar no próximo artigo de “Identidade ONU”. – o caminho a percorrer”
Nele irei abordar as questões e proposições de ações sobre clima, guerra, paz e ODS dentro da linha de conduta do nosso DNA denominado ONU, e destas autoridades identitárias da cultura de paz dentro e fora das guerras, sociais, religiosas e políticas:
As crianças e mães, nossas senhoras, o Cristo Cósmico, Krishna , Muhammad, Amaterasu-ōmikami, Confúcio, Lao Tse, Sidarta Gautama, Mahatma Gandhi, Papa Francisco, Martin Luther, Nelson Mandela. Anna Eleanor Roosevelt, Wangari Maathai Vandana Shiva, além de Mauro Centri, Edgar Morim, o grande imã de Al-Azhar, o professor Ahmed Al-Tayeb e o Presidente dos Emirados Arabes Mohamed bin Zayed e Dr Jagdish Gandhi.
Com meu pleno apoio ao Estabelecimento, desenvolvimento e evolução de um Estado de Cultura, Governança, cidadania, paz e segurança mundial ...
Com a certeza de que jamais eu iria ambicionar ver nossos governos e autoridades culturais no planeta deixarem nossas gerações se guiar pela inteligência artificial e serem transformadas em máquinas banais sob o impulso do que Morim chamou de motores conjuntos da ciência/tecnologia/economia. As maquinas da revolução industrial 4.0 Carrego comigo a certeza de que a população humana, mulheres e homens em sua maternidade e paternidade, o poder do amor, criação e razão da criatura falará mais alto que o poder do medo, ambição e desejo.
Grato a todos pela atenção, reflexão, comentários e compartilhamento desse artigo e espera do próximo.
Com amor, paz e luz
Divino Roberto Veríssimo