A IMPORTÂNCIA DE APLICAR TECNOLOGIAS DE GESTÃO AMBIENTAL NOS EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS
Com o aumento populacional é natural que a demanda por espaços de habitação, comércio e convivência também aumentem, levando a necessidade de ocupar novos territórios, que tanto podem ser encontrados dentro das cidades, como nas zonas inabitadas ao redor delas e que nem sempre são ou estão preparadas para as edificações, bem como as áreas ainda mais afastadas e próximas à natureza, cuja procura e valorização cresceram durante e após a pandemia.
Por isso é importante se observar os aspectos topográficos, geográficos, hídricos e geológicos dessas localidades, focando a expansão imobiliária para as zonas desocupadas dos territórios urbanos e rurais, para a concepção de novos bairros planejados; especialmente no contexto do planejamento do projeto hidrossanitário do empreendimento, na parte que ninguém vê, mas faz total diferença no resultado, se baseado na segurança e perspectiva de resiliência e autonomia hidroenergética do espaço ecossistêmico a ser formatado.
Introdução:
Embora ainda ignorado pelas construtoras e incorporadoras, o invisível aos olhos importa quando planejamos novos empreendimentos imobiliários; sendo algo crucial para garantir o desenvolvimento sustentável, buscando impactar menos e conservar mais o entorno e os recursos naturais, apesar da interferência humana. A observação dos aspectos gerais do espaço é fundamental na ocupação urbana proveniente dessa expansão imobiliária. Desta forma, procuro através deste artigo abordar a importância da gestão ambiental no contexto do projeto, com relevante papel dos aspectos pluviométricos e hidrossanitários, garantindo segurança hídrica além de buscar a resiliência hidroenergética dos empreendimentos.
Importância da Gestão Ambiental aplicada
Busca garantir que a expansão imobiliária ocorra de maneira responsável, evitando, mitigando e sanando impactos negativos do projeto ao meio ambiente, tornando-o empreendimento mais valioso, devido esses diferenciais que promove a sustentabilidade e o desenvolvimento urbano sustentável, que consiste na integração de práticas que visam atender as necessidades atuais sem comprometer as gerações futuras.
Beneficiar a sociedade e o meio ambiente, causando a redução de Impactos ambientais, evitar ou compensar desmatamentos, reduzir a poluição e a degradação do solo, por meio de técnicas necessárias e recomendadas aos projetos. Dessa forma promove o equilíbrio ambiental e a melhoria da qualidade de vida da comunidade, com a criação de espaços verdes, áreas de lazer e infraestruturas de saneamento universalizadas e próprias. Com isso, valoriza o empreendimento através de práticas de manejo, com aplicação de tecnologias e serviços que agregam valor ao negócio e viabilizam melhores retornos, tanto socioambientais, quanto econômicos para o investimento.
Evitar dores de cabeça, programando espaços inteligentes e coerentes ao que se pode ser feito através do conhecimento dos meios técnicos e tecnológicos capazes de melhorar as condições do local e viabilizar todos os meios de promover o desenvolvimento sustentável com a gestão adequada e transversalizada desses ambientes: do terreno, se planos ou inclinados, arenosos ou rochosos, com ou sem cobertura vegetal densa; das águas, seja por aproveitamento ou por reúso; dos resíduos, com a devida gestão integrada, da coleta seletiva à destinação por reciclagem; peletização de rejeitos; compostagem ou aproveitamento energético dos orgânicos para gaseificação e uso de energia solar ou eólica, concebendo sistemas de energia auto suficientes e eficientes.
Indicar adaptações e aplicações de métodos preventivos ou de remédios para cada dor, problema ou necessidade; sistemas drenantes para áreas esponjas; planejar um ecossistema futuro, no momento da ideia inicial, através da observação da disposição do terreno e análise das possíveis vocações e a partir delas, observar todas as perspectivas de concepção e melhorar o projeto do empreendimento, avaliando especialmente o custo-benefício dos investimentos, além da viabilidade técnica e econômica. Ou seja, em relação aos aspectos topográficos, geográficos e geológicos, avaliar é importante pois aponta as características do terreno, cujas aplicações práticas, como o planejamento da drenagem, o controle de erosão e a construção de infraestruturas adaptáveis, colaboram com a implementação de melhorias nas condições de ocupação do local.
