Indústria 4.0 e a nova Revolução Industrial
Certamente, boa parte dos webleitores que está lendo essa página já ouviu falar numa “4a Revolução Industrial” que começa a bater em nossas portas. Essa nova revolução industrial está assentada no poder de transformação tecnológica e, sobretudo, nas tecnologias de comunicação e informação e chama-se Indústria 4.0.
O conceito de Indústria 4.0 surgiu em 2011 na Alemanha. Ele se refere às indústrias inteligentes que a partir do uso de tecnologias de informação (TI), inovações tecnológicas em automação e controle, buscam aprimorar os processos da manufatura.
Nessa nova indústria as máquinas já não são aquelas onde alguém a comanda. Elas passam a ter poder de decisão, podendo escolher melhores alternativas no curso da produção para atingir a melhor eficiência. De um modo geral as máquinas passam por um processo de aprendizagem.
O ponto central da Indústria 4.0 é composta por três bases tecnológicas principais, ou seja, os sistemas cibernéticos, a internet das coisas e o Big Data. Vale destacar que essas tecnologias combinadas pretendem tornar mais autônomos e mais eficientes as etapas de produção.
Não resta dúvida que as revoluções industrias causaram grandes mudanças na vida do planeta terra e, sobretudo, nas relações pessoais, trabalho e econômicas.
As últimas três revoluções industriais tiveram suas bases alicerçadas em inovações como o surgimento da máquina a vapor e linhas férreas na 1a (1760-1840). Avanços na indústria química, elétrica, de petróleo e de aço permitiram inovações como navio a vapor, prensa móvel, energia elétrica, carros etc., culminando com a 2a Revolução Industrial (1860-1945).
Já a 3a Revolução Industrial é marcada pelas transformações profundas na produção e pela velocidade no desenvolvimento de novas tecnologias que foram capazes de alterar significantemente a indústria, as economias e a sociedade, sendo a internet o principal advento.
E quais são os benefícios da Indústria 4.0? Será que essa nova Revolução Industrial será benéfica a sociedade? Ela já está no nosso dia-a-dia? Essas são perguntas que certamente estarão daqui a pouco nas mentes de todos nós.
Em relação aos benefícios são vários que irão ser sentidos, principalmente, pela indústria de um modo geral, quais sejam: redução de custos, economia de energia, aumento da segurança, eficiência na produção, conservação ambiental, personalização e escala de produtos sem precedentes na história entre outros.
Numa outra dimensão é importante lembrar que a Indústria 4.0 tende a mudar drasticamente as relações de trabalho. Essas alterações terão suas bases na substituição da mão-de-obra pela automação, fato que terá repercussão considerável sobre o mercado de trabalho que conhecemos hoje.
Salienta-se que essas alterações já podem ser observadas no que tange à substituição dos empregos em setores da indústria que tem alta incidência de ações repetitivas.
Sendo assim, é muito importante que aqueles que lidam diretamente com as relações de trabalho passem a enxergar novos cenários para que possam tomar as melhores decisões, haja vista que é notória a diminuição de empregos no futuro nos moldes que estamos acostumados.
“A quarta revolução industrial criará menos trabalho em novas indústrias, frente às três revoluções predecessoras” – dizem vários documentos produzidos sobre esse assunto. Mas, também, novos cargos serão criados com outras exigências, principalmente, aquelas baseadas na criatividade e cognição.
A indústria 4.0 já é realidade e sua força só tende a crescer. O surgimento das impressoras 3D, computadores quânticos, armazenamento nas nuvens entre outras invenções já são fazem parte do nosso vocabulário cotidiano. Logo será facilmente acessada por uma grande quantidade de pessoas a custo baixo.
O futuro já começou, nos resta a preparação da sociedade para essa nova era.
Gutemberg Dias é graduado em geografia, mestre em Ciências Naturais e empresário