A Importância da Inteligência Emocional para lideranças
Se eu te perguntar qual a pessoa que mais impactou a sua vida, sua resposta provavelmente falará de alguém da família, uma líderança, alguma autoridade, mas em linhas gerais alguém que te ensinou profundamente como viver.
No meu caso, minha avó dificilmente reagia fortemente a um erro meu, primeiro ouvia o por quê meti os pés pelas mãos, depois me mostrava que minha intenção poderia até ter sido boa, mas se afetei negativamente a outra pessoa, eu provavelmente não a tratei como gostaria de ser tratada; ao longo dos anos esse chip se instalou em mim, quando alguém me feria, tentava entender suas intenções, quando possível, dizia que não havia me sentido bem, fazia algum acordo no sentido de aquela situação não se repetir mais, quando não sentia força o suficiente, caminhava, fazia algum esporte, assistia algum filme, até que a dor pouco a pouco se transformasse em algo mais afável. Talvez minha avó tenha me ensinado, através da sua postura e com sabedoria, a ser empática, a reconhecer meus próprios erros e responsabilidade, mas principalmente, a nomear meus sentimentos e emoções.
Minha avó não sabia ler e escrever, mas criou 5 filhos homens e já na terceira idade participou ativamente da minha formação. Hoje aos 32 anos, quando não sei por onde ir, frequentemente me vejo retornando à minha avó: o que ela me diria? Isso tem a ver com que situação da minha infância? O que eu consigo mudar? O que não consigo? Como ter sabedoria para diferenciar uma coisa da outra? E normalmente a resposta vem.
Nesse exemplo muito pessoal, mas provavelmente muito similar às experiências de quem me lê, podemos perceber que minha avó, com seus aprendizados ao longo da vida, exerce até hoje um papel de liderança, no sentido de alguém que deixou em mim uma marca infinita de como posso dar passos na minha vida, em outro ponto de vista, ela me ensinou o que hoje sei reconhecer como características da Inteligência Emocional.
Daniel Goleman, grande referência no assunto, define Inteligência Emocional como “a capacidade de reconhecer nossos sentimentos e os sentimentos de outras pessoas a fim de nos motivar e também para gerenciar emoções de forma efetiva, tanto em nós mesmos quanto nos outros”, o que eu leio dessa frase é que a partir do nosso autoconhecimento e desenvolvimento verdadeiro, consigo influenciar outras pessoas a terem o mesmo comportamento.
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Ele dá algumas pistas do que compõe a IE:
Autoconhecimento, Autogerenciamento num comprometimento consigo mesmo, num nível sutil e também num nível concreto das atividades do dia a dia. Entendimento e Gerenciamento das relações, no sentido de serviço ao outro no nível do indivíduo (empatizar, entender as necessidades do outro, criar um ambiente em que o erro seja parte do processo e não o fim de qualquer desafio) e no papel de facilitação frente aos desafios diários comuns à vida corporativa (gestão de mudanças, conflitos, inspirar as pessoas, gerenciar projetos, lidar com as resistências no meio do caminho).
Semana passada tive a oportunidade de dar uma palestra sobre o tema e ouvi um depoimento interessante de uma participante: “Tudo começa a partir de nós mesmos”, é com o trabalho e experiência interna, que posso apoiar ou ensinar às outras pessoas como encarar certos desafios. Se escolho o caminho da liderança, escolho não um cargo, mas o fato de que serei seguida, serei exemplo e espelho para quem está ao meu redor.
Escolher o caminho da Liderança é também abrir caminhos e criar ambientes para os que estão ao seu redor, saber que a partir desse momento você está tão preocupado com as pessoas como com a sua entrega final, alinhar o crescimento financeiro ao desenvolvimento de pessoas e dançar no equilíbrio entre elas, sem excluí-las, a Inteligência Emocional é a ferramenta que pode nos ajudar a equilibrar essa balança.
Mentora para Empresárias e C-Levels | Comunicação Assertiva e Networking Estratégico | Especialista em Posicionamento Autêntico e Marca Pessoal | Conselheira
1 aAutoconhecimento é a base de tudo! Sempre! Liderar a si mesmo, conectar-se consigo para transbordar para o outro. Excelente texto, Carol! E que aprendizado lindo com a sua avó!