A Igualdade Leva à Mediocridade
Treinamento é um dos pilares do desenvolvimento organizacional. Empresas, frequentemente, investem milhões em programas de capacitação, com o objetivo de “nivelar” as equipes. Todos aprendendo juntos, no mesmo ritmo, recebendo as mesmas informações. Parece justo, mas...
Na prática, essa abordagem de "igualdade" no treinamento frequentemente falha. Não porque as pessoas não têm potencial, mas porque ignorar as diferenças de capacidades cognitivas e de aplicação prática leva a uma diluição dos resultados. Elliott Jaques, com sua Teoria da Estratificação Organizacional, nos mostrou que investir de forma genérica e massiva em treinamento pode ser não apenas ineficaz, mas também um desperdício de recursos.
O Erro da Igualdade no Treinamento
A premissa de que todos os colaboradores são igualmente treináveis não é apenas equivocada, mas perigosa para a eficiência organizacional. Assim como em uma curva de Gauss, existe uma distribuição natural de capacidades dentro de qualquer grupo. Isso significa que:
Quando as empresas insistem em tratar todos da mesma forma, o resultado é a mediocridade generalizada: aqueles com maior potencial são subestimados, enquanto os que não conseguem aplicar o que aprenderam apenas consomem recursos sem gerar resultados.
Jaques e a Importância da Capacidade Cognitiva
Elliott Jaques defendeu que cada pessoa possui um nível específico de complexidade cognitiva, que determina sua capacidade de lidar com problemas e aplicar soluções. Isso significa que nem todos estão preparados para receber o mesmo tipo de treinamento.
Jaques também mostrou que o desempenho de uma organização melhora quando o investimento é direcionado às pessoas certas. Ou seja:
O Princípio de Pareto no Treinamento
Se você quer que sua empresa realmente evolua, aplique o Princípio de Pareto: 80% dos resultados vêm de 20% das pessoas. Isso não significa que os 80% restantes são irrelevantes, mas que os recursos precisam ser alocados estrategicamente.
Por exemplo:
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Essa abordagem cria um efeito cascata, onde o crescimento dos mais capacitados eleva toda a organização.
Exemplo Prático: Treinamento Genérico vs. Treinamento Direcionado
Treinamento Genérico: Uma empresa investe em um programa de liderança para toda a equipe gerencial, incluindo líderes seniores e supervisores iniciantes. Após o treinamento, apenas 30% dos participantes aplicam o conhecimento de forma eficaz. O restante ou não entende como implementar o que aprendeu ou simplesmente não consegue adaptar as lições à sua realidade.
Treinamento Direcionado: A mesma empresa decide avaliar o potencial cognitivo de sua equipe gerencial antes de investir. Apenas 25% dos líderes, com alta capacidade de absorver e aplicar conceitos estratégicos, recebem treinamento avançado. Esses líderes implementam mudanças significativas que impactam diretamente os resultados financeiros e culturais da organização.
No segundo cenário, o investimento é menor, mas o retorno é exponencialmente maior.
O Impacto da Abordagem Genérica
A Virada de Chave: Foco nos Diferenciados
Se você quer que sua empresa avance, é hora de parar de nivelar por baixo e começar a investir em quem realmente faz a diferença.
Conclusão: Igualdade Não É Justiça
A verdadeira justiça no treinamento não está em tratar todos de forma igual, mas em alocar os recursos de maneira que gerem o maior impacto possível. Empresas que entendem isso colhem os frutos de equipes mais preparadas, alinhadas e eficazes.
Lembre-se: não se trata de treinar todos, mas de treinar quem pode transformar o conhecimento em resultados.