A importância da inovação corporativa

A importância da inovação corporativa

O tema inovação, nunca esteve tão em alta no meio empresarial e também nas universidades.  Mas porque este assunto tem chamado tanto a atenção? Tentarei mostrar brevemente onde mora a importância da inovação e abordarei dois aspectos relacionados à ela que devem ser considerados pelas corporações.

Bem, em alguns setores de negócios, já está claro que fazer o mesmo que seus concorrentes e entregar um produto sem diferencial do que entregam outros grandes players do mercado não é vantagem competitiva alguma.  Até mesmo alguns players bem estabelecidos, há tempo se deram conta de quê o que entregavam já não tinha percepção de valor pelo cliente, virou commodity, e que precisam inovar em seus produtos, mercados ou modelos de negócio, entregando mais valor, diferenciais com relação a seus concorrentes e focando sua produção naquilo que o cliente deseja.  Estas ações, necessárias à sobrevivência dos negócios em um mercado cada vez mais acirrado, não são simples e nem passam apenas por boa gestão ou atendimento aos padrões e processos bem definidos, requerem algo a mais, exige criatividade, exige conhecimento do mercado em que atua-se e dos possíveis mercados onde poderia atuar, requer empatia com o cliente e suas dores.  Portanto inovar não é apenas uma opção, frente ao que se apresenta no mercado, mas é um imperativo diante da necessidade de tentar sobreviver em meio a inúmeros desafios e provações. Mas como uma empresa tradicional consegue superar os diversos obstáculos do mercado e a loucura da operação para inovar e tentar, como sugerem os autores de “a estratégia do oceano azul”, navegar em águas mais tranquilas?  Penso que esta é a decisão mais difícil de ser tomada, em razão da importância e confiança, muitas vezes, depositada sobre os processos atuais que parecem sólidos e sobre os quais foram dedicados muitos esforços e dinheiro para que chegassem a ao atual nível de maturidade. Porém, estes processos algumas vezes sofrem ameaças silenciosas, ou seja, só quando uma crise do mercado ou a concorrência está devorando o negócio é que o gestor percebe o perigo.  Portanto, a importância da alta gestão, do C-level, na iniciativa de inovar é essencial, mas não apenas no sentido de ser o gerador de ideias, mas principalmente de ser o facilitador do processo de inovação, e a começar pelo fomento a esta iniciativa que algumas vezes parte dos próprios colaboradores.  VPs, diretores, gerentes precisam estar atentos a este tema, precisam conhecer as possibilidades, e acima de tudo, necessitam abrir as portas para que a inovação esteja constantemente rodando dentro da corporação. Além de incentivar o processo, gestores precisam ter a consciência da necessidade de investimentos, pois a inovação carece de gestação, e como diz Steven Johnson, em “de onde vêm as boas ideias”, uma inovação não aparece simplesmente ao acaso a partir de uma ideia, mas de várias ideais maturadas que colidem em algum lugar no tempo.  Investimentos são necessários a várias etapas do processo de inovação, desde a pesquisa aplicada, geração e gestão das ideias, prototipação, estágios do funil de inovação, desenvolvimento, pesquisas de mercado, validações de negócio e muito mais. Faço questão de citar a necessidade de investimento por primeiro em razão do desconforto que este assunto causa aos gestores e para dizer que sem investimento não existe inovação, tentativas até podem dar certo em algum momento, mas torna o processo sistemático bem mais difícil. O investimento em ações que suportem a inovação mostram o real interesse da empresa em fomentar todo o processo.  E não tenho medo em afirmar que é fator motivacional para o corpo funcional servindo de sinalização clara de que os objetivos estratégicos estão sendo levados a sério com relação a este assunto.

Governança

É importante ao movimentar qualquer iniciativa de inovação, que a organização tenha bem claro quais são seus objetivos com a inovação, perguntar-se porque precisa inovar e definir onde quer inovar.  Metas precisam estar claras, principalmente para que todos remem no mesmo sentido, pois penso que um grande risco para a inovação é a dispersão a ponto de ninguém interessar-se pela ideia do outro e tentar melhorá-la, simplesmente porque cada um pensou em temas tão diversos do outro que não se encontra convergência.  Diante disso o desafio é convergir as ideias sem criar barreiras que prejudiquem a criatividade. O trabalho da governança é organizar e conduzir a organização para que a roda da inovação gire, ou seja, a governança dá o suporte a alta gestão na definição dos objetivos para a inovação, planeja e operacionaliza junto ao corpo funcional as estratégias para execução destes objetivos.

São algumas das ações da governança de inovação:

  • Apresentação ou condução da construção de um plano de gestão da inovação
  • Diagnóstico da percepção da organização quanto ao estágio atual da inovação.
  • Coordenação de um grupo multidisciplinar que será apoiador do processo ou programas de inovação e colaborar na disseminação da cultura de inovação pela organização.
  • Definição e condução dos programas de inovação.
  • Busca de iniciativas externas que inspirem todos a inovar.
  • Construção e manutenção de parcerias para inovação.
  • Trabalhar na construção ou fortalecimento da cultura da inovação.
  • Garantir que os projetos inovadores tenham seu lugar ao sol na organização.
  • Formação de agentes de inovação dentro da organização.
  • Busca de fontes de financiamento para Inovação.

Pessoas

Pessoas são o ativo mais importante no processo de inovação.  Para que a inovação ascenda, é necessário que haja investimentos nestas pessoas, os investimentos são relacionados a capacitação para inovação, em tecnologia, ferramentas ou métodos que apoiem a inovação. Outro tipo de investimento necessário e extremamente importante é o de tempo para inovar, pois um colaborador imerso na operação da empresa em 100% do tempo não tem espaço para a inovação, principalmente para pensar na inovação radical que exige a troca de ideias mais profunda.  Isto não significa que todos os colaboradores devam estar liberados para isto ao mesmo tempo, este processo pode se dar de forma gradual conforme a possibilidade do momento, mas é necessário que haja este início. Acredito que deve começar com aqueles que se mostram interessados no processo, pois estarão mais dispostos a participar e colaborar. Haverá um grupo que não ajudará e talvez seja contra, com estes não deve-se dispensar muito esforço tentando convencê-los. Caso o processo iniciado funcione e ganhe força, estes terão seguirão os demais por pressão da cultura gerada.  Num processo transparente é importante que todos sejam ouvidos sobre o que acham da inovação que ocorre atualmente e sobre quais seriam as prioridades que deveriam ser enfrentadas, embora nem tudo possa ser aplicado por apresentar-se inviável ou por destoar das metas estratégicas, é importante que as pessoas sejam ouvidas e suas ideias avaliadas. Neste processo o ponto mais importante é o feedback ao que é apresentado. O feedback mostra parte da seriedade do processo e o quão é importante a participação do colaborador. Outro ponto importante é a necessidade de estar sempre motivando os colaboradores a participarem do processo contínuo de inovação buscando o envolvimento de todos, explicando os motivos pelos quais a inovação é necessária e apresentando com clareza as metas que precisam ser atingidas.

Conclusão

Estes tópicos, em hipótese alguma esgotam o assunto, eu particularmente só pretendia fazer uma introdução para, aprofundar estas questões mais à frente, chamando a atenção para a importância que deve-se dar para a inovação.


Cassiano Casagrande ★

CEO | Estruturação Comercial | Vendas Consultivas | Treinamentos | Social Selling

3 a

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