Considerando que a localização, o clima e o relevo podem influenciar na expansão imobiliária e ajudar na seleção de locais apropriados para construção, porém sabemos que nem sempre tudo é sempre perfeito. Por isso é válido perceber os riscos naturais, observando as características geológicas; a composição do solo; a presença de aquíferos; possíveis riscos de deslizamentos, inundações e etc. Dessa forma, indicar e desenvolver aplicações para construir com estabilidade que proporcionem segurança aos futuros moradores, por meio das múltiplas engenharias passíveis de serem aplicadas. É muito importante dar atenção multidisciplinar para atingir melhor o propósito do empreendimento de buscar a sua autossuficiência e bem estar dos seus moradores.
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Ainda mais importante é a infra estrutura desejada para o projeto hidrossanitário do empreendimento, que define os sistemas de abastecimento e/ou captação de água, esgoto e drenagem. Dessa forma, como impacto na Saúde Pública, ajuda na prevenção de doenças e promoção do bem-estar da comunidade. Por isso, é preciso atualizar as políticas públicas e adequá-las às expectativas de governança socioambiental do empreendimento. Ou seja, a importância de aplicar o ESG como fator de avaliação positiva dos riscos, para liberação de alvarás, mercado investidor e etc. Seja para uma edificação pequena, nas suas devidas proporções ou seja para realizar planejamentos conforme essas novas perspectivas; e especialmente, nos projetos de loteamentos para futuras ocupações imobiliárias, onde importa planejar com atenção e coerência ambiental toda a gestão das águas do ecossistema.
Segurança Hídrica: que consiste na garantia de fornecimento de água suficiente, seguro e acessível, cujas principais estratégias são: abastecimento da rede, captação de águas da chuva, reuso de águas cinzas e eficiência no uso da água; sistemas de tratamento de esgoto com o devido manejo para o retorno de água desinfectada para os mananciais.
Resiliência e autonomia hidroenergética; planejar um sistema capaz de resistir e se recuperar de eventos adversos, pensando nas emergências, nos meios de conservação de água e utilização de energias renováveis. Aproxima do empreendimento a capacidade de gerar sua própria energia e gerenciar seus recursos hídricos, por meio de implementação de tecnologias de sistemas de armazenamento de água e energia, praticando a gestão eficiente do ecossistema.
Exemplos práticos de projetos Inovadores com análise de empreendimentos que implementaram com sucesso práticas de gestão ambiental e aprendizados a partir dos principais desafios enfrentados e soluções encontradas, as quais recomendam a realização de boas práticas de planejamento integrado: usando engenharias; arquitetura; botânica; práticas de gestão e manejo; dentre outras técnicas multidisciplinares, que auxiliam a formatação do meio ambiente pretendido. Também pode promover o engajamento comunitário: Inclusão da comunidade no planejamento e desenvolvimento do projeto, quando possível.
Conclusão
A gestão ambiental nos empreendimentos imobiliários é essencial para promover um desenvolvimento urbano responsável e com menos riscos de danos, desequilíbrios e escassez de água e energia. A implementação dessas práticas além de melhorar o meio ambiente, melhora a qualidade de vida dos seus habitantes e contribui para um futuro mais sustentável, além de aumentar o VGV do imóvel, à medida que as perspectivas de autossuficiência energética e hídrica são detectadas. Dessa forma estabiliza e obtém bons retornos ambientais com o passar do tempo; comparado aos paradigmas atuais onde os imóveis vão se deteriorando e causando desgastes, apenas. Ou seja, é uma forma de planejar e valorizar as futuras ocupações urbanas de formas inovadoras, viáveis e bem sucedidas.
Vitória/ES, 12 de julho de 2024.
Millena Rocha Deolindo
Gestora Ambiental - Consultora Imobiliária.