INFINITO REGRESSO
MARKETING50ANOS 53
Amigos, nesta série de artigos em comemoração aos 50 anos da COLUNA MARKETING – a mais longeva coluna sobre MARKETING em todo o mundo – e publicada todas as semanas no PROPMARK, procuro fazer o R&T –RESGATE & TRACKING – de alguns dos mais de 2000 artigos que escrevi nessas 5 décadas.
Hoje resgato o artigo que escrevi e enviei para a redação do PROPMARK no dia 9 de março de 1998, às 11:23.
Primeiro, o artigo. No final faço o tracking, a atualização comparando com os dias em que vivemos.
“Quem fala mais alto é sempre o último a ouvir” ROBERT HALF
INFINITO REGRESSO
Ainda há quatro semanas abordei nesta coluna a desgraça que é quando uma empresa ingressa num processo de INFINITO REGRESSO.
Naquela ocasião exemplificava com um produto lançada pela ITAUTEC que se notabilizava por amontoar, num mesmo aparelho, quase uma dezena de inutilidades, ou, serviços que na cabeça dos consumidores são comprados separados, por mais parecidos que sejam.
Agora quem trata do assunto é JACK TROUT, no seu mais recente livro, “O NOVO POSICIONAMENTO”, próximo lançamento da MAKRON BOOKS no Brasil.
E para melhor entendimento dessa síndrome do INFINITO REGRESSO, TROUT exemplifica:
“Quando nossas estradas se tornam congestionadas, construímos mais estradas. Quando nossas cidades se tornam inseguras, recrutamos mais policiais e construímos mais prisões. Sempre que nossa língua parece inadequada inventamos mais palavras.
Novas super-rodovias desafogam a sobrecarga de velhas super-rodovias, que foram construídas para desafogar a sobrecarga das rodovias, que foram construídas para desafogar a sobrecarga das ruas e estradas.
Segundo estimava de estudo recente, a velocidade média numa auto-estrada em Los Angeles na hora do pico é inferior a de um cavalo e de uma carroça. Era de se esperar que mais estradas resolvessem o problema do transporte.
Em vez disso, ao que parece, mais estradas não trouxeram outra coisa senão mais carros.
Assim, e por decorrência, “mais” não resolve o problema.
A questão é estudo, não escolas; segurança, não o número de policiais; mobilidade, não rodovias; performance, não produtos.”
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Isso posto, e antes de ingressar, muitas vezes sem perceber, quer por desinformação, quer por insegurança, quer por angustia, na SINDROME DO INFINITO REGRESSO, considere a possibilidade da SABEDORIA DA INFINITA SIMPLICIDADE.
Isso mesmo. Lembre-se que nós, os novos consumidores, depois de um longo e penoso aprendizado, nos diplomamos. E agora, reconhecemos, nos produtos e serviços, a ACESSIBILIDADE como uma de suas maiores virtudes.
Não há, pois como, tornar acessível, produtos ou serviços, desfigurados ou descaracterizados por infinitos penduricalhos. Por “falsos plus”, que não pedimos, que não queremos, e que só conseguem desviar nossa atenção, e despertar nosso desinteresse.
Hoje, mais que nunca, é decisivo pensar pequeno, como nos ensinaram os gênios da DDB ao posicionarem, antologicamente, o fusquinha – “THINK SMALL!”
Na vitrine do mundo, abarrotada de alternativas, só conseguem ser percebidos, brilhar, encantar, e mobilizar, produtos que sinalizam com clareza e precisão, o benefício que oferecem.
Todos os demais não passam de figurantes medíocres. De borrões na paisagem.
Ame seus produtos; faça-os simples, e de fácil e rápido entendimento.
TRACKING 2022
Jamais poderia imaginar JACK TROUT, que o tal do INFINITO REGRESSO fosse converter-se na maior pandemia da história dos negócios.
Provisoriamente, espero, empresários de diferentes territórios e competências perderam o a razão, o senso, o juízo, comportam-se como se tivessem pirados, e mergulham no festival do TODOS FAZENDO TUDO PARA TODOS.
E assim, lojinhas de esquina viraram instituições financeiras, instituições financeiras viraram market places, e sandices e demais manifestações patológicas tomaram conta do "recinto". Nem mais ambiente de negócios podemos chamar. Recinto, mesmo...
E não há antídoto que contenha essa alucinação...
Ainda e até o final desta década, e no ápice do INFINITO REGRESSO, testemunharemos a eclosão da segunda bolha da internet. A primeira eclodiu em torno do ano 2000, e fuzilou para sempre manifestações supostamente consagradas e indestrutíveis, tipo AMELIA do PÃO DE AÇUCAR, BANCO 1 do UNIBANCO, e dezenas de outras sandices mais.
Mas quando começa o estouro da boiada tente ficar na frente. Mais que ninguém ouvir, você será atropelado.
O INFINITO REGRESSO é o que prevalece, neste momento, em todo o mundo, e muito especialmente no “recinto” dos negócios no Brasil. SOCORRO!
Repito hoje o que escrevi em 1998, “antes de ingressar, muitas vezes sem perceber, quer por desinformação, quer por insegurança, quer por angustia, na SINDROME DO INFINITO REGRESSO, considere a possibilidade da SABEDORIA DA INFINITA SIMPLICIDADE”.