Indústria 4.0: como este novo mundo emerge?

Indústria 4.0: como este novo mundo emerge?

Pôsteres dos filmes citados no artigo. Fonte: Google imagens.

Os avanços tecnológicos que promulgaram a Revolução Industrial e mudaram a economia, o estilo de vida da humanidade e as formas de trabalho, inicialmente da Europa do séc. XVIII, fazem parte de um processo contínuo na história, inclusive hoje. Na primeira fase, parte da força do trabalho artesanal foi trocada pelo trabalho assalariado produzido por máquinas a vapor, além do surgimento das locomotivas, tornando as viagens de pessoas e transporte de mercadorias mais curtas. No séc. XIX, na segunda fase, o petróleo passou a ser usado como força motriz por combustão e o largo uso da eletricidade substituiu o vapor. A Terceira Revolução Industrial, no séc. XX, foi além da indústria a partir da informatização e automação das máquinas: a robótica, biotecnologia, genética, telecomunicações e eletrônica ligaram pessoas, lugares, transmitindo informações mais instantaneamente. Hoje, na 4° Revolução Industrial, a inteligência artificial regula as máquinas que aprendem com sua experiências, ajustam-se a entrada de novos dados e performam tarefas como seres humanos. Na Indústria 4.0, os objetos estão interligados via Internet e cognificados com algum nível de inteligência artificial: um relógio inteligente, por exemplo, conectado a um smartphone, monitora frequência cardíaca, entre outras tantas funções, e a transmite para um banco de dados em um servidor mantido em outro país para ser fácil e rapidamente acessado e compartilhado a partir de um celular. De acordo com especialistas, em mais algumas poucas décadas, a partir de um processo continuo de desenvolvimento, ocorrerá o que chamam de Singularidade: as máquinas dotas de inteligência artificial extrapolarão o nível de conhecimento e capacidade cognitiva humana, cooperando entre si para um desenvolvimento extremamente superior as nossas limitações orgânicas e biológicas. Para se ter uma ideia mais específica destas inovações, recomendo a leitura do livro "Inevitável - as 12 forças tecnológicas que mudarão nosso mundo", de Kevin Kelly, cofundador e colunista da Wired - revista norte-americana sobre tecnologia, ciência, negócios e entretenimento. O autor tem feito previsões sensatas sobre os próximos avanços tecnológicos com um nível de acerto baseado em tendências reais. Neste livro, por meio de uma narrativa empolgante como numa ficção científica, embora seja uma literatura informativa, ele apresenta uma base de informações acessíveis e indispensáveis para qualquer pessoa que busca entender o mundo tecnológico a sua volta e o que está por vir. Como suporte ficcional e transversal para leitura deste livro, há algumas obras cinematográficas interessantes que agradariam quem gosta de filmes distópicos, porém sobre um futuro mais imediato e provável, como uma timeline entre o agora e três décadas a frente, por exemplo. Via de regra, ficção científica no cinema costuma extrapolar exageradamente um fato do presente e suas prováveis repercussões no futuro - às vezes em um tom apocalíptico, em outros casos de forma otimista. Há uma grande variedade de filmes e séries desta categoria, mas aqui recomendo apenas três:

- Ex-Machina: Instinto Artificial - uma androide criada experimentalmente desenvolve motivações particulares para sua individualização. Há muitos pontos sócio-filosóficos a ser discutidos neste filme acerca de uma máquina, na forma de mulher, que se torna independente;

- Ela (Her): Na pós-modernidade, o virtual é considerado um modelo de perfeição para o real. O foco é uma relação afetiva (recíproca!) entre um homem e um sistema operacional para smartphone, cuja voz é dublada pela atriz Scarlett Johansson (Vingadores: Ultimato);

- Série Black Mirror (Netflix): No 5º episódio da 4º temporada da série, Metal Head, a humanidade, colapsada por ter sido sobrepujada pela supremacia das máquinas inteligentes, tenta sobreviver ao seu próprio banimento escondida num refúgio analógico, pois perdeu controle sobre o digital. 

De acordo com Kevin Kelly, neste momento, já demos início a tudo isto. 

Naiara Pires de Almeida Vieira

Comissária de voo | Gestão de RH | Assistente administrativo e financeiro

5 a

José, a leitura do seu artigo me fez imaginar esse futuro não tão distante. Será que teremos em breve "A revolta dos robôs"? Brincadeira a parte, acredito que com a ajuda da automação possamos descobrir curas para doenças ou até mesmo, extinguí-las, dentre tantos outros benefícios que a tecnologia proporciona a humanidade.

Raphael Soares

Gerente de Categorias | Gerente Procurement | Strategic Sourcing | Supply Chain | Gerente Compras | Gerente Suprimentos | Logística | Comércio Exterior | Importação | MRP | Matéria-Prima | Co-fundador do Blog na Garage

5 a

Excelente insight, José Carlos Santana! Me fez pensar por aqui e querer revisitar alguns episódios de Black Mirror!

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