Impérios de hoje e de ontem
Ainda estão em nossa memória empresas que levaram décadas para serem construídas e ruíram em alguns anos, pela falta de governança e estratégia.
O que empresas tão diferentes entre si têm em comum, além do sucesso? Magazine Luiza, Gerdau, SBT e Rede Globo são empresas familiares. Mas o fato de serem grandes, por si só, não significa que estejam livres de problemas e até mesmo de não existirem daqui a alguns anos.
É imensa a relação de grandes empresas que foram as maiores em sua época e hoje são apenas lembrança. Quem tem mais de trinta anos ainda se recorda das Lojas Brasileiras, Mappin, Lojas Arapuã, Mesbla, G. Aronson e muitas outras. Todas foram gigantes que faliram com o tempo. A Lojas Brasileiras, por exemplo, possuía 63 lojas em todo o país, porém, após anos de prejuízos, encerrou suas atividades em 1999.
Nesse mesmo ano, o Mappin, uma das mais tradicionais lojas do Brasil e um ícone da cidade de São Paulo; a Mesbla e a rede G. Aronson encerraram as atividades. Com dívidas enormes, causadas pela má administração, esses impérios, que levaram décadas para serem construídos, ruíram em alguns anos.
Se formos analisar as causas dessas empresas hoje viverem apenas na nossa memória, provavelmente a primeira coisa que notaremos é que houve ali a falta de governança corporativa, que é o primeiro passo para uma empresa se perpetuar. Talvez tenha faltado a essas empresas a transparência, equidade e responsabilidade pelos resultados que teriam ajudado a evitar a morte prematura da organização.
Nas empresas familiares, que estão sujeitas a todos os fatores de risco e mais alguns - por conta do sempre presente fantasma da sucessão, o excesso de informalidade por serem todos “da família”, a falta de profissionalismo e outros - a presença de uma governança sólida, com regras equivalentes para todos, a busca do aperfeiçoamento e do profissionalismo, sempre sob a orientação do fundador, torna-se ainda mais imperiosa se a empresa quiser passar da primeira geração.
Estudos comprovam que nos EUA 30% das empresas familiares sobrevivem à mudança para a segunda geração, menos de 15% passam à terceira e apenas 3% passam para a quarta geração. No Brasil, só 5% das empresas familiares chega à terceira geração.
Os gestores das grandes empresas citadas no começo deste artigo estão cientes dessa realidade e, tendo em vista a própria sobrevivência, têm se destacado pelo profissionalismo, com a governança corporativa visando o fortalecimento de seu negócio, onde o planejamento sucessório e a transparência são aspectos fundamentais. Independente do porte, o fundador - da pequena empresa à multinacional - tem como objetivo perpetuar sua organização por muitos anos.
Chief Marketing Officer @ Cendio ThinLinc
8 aGostei da reflexão Domingos Ricca, é importante saber que existe conhecimento específico que pode ser aplicado nesta área de forma a reduzir as incertezas do futuro, sucessão planejada e profissional aumenta as chances de sucesso!
Especialista na Área de Logística/ Líder em Operações Logísticas
8 aSensacional. Grandes recordações do Mappin.
Especialista na Área de Logística/ Líder em Operações Logísticas
8 aSensacional. A foto do Mappin nos traz tantas recordações. Eu sei o que é passar por falência, trabalhei 17 anos na empresa aérea Transbrasil. Uma empresa S/A, com características familiares muito peculiares. Um local onde todos amavam trabalhar. A falência ocorreu em 2002, devido a má administração familiar.
A liderança e a estrutura organizacionais apropriadas são importantes para a logevidade, mas não são os únicos fatores. A gestão da economia geral é talvez mais crítica do que a liderança e estrutura organizacional; E talvez seja por causa da gestão da economia geral que as empresas familiares nos Estados Unidos tiveram melhor desempenho do que no Brasil. Por exemplo, a maioria das empresas familiares, mesmo com liderança adequada e estrutura terá um mau desempenho em uma economia ruim e pode não sobreviver.