A Importância do Lifelong Learning para a Evolução Profissional
Segundo o relatório “Futuro dos Empregos” elaborado em 2023 pelo World Economic Forum, estima-se que até 2027 ocorrerá uma redução líquida de 14 milhões de empregos, e que até 25% desses sofrerão alterações no seu escopo. A transição verde, os padrões ESG e a localização das cadeias de suprimentos são os principais impulsionadores do crescimento, enquanto o crescimento econômico mais lento, a escassez de oferta e a inflação representam os maiores detratores.
Entre os empregos de crescimento mais rápido estão os de especialistas em IA e aprendizado de máquina, especialistas em sustentabilidade, analistas de inteligência de negócios e especialistas em segurança da informação. Os setores com maior expectativa de crescimento absoluto são educação, agricultura e comércio digital.
O mesmo relatório indica também que 44% das habilidades de um trabalhador precisarão ser atualizadas, sendo que as 10 principais habilidades, em ordem decrescente de importância, são: pensamento analítico; pensamento criativo; resiliência, flexibilidade e agilidade; motivação e autoconsciência; curiosidade e lifelong leaning; literacia tecnológica; confiabilidade e atenção aos detalhes; empatia e escuta ativa; liderança e influência social; controle de qualidade.
O cenário apresentado pelo relatório somente reforça a constante necessidade de atualização profissional, principalmente no mundo volátil e de repleto de incertezas no qual estamos inseridos. Costumo dizer que, se em algum momento da vida você não conseguir enxergar pontos de melhoria ou crescimento, é melhor procurar um oftalmologista urgentemente.
Segundo Henry Ford, “Qualquer um que para de aprender é velho, seja aos vinte ou aos oitenta. Qualquer um que continua aprendendo permanece jovem." A verdade é que, quando perdemos nossa curiosidade e nossa empolgação por aprender coisas novas, estamos estagnando nossas vidas. Há uma tendência natural de acomodação do ser humano que precisamos combater constantemente.
É neste cenário que se insere de forma perfeita o conceito de lifelong learning ou aprendizagem ao longo da vida. Consiste em buscar sempre a expansão do conhecimento, das habilidades e das competências, não se limitando à conclusão de cursos de graduação. O objetivo é seguir com outras formas de aprendizado continuamente, seja por meio de cursos ou mesmo a partir da convivência e troca de ideias e informações com outras pessoas.
A Lifelong Learning Council Queensland (LLCQ), criadora do conceito de educação ao longo da vida, indica que essa nova forma de pensar e agir sobre o processo de aprendizagem se baseia em quatro pilares fundamentais.
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1. Aprender a conhecer: A principal missão é adquirir conhecimento de forma questionadora, incentivando o pensamento crítico, confrontando ideias, refletindo sobre o conteúdo, gerando questionamentos e considerando diferentes perspectivas.
2. Aprender a fazer: Inclui habilidades como adaptação a novas situações, trabalho em equipe, iniciativa e proatividade, boa comunicação e inteligência emocional.
3. Aprender a conviver: Envolve empatia, vínculos sociais e resolução de problemas. Valoriza o aprendizado pelo convívio com o outro e da troca de experiências (networking).
4. Aprender a ser: Foca na evolução do modo de agir, desvendando novas características como autonomia e senso crítico.
Em resumo, é importante que não percamos a sede de conhecimento e busquemos saciá-la momentaneamente através de cursos, livros, blogs, palestras, seminários, grupos de discussão e outros, fazendo com que sua caixa de ferramentas esteja cada vez mais equipada.
Um exemplo claro é a revolução que a Inteligência Artificial (IA) vem trazendo ao mercado. Ao mesmo tempo que posições para profissionais preparados para trabalhar com IA aumentam, posições mais tradicionais estão sendo substituídas por automação. Está cada vez mais corriqueiro o uso de robôs em operações industriais e o uso de “chatbots” no atendimento ao cliente.
Uma vez que a IA traz oportunidades de ganhos de produtividade e competitividade para as empresas, dificilmente este caminho será revertido. Temos que nos readequar, seja pelo “upskilling” (desenvolvimento ou aperfeiçoamento de habilidades, competências e conhecimentos que uma pessoa já possui) ou pelo “reskilling” (aprendizado de novas habilidades e competências e a capacidade de adaptação para o exercício de novas funções).
Muito embora mudanças de cenários como os promovidos pela IA impulsionem a busca por aperfeiçoamento, não devemos depender única e exclusivamente dessas situações. Devemos nos antecipar a elas para não corremos o risco de perdermos oportunidades que venham a passar à nossa porta. Afinal de contas, como disse Albert Einstein, “somos arquitetos do nosso próprio destino.”