IDSS - Dimensão 1
A Dimensão 1 do IDSS é especialmente dedicada à Qualidade em Atenção à Saúde.
O primeiro item, com peso 3, está relacionado à Proporção de Partos Cesáreos, e tem por objetivo estimular o parto normal. Para o cálculo do indicador são utilizadas como fonte as guias TISS processadas pela operadora, referentes ao período avaliado. É considerado o número de partos cesáreos realizados, em relação ao total de partos oriundos de planos com segmentação em obstetrícia. A redução na proporção de partos cesáreos em relação ao ano anterior, também compõe a avaliação. O indicador não se aplica a operadoras com número de partos inferior a 100.
O item 1.2, com peso 2, se refere a taxa de consultas pré natal, e tem como meta a realização de pelo menos 7 consultas durante a gestação de risco habitual. São consideradas para efeitos de cálculos as guias TISS preenchidas como pré natal e aquelas preenchidas com código de ginecologista/obstetra, no período do pré natal!
Os dois indicadores buscam estimular a qualificação do cuidado relacionado não só a mãe como ao futuro bebê. Reduzindo desfechos de prematuridade e mortalidade.
Por meio da implementação de um programa de parto adequado a operadora poderá qualificar a assistência prestada às suas beneficiárias e alcançar uma boa pontuação nesses dois indicadores! Para implantação do programa é importante conhecer o perfil epidemiológico da carteira: quantidade de mulheres em idade reprodutiva, perfil socioeconômico, para que as ações sejam de fato efetivas! O acolhimento da gestante é muito importante, nosso país ainda tem a cultura do parto cesáreo, palestras orientadoras, apoio psicológico e envolvimento da família no programa aumentam bastante o engajamento e taxa de sucesso!
Ainda dentro da dimensão 1, decidi abordar os itens 1.5 e 1.9. O item 1.5 se refere a Taxa de Citopatologia Cérvico Vaginal-oncótica, com peso 2. Para efeitos de cálculo do indicador é considerada a quantidade de exames realizados em mulheres de 25 a 64 anos, em relação à média de beneficiárias na mesma faixa etária oriundas de planos com segmentação ambulatorial. Esse indicador é extremamente importante e estratégico, ele visa estimular a prevenção ao câncer de colo de útero!
Já o indicador 1.9, peso 3, busca avaliar a Razão de Consultas Médicas Ambulatoriais com Generalista/Especialista para Idosos. O indicador considera a razão de consultas ambulatoriais com generalistas pelo número de consultas ambulatoriais com especialistas para beneficiários na faixa etária de 60 anos ou mais, no período considerado. Estimulando os cuidados primários de caráter preventivo, que de acordo com a literatura são 80% mais resolutivos que o cuidado centrado na atenção especializada! De forma indireta, estimula a adoção da estratégia de atenção Primária à Saúde, para além dos programas de gerenciamento de casos complexos e crônicos.
A principal reflexão a ser feita em relação à dimensão 1, é: como a operadora tem gerenciado a atenção prestada aos seus beneficiários? Essa dimensão deixa transparente à sociedade o modelo e estratégia de saúde adotado, operadoras focadas em um modelo de cuidado preventivo e com um bom gerenciamento da sua carteira terão um desempenho muito melhor! A dimensão traz, ainda, 3 indicadores que podem bonificar a pontuação final da operadora: 1.10, 1.11 e 1,12. Fiquem atentos!
Qualifiquem sua rede prestadora para o correto preenchimento das guias TISS, pois elas são a base para leitura da ANS!
Paula Corrêa