Indústria Automobilística: dois meses para o fim do ano!

Com dez meses acumulados em 2018, a indústria automobilística rompeu em outubro a barreira dos 2 milhões de unidades em automóveis e comerciais leves. A expectativa é por um volume anual ao redor de 2,47 milhões, um desempenho 14% superior ao mesmo período de 2017 e maior que o avanço na economia, mas ainda 27% abaixo do recorde histórico de 2012, com seus 3,4 milhões. Nem toda essa queda é atribuída à crise econômica – novas soluções de mobilidade diminuíram o apetite dos compradores pela posse de um automóvel. Mas isso será assunto de outra postagem.

O Salão do Automóvel começa no dia 08 de novembro e as montadoras querem trazer números bonitos para suas coletivas de imprensa. Outubro testemunhou um crescimento ainda maior nos faturamentos diretos ao cliente final, sem que as unidades passassem pelos estoques das concessionárias. Essa parcela atingiu 47% dos emplacamentos do mês, sendo que a FCA, composta por Fiat e Jeep, tiveram 2/3 de suas vendas nessa modalidade.

Impressionante o crescimento da VW, fruto do bom desempenho de Polo, Virtus e da introdução da transmissão automática no Gol e Voyage. A VW cresceu 19% acima do mercado, chegando a 14,9% de participação e se aproximando da Chevrolet, líder com 17,2%, um número 0,9 pontos percentuais abaixo de 2017. Uma grande batalha pela liderança da indústria se avizinha para 2019 entre estas duas grandes empresas.

A Fiat vem em terceiro, com uma participação estável de 13,4%. Se analisada em conjunto com a Jeep, a FCA teria a primeira posição, com 17,7%, leve crescimento versus 2017. Enquanto Argo e Cronos estiveram aquém de sua expectativa de vendas, os SUVs da Jeep garantiram o crescimento da FCA. A Jeep tem a nona posição do ranking.

Em quarto lugar está a Ford, com 9,3% do mercado, leve queda em relação ao ano anterior, mas com boas perspectivas pelo lançamento da versão automática do Ka, agora bem resolvida. Nos calcanhares da Ford, 3 fortes concorrentes: Renault, Hyundai e Toyota, com 8,6%, 8,5% e 8,0% respectivamente. A Renault traz o segundo maior crescimento com desempenho 12% melhor que a indústria, fruto do sucesso do Kwid. A Hyundai prossegue limitada em capacidade para HB20 e Creta e pelos resultados não muito bons acima destes produtos. E a Toyota, que lançou recentemente o Yaris e passa por ampliações de capacidade, tem ferramentas para finalmente avançar no ranking. Ainda não é desta vez que outra marca ultrapasse a Ford e fique entre as quatro grandes, mas o quinto lugar se mantém indefinido, com menos de 8 mil unidades separando Renault e Toyota.

No próximo bloco vem a Honda, com produtos reconhecidos e capacidade para liberar com sua nova fábrica, trazendo ainda mais mudanças estruturais para 2019. A Nissan fecha o grupo das dez maiores, com crescimento 9% acima da indústria e 4,0% de participação. Todas as outras empresas respondem por 6,4% do mercado. Será um fim de ano com luta feroz pela quinta posição. 2019 promete ser um dos anos mais disputados da história automobilística do Brasil.

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