Inflação do Brasil está menor que a dos EUA em 2022? 3 gráficos e uma retrospectiva!

Inflação do Brasil está menor que a dos EUA em 2022? 3 gráficos e uma retrospectiva!

Antes de chegar até janeiro de 2022 e começar essa retrospectiva de uma forma tradicional, é necessário voltar para o ano de 2020: com a crise da COVID-19, Bancos Centrais e governos mundiais injetaram mais de US$ 25 trilhões em estímulos fiscais e monetários com o objetivo de combater a crise econômica causada pela pandemia.

A injeção de liquidez por si só já seria capaz de causar uma onda inflacionaria em todo mundo, entretanto, com as atividades econômicas interrompidas pela pandemia e na medida em que a vacinação contra à Covid-19 avançava, a demanda por bens disparou sem acompanhar a oferta - causando um choque nas cadeias de suprimentos de todo o mundo.

Até aqui 2 fatores inflacionários foram apresentados, mas um terceiro fator agravou ainda mais a situação: uma crise energética causada por problemas climáticos e tensões geopolíticas (Rússia e Ucrânia) levou ao aumento no custo de energia em todo o mundo. Petróleo, gás, grãos, fertilizantes e algumas outras commodities essenciais para a produção de semicondutores foram os principais afetados pelos conflitos entre a Rússia e Ucrânia. A união desses três fatores trouxe uma onda inflacionaria recorde em todo o mundo.

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O primeiro gráfico mostra que a onda inflacionária atingiu as principais economias (Brasil, EUA, Zona do Euro). Na China, a rígida política de combate à Covid-19 trouxe maior duração às restrições de mobilidade e atividade economia no país, de forma que a economia chinesa seguiu com índices inflacionários controlados ao longo do tempo. Além disso, chama atenção no gráfico que em junho de 2022 é possível ver um comportamento de queda nas pressões inflacionarias no Brasil, e o segundo gráfico explica esse comportamento:  

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Apesar de ter iniciado o ano de 2021 em mínimas históricas (2%) o Banco Central brasileiro deu início em março de 2021 a um dos maiores ciclos de alta de juros da história: foram 16 altas consecutivas na taxa de juros de forma que em agosto de 2022 o ciclo foi encerrado em 13,75% (valor atual). Aqui podemos ver a atuação do COPOM (Comitê de Política Monetária) na prática: buscando manter o equilíbrio da economia, a postura contracionista adotada buscava trazer a inflação de volta para a meta.

Dessa forma, o Brasil acelerou o movimento de combate a inflação e se tornou destaque entre os pares globais que seguem na tentativa de controlar as pressões inflacionárias. Além disso, vale pontuar que longe das tensões geopolíticas, a economia brasileira também foi beneficiada pela alta nos preços das commodities.

De volta ao cenário internacional, o “combo de riscos” só aumentou com a mudança de postura do Federal Reserve (Banco Central americano), que por um tempo entendia que a inflação era transitória, mas logo no início de 2022 sinalizou a necessidade de subir juros mais cedo e mais rápido do que era esperado pelo mercado.

Com a mudança de postura do Fed, o mercado passou a questionar qual seria a “dose” do aperto monetário e se a inflação voltaria para a meta sem comprometer o crescimento da economia americana causando uma... recessão.

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Como é possível no gráfico 3 que apresenta os dados do Google Trends, as pesquisas em relação a recessão aumentaram de maneira significativa em dois períodos específicos: logo após a chegada da pandemia e posteriormente no início deste ano de 2022.

Ao longo do ano de 2022 o mercado passou a olhar para a desaceleração econômica e a precificar uma maior probabilidade de recessão no mundo – em especial nos Estados Unidos e na Europa (fortemente atingida pelo conflito entre Rússia e Ucrânia). Como resultado, vimos os índices de ações e de renda fixa globais apresentarem retornos negativos ao longo do ano.

A volatilidade nos mercados segue alta, e o grande questionamento nesse momento é “Onde investir em 2023?”

Para te ajudar o time do Research XP montou um e-book com as visões para os cenários macroeconômico, político e para os mercados, com análises de tudo o que você precisa saber para investir com tranquilidade nos próximos 12 meses.

Por fim, deixo aqui um questionamento: seu portfólio está alinhado? Aos seus objetivos, tolerância a riscos e horizonte de investimento?

Para responder essa pergunta é necessário ter um planejamento assertivo, alinhado a sua tolerância e objetivos. Sim, é importante olhar para os desafios e riscos do cenário antes de investir, mas em tempos de incertezas, a melhor forma de encontrar oportunidades é utilizando ferramentas como o: conhecimento, diversificação, rebalanceamento e gestão ativa.

Gostou da retrospectiva? Deu para entender o que houve até aqui para chegar a esses números de inflação?

Seu comentário é importante, espero ter ajudado e até a próxima!  

Patricia Pessoa Pousa

Executiva de Gente e Gestão em Saúde | Palestrante, Consultora, Mentora em Gestão de Pessoas | Assessora LinkedIn | Doutora em Mundo do Trabalho e Saúde Mental na FCM Unicamp | Enfermeira | Professora pós-graduação

2 a

Excelente, mesmo não pertencendo ao seguimento financeiro entendi com clareza todo a retrospectiva e a lógica da aplicação. Grata Clara Sodré

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