A indústria só tem a ganhar com a Internet das Coisas

Muitos se perguntam hoje qual será a próxima revolução tecnológica pela qual o mundo irá passar. A resposta não é mais uma tendência, mas uma realidade. Já estamos vivendo a próxima revolução tecnológica. E ela se chama Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês para Internet of Things), que tem como objetivo conectar itens usados no nosso dia a dia à rede mundial de computadores.

Cada vez mais surgem eletrodomésticos (de TVs e geladeiras a carros) e até roupas (casacos e tênis) com dispositivos que os conectam a computadores e smartphones. Essa conectividade inteligente permite que os objetos “falem” com o usuário. Por exemplo, já é possível uma pessoa receber uma mensagem em seu celular diretamente de sua geladeira informando que aquele iogurte predileto acabou.

Segundo projeções do site Business Insider, em três anos, haverá cerca de 34 bilhões de dispositivos conectados à internet, sendo 24 bilhões de dispositivos de IoT e apenas 10 bilhões de dispositivos tradicionais (smartphones, tablets, smartwatches, etc). Na indústria, a Internet das Coisas, ou Internet Industrial, também já vem ocupando seu espaço. A consultoria Accenture estima que até 2030 o impacto de IoT será de US$ 7,1 trilhões no setor.

A Vale também está seguindo nesta mesma trilha tecnológica. Em parceria com a GE Transportation, a empresa desenvolveu um sistema, inédito no Brasil, que permite conduzir automaticamente os trens da empresa por meio de um computador de bordo, ligado via satélite a uma central de dados que mapeia todo o trajeto da ferrovia antecipadamente. Esse sistema, tecnicamente conhecido como Trip Optimizer, permite prever o ponto ótimo de aceleração e frenagem, além de avisar ao maquinista qualquer problema na via, permitindo que ele assuma a condução do trem a qualquer momento.

Durante três anos, foram realizados testes em quatro locomotivas na Estrada de Ferro Carajás (EFC), que liga as minas da Vale no Sudeste do Pará ao Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, no Maranhão.

O transporte ferroviário é, sem dúvida, um campo fértil para o desenvolvimento de soluções em IoT. Esses projetos de tecnologia do setor, a partir do momento que conseguem tornar a operação mais econômica, inteligente e preditiva, maximizam ainda mais esse tipo de modal. E, nesse contexto, o meio ambiente é um dos maiores beneficiados. Com operações conectadas, obtemos processos e resultados mais eficientes, queimamos menos diesel e, consequentemente, minimizamos a emissão de poluentes na atmosfera.

O uso do Trip Optimizer permitiu, por exemplo, reduzir o consumo de combustível em até 2,45% na EFC. Quando o sistema estiver totalmente implantado na ferrovia, a partir de 2019, a economia será de R$ 35 milhões por ano na compra de diesel para aquela ferrovia. Serão 9,4 milhões de litros de diesel B8 que deixarão de ser consumidos. Isso significa uma redução de 22,7 mil toneladas de CO2 equivalente por ano. Esta quantidade é igual à emissão de cerca de 31 mil carros populares, motor Flex 1.0, rodando 10 mil quilômetros por ano ou quase 30 quilômetros por dia.

Os ganhos de segurança, por sua vez, não podem ser mensurados diretamente, mas também são fundamentais para a operação: se tivermos um sistema otimizado, com um maquinista atuando como um supervisor, acrescentamos mais uma camada de proteção durante a condução do trem. Essa cadeia de vantagens interligadas traz retornos enormes para a Vale, tangíveis e intangíveis, posicionando a empresa de forma mais competitiva dentro do mercado de mineração. A transformação digital, que tem na Internet Industrial seu melhor exemplo, traz retornos realmente expressivos, porque avançamos em campos nunca antes percorridos. E quem ganha com tudo isso é o planeta, cada vez mais sustentável para as próximas gerações. Bem-vindo ao futuro!