Indústria 4.0 no Brasil

Indústria 4.0 no Brasil

Muito tem se falado em indústria 4.0 mas ainda não vejo, de maneira concreta, muitas empresas nacionais obterem sucesso, ou até mesmo se movimentar no sentido de implementar os conceitos propostos pela chamada quarta revolução industrial.

As possibilidades e desafios da Indústria 4.0

As idéias propostas pela I4.0 colocadas pelo governo alemão que prevem a completa digitalização dos meios produtivos industriais de maneira que qualquer um dos recursos que compõe uma cadeia produtiva sejam, de certa maneira, auto-gerenciáveis e que possam ser inseridos em um ambiente produtivo de maneira que haja a possibilidade de retirar ou adicionar qualquer um dos elementos livremente e o sistema continuaria funcionando.

Além disso a I4.0 prevê muitas outras coisas, tais como a completa integração de toda a cadeia produtiva de maneira a poder se antever a uma potencial falta de capacidade de um fornecedor de prover uma matéria-prima e encontrar alternativas além, é claro, da possibilidade de oferecer produtos totalmente personalizados, permitindo que uma empresa possa oferecer a possibilidade de ter lotes que vão de uma unidade a milhares sem qualquer impacto no preço unitário.

Parece muito interessante não?

Certamente, e também demanda um alto grau de automação e de programação dos vários elementos que compõe uma fábrica ou mesmo qualquer elemento participante em uma cadeia produtiva integrada nesse sistema para que o mesmo possa criar valor.

A atual situação no Brasil

Será que as fábricas brasileiras alcançam esse grau de automação? Ou melhor qual grau de automação as fábricas no Brasil alcançam?

Aparentemente as fábricas brasileiras não são tão automatizadas, quando analisamos a indústria vemos que o nível de automação é baixo.

Conforme descrito em matéria do Estadão na qual há uma comparação no nível de robotização da indústria brasileira com outras, o nível de robotização da indústria nacional é bem baixo quando comparado com outros países, é interessante ressaltar que o baixo índice de automação não apenas dificulta a implantação da I4.0 mas também reduz a produtividade como um todo.

Já vimos que o nível de automação (robotização) da nossa indústria é dos mais baixos e quando falamos de I4.0 a situação é bem pior.

E qual o motivo?

Pensando sobre os motivos que levam o Brasil a ter uma indústria tão pobremente automatizada nos deparamos com a falta de investimento, afinal, automação é cara.

E mais ainda se formos pensar em I4.0, já que uma das principais vantagens da sua implantação para os empresários é a possibilidade de se poder criar novos modelos de negócio que podem se tornar mais lucrativos no futuro, no entanto, novos modelos de negócio trazem, inerentemente à sua realização os riscos. Além disso há um agravante que se trata justamente da natureza desse tipo de investimento, pois, a simples substituição de um operador por um robô é fácil de quantificar, isto é, você tem a produtividade do operador, tem a produtividade do robô e com esses dados pode-se então obter indicadores financeiros como o ROI, Payback, VPL, etc...

Mas investimentos para transformar uma fábrica já automatizada em uma fábrica "4.0" são bem mais difíceis de quantificar, o que haje como um freio para os investimentos.

É claro que os motivos expostos acima são válidos para outros países também, mas no Brasil há um agravante: um ambiente de clara insegurança quanto às regras que serão aplicadas às empresa amanhã, como vemos em pesquisas, boa parte dos empresários brasileiros tem muito receio de que as regras mudem de uma hora para outra e, de repente, os cálculos de investimento necessário já não sejam mais válidos, mas contratos já tenham sido fechados por um valor que trará prejuízo.

A pergunta é: nesse cenário de incerteza é possível investir em tecnologias e modelos de negócios disruptivos e se expor a riscos?

Fontes:

Robotização da indústria nacional

Pesquisa da CNI sobre i4.0 no Brasil

Casos de sucesso em outros países

Alteração na legislação tributária 2017

Complexidade tributária

Daniel R.

Global Quality Improvement Manager at Baettr

6 a

Reinaldo Oliveira, MSc., MBA....eu concordo com este artigo. Aliás um dos melhores artigos sobre indústria 4.0 que eu já li. Eu vejo que está revolução industrial é algo que a princípio poucas empresas com grande capital irão poder demonstrar e usufruir na essência se você pensar que 4.0 é somente com a informatização e implantação de robôs por ex. Todavia, acho que toda empresa independente do seu porte, pode melhorar seus processos de informações e de manufatura com soluções mais baratas e que já existem sem preços elevados.

Marcelo Castelo Branco

Senior Software Engineer | Expert in Scalable Distributed Systems and Enterprise Solutions

6 a

Parabéns pelo artigo. Muito bom!

Damásio Neto

Senior Sourcing Manager | Scania Latin America | Foreign Trade | Strategic Sourcing

6 a

Super ! ✔️

Ricardo Cremm Moraes

Engenheiro de Segurança do Trabalho na RCM Engenharia, Laudos e Perícias.

6 a

Ainda vai levar muito tempo para a indústria ser automatizada por completa no Brasil, provavelmente não estaremos mais aqui, outro dia li uma reclamação de pessoas falando dos robôs, aqui no Linkedin, mas ela não sabia que menos de 7% das indústrias tem algum tipo de automação, isto é, somente as multinacionais de grande porte. O investimento é altíssimo até mesmo para as multinacionais, imaginem para as empresas de médio e pequeno porte. Trabalhei por mais de 12 anos como vendedor de linhas automatizadas e muitos destes projetos ainda estão em abertos ou foram cancelados por falta de verba e/ou por não terem ideia de quanto isto custaria.

Marcelo Ferreira dos Santos

Analista de Suprimentos | Analista de Compras | Comprador | Supply Chain | Logística | Estoque

6 a

Parabéns Rodrigo! Belo artigo! Creio que na integração entre as diversas áreas de conhecimento que abrangem as nossas indústrias. O papel da TI é fundamental para consolidar esses conhecimentos. A qualificação dia profissionais das áreas envolvidas torna-se indispensável para otimizar os processos produtivos, aumentando sua eficiência e atingir suas metas.

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