Inovação como estratégia e Estratégia para inovar :: Parte 2
Quanto pesa a inovação na estratégia da sua organização?
Na pesquisa contextual que realizei com empresas de diferentes segmentos para entender como elas inovam, eu busquei aprender com elas e traçar uma rota que permitisse superar limites do meu ambiente (mas antes de tudo, conhecê-los), e construir cenários com respostas para um problema ou desafio do meu negócio. Você lembra, na Parte 1 foi que eu citei Gary Hamel e o fantástico “o que você tem a aprender está fora do lugar onde você está”.
Pois bem. Empresas como essas compartilham inúmeros aspectos no que se refere à importância que dão à inovação, independentemente de seus segmentos (veja as marcas, você certamente conhece todas).
O primeiro aspecto é que
1. A inovação é fundamental para a estratégia do negócio
Há, no entanto, um cuidado grande para não banalizar a inovação. “Inovação é uma coisa que revoluciona”, me disse um gestor para a América Latina. Não é melhoria contínua. Inovação exige mudança e clareza no que mudou, critérios. “Para quebrar um ciclo e dar início a outro, é preciso parar, deixar de olhar para o que se faz hoje e mudar o foco”, ensinou outro fera. O posicionamento da organização frente ao desafio da inovação é precedido por uma estratégia clara e bem difundida internamente.
“Prá gente, inovação era questão de sobrevivência”, ou seja, um assunto estratégico. Isso tudo exige maturidade e não adianta, demora para sair o primeiro projeto.
O segundo aspecto comum é
2. A necessidade de inovar é orientada pela alta liderança
“Nosso atual CEO apoia muito a inovação”, falou com orgulho um gestor que gentilmente cedeu seu tempo para conversar comigo. Em alguns casos tudo começa com o presidente expressando o desejo de que a organização tenha um “esforço de inovação”, e a partir daí a coisa vai.
Outra pessoa me disse algo sensacional: “essa decisão top down faz diferença; tem de ser o chuveiro, não pode ser o bidê.”
O que você acha? Como é no seu segmento, no seu ambiente? Já aconteceu de você nadar, nadar e sentir que pode morrer na praia? Eu sei que faz todo o sentido. ;-)
Mais um:
3. Tem de ser um processo estruturado e não fruto da sorte
A começar pela área de inovação (departamento), também as equipes, as atividades, o foco e os processos são planejados para entregarem resultado. Porque inovação, em si, é processo.
Elas incentivam a experimentação, mas isso não significa fazer qualquer coisa em nome do novo.
Para algumas empresas, trabalhar com Open Innovation já faz parte da cultura, porque a matriz já faz isso há décadas junto a parceiros estratégicos e universidades. Outras começaram há pouco e apostam em ferramentas de projetação como Design Thinking, pois o foco não está em P&D mas no fomento da cultura da inovação. O “como fazer” quem decide é a empresa. Mas tem de ter processo.
É claro, há abordagens diferentes entre esses players, e isso está no cerne da diferenciação do negócio. Porém, ficaria difícil rodar a inovação sem metodologias e processos claros. Não significa limitar as possibilidades, mas apoiar-se nos processos para chegar a uma inovação mais concreta. Fica claro para todas que a inovação tem de gerar resultado e valor para o acionista. “Não adianta só gerar ideias. Tem de ter entregas.”
Se você ficar comigo, nos próximos posts poderá ler e comentar sobre “cultura da inovação”, “ideação e metodologias”, “ambiente físico para criar” e outros temas relacionados.
Até mais!!!
Química, gerente de projetos internacionais, alemão-inglês-português
9 aMarcelo, parabéns pela clareza! O essencial ficou visível!
Amsterdam 🇳🇱 🇧🇷 Innovation & Change Management | Enterprise Agility | Digital Transformation Office Lead at Furukawa Electric LatAm
9 aEntre tantos textos, esse trouxe o essencial em poucas palavras, tudo em tão pouco, direto e objetivo, parabéns! Ansiosa pelo próximo.
“Empresas que não se desenvolvem, não podem cobrar desenvolvimento de ninguém” / Aconselhamento estratégico / explorando o potencial das empresas e segmentos de mercado local.
9 aMuito bom...Parabéns!!!