Impacto da imagem na procura de emprego

Impacto da imagem na procura de emprego

Quem está a procura de um novo emprego não deve se surpreender com esta informação: poucos minutos são suficientes para ser considerado candidato apropriado ou não num processo de seleção. Esse insight é conseqüência de dois fatores como segue.

 O primeiro deles é a intuição, que é a mais antiga e durável das modalidades de avaliação e não tem nada  a ver com fatos ou com uma avaliação racional. É, simplesmente, uma questão de ‘química’. Por isso, apesar de existirem testes psicológicos e inúmeras outras formas de conduzir processos de seleção,  o vis-à-vis, a nosso ver, é indispensável.

O segundo é a forma como a pessoa se apresenta e a  impressão que  causa por meio de movimentos, gestos, olhar,  expressões faciais, energia, tom de voz, aspecto físico, entre outros. É por meio desse conjunto de reações, isoladas ou em conjunto, que a intuição do entrevistador delineará a  imagem do candidato e  perceberá se é adequado ou não ao cargo em questão e à cultura da empresa (modo de fazer as coisas, de pensar, de se comportar, de se vestir).

Neste artigo vamos nos referir apenas a  qualidades pessoais - postura ou atitude -  deixando de lado outros pré-requisitos exigidos para o cargo como conhecimentos e habilidades.

  A imagem que cada um de nós constrói é  formatada ao longo da vida e está associada  à maneira como e onde fomos educados, com que tipo de pessoas convivemos ao longo do tempo e em que circunstâncias estamos vivendo nesse momento. Importante mencionar que a impressão que queremos expor é composta por um conjunto de habilidades que adquirimos e é uma  importantíssima ferramenta de comunicação. Tem tudo a ver com o jeito como nos comportamos e como somos percebidos pelos que nos cercam.

Imagem não é maneira de fazer as pessoas acreditarem que você é alguém que não é. Ela deve expressar o que a pessoa é e deve adequar-se ao ambiente ou cultura mas não pode ser forjada para impressionar ou enganar alguém.

Você tem um amplo círculo de amigos? Você é bem recebido nos lugares onde se apresenta? Você sente que as pessoas gostam de estar ao seu lado? Há pessoas que o procuram para ouvir sua opinião sobre determinados assuntos? Para pedir conselhos? As respostas a estas perguntas podem sinalizar como você é visto pelos outros. Se forem negativas, com certeza, alguma coisa precisará mudar na sua forma de posicionar-se.

 Para melhor entendimento deste assunto, vamos ver dois exemplos opostos de postura no mundo corporativo.

Imagine um chefe acessível, que vive próximo de seus colaboradores, tratando-os como iguais, ajudando-os em suas dificuldades, estimulando ideias e sugestões, orientando-os de forma educada e motivadora. Ele está atuando de maneira adequada. Além disso, age com naturalidade e transparência. Ele  sempre procedeu dessa forma.  Este é o padrão de chefe estimado e admirado pelos seus colaboradores.

 Do outro lado, um executivo bem sucedido,  diretor  de uma grande organização, é inacessível, gosta de autovalorizar-se e sentir-se no direito de ser presunçoso e arrogante.  Passa próximo às pessoas e não as cumprimenta e, na maioria das vezes, é truculento e suas respostas são dadas para humilhar as pessoas. Age assim porque está deslumbrado  consigo próprio. Está com o ego inflado, tornando sua postura  inadequada. É  antipático e insuportável.

Durante a entrevista, o  selecionador experiente e dotado de  intuição  percebe,  rapidamente, essas diferentes qualificações  pela postura e pela argumentação do candidato, e  conclui se ele é ou não adequado ao cargo, aprovando-o ou reprovando-o.

Assim,  procurando emprego ou no trabalho ou na vida pessoal, devemos fazer a imagem trabalhar a nosso favor. Ela deve ser uma ferramenta que nos  ajude a expressar, com espontaneidade e honestidade, o que somos e o que temos a oferecer. Ela pode, ou não, construir reputação e irradiar credibilidade,  dois atributos fundamentais para o sucesso de qualquer pessoa, principalmente  quando se tratar de trabalho e carreira. Por isso, vale a pena refletir sobre a forma como ela é projetada e como é percebida para certificar-se  de que está marcando gols a favor.

Mas, como podemos saber qual é a imagem que projetamos? Há 3 fontes de informação sobre as ações que influem sobre a imagem:

Percepção direta dos resultados do próprio comportamento. Procure observar qual é o impacto do seu  relacionamento com as pessoas. Você se sente rejeitado? Você dá origem a estresse? Cria problemas ou conflitos  por qualquer motivo?

Feedback. Procure conseguir que pessoas maduras, de sua confiança, lhe passem informações sobre sua conduta.

Aprender por meio de observação do comportamento de outros. Observe pessoas conhecidas, que obtiveram sucesso. Como superam dificuldades e obstáculos? Como se relacionam com os outros?

 Não é fácil tomar consciência das atitudes que  deterioram a imagem e mudar. Exigirá tempo, determinação e até ajuda dos amigos.E é importante saber que há detalhes simples que a afetam e precisam ser evitados por quem procura emprego para evitar o risco de ser descartado de imediato. Há outras posturas adicionais que atrapalham num processo de seleção, como expressão de tédio, olhos baixos, desânimo, baixa autoestima, prolixidade, desleixo (barba por fazer, roupa inadequada, entre outros).

 A primeira imagem que exibimos é tão marcante que, para confirmá-la, não é necessário nenhum esforço. Já para desfazê-la - o que, eventualmente, pode acontecer durante uma entrevista - é  complicado, pois requererá tempo e paciência do entrevistador para ouvir e perceber eventuais  qualidades e  atributos da pessoa no conteúdo do diálogo, que suavizem e compensem a primeira má impressão. É assim que as coisas acontecem  nos processos de seleção.

 Repetindo, é preciso fazer a  imagem trabalhar a  favor, pois, é por intermédio dela que os caminhos se abrem ou se fecham. E isso se consegue pelo esforço em saber como procedemos, humildade em reconhecer aspectos que devam ser melhorados e habilidade para mudar, procurando ser adequado, de acordo com as circunstâncias, sem perder a autenticidade. Manter um sorriso e cumprimentar as pessoas, mesmo que não as conheça, ajudam e muito..

Alencar Milani

Consultor de Gestão | Transformação Digital | Inovação | Treinamentos | Liderança | Resultados

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