Inimigo em comum: o estresse está por toda a parte

Inimigo em comum: o estresse está por toda a parte

Você já chegou em casa com a sensação de estar carregando uma mala de viagem nas costas? Uma irritação e um ritmo cardíaco acelerado? Pensamentos confusos, tensão muscular e de repente até mesmo alterações intestinais? Tudo isso e muito mais são sintomas do estresse, palavra que foi “esvaziada” com o tempo e é utilizada para qualquer nervoso pontual, mas que se trata de um quadro mais complexo do que isso. 

O estresse é, antes de mais nada, uma reação natural do organismo que acontece quando vivenciamos ou nos vemos diante de situações de perigo ou ameaça, como explica o Ministério da Saúde. Esse mecanismo é o responsável por nos colocar em estado de alerta e isso acaba provocando alterações físicas e emocionais, que vão variar de cada pessoa e como ela reage a esse estímulo. 

Ele pode ser agudo - quando é mais intenso, curto e causado normalmente por uma situação traumática, mas passageiras; ou crônico, o tipo que afeta a maioria das pessoas, sendo constante no dia a dia, mas de uma forma mais suave. Há ainda três fases em que ele se desenvolve: fase de alerta, de resistência e de exaustão. 

Mas, em linhas gerais, não se trata de algo pequeno ou apenas uma irritação. É por isso que há tantos pesquisadores preocupados em estudá-lo, porque é impossível não senti-lo - e talvez até mesmo negativo, já que se trata de um mecanismo natural do nosso organismo e até mesmo uma capacidade evolutiva da nossa espécie. O problema é quando ele se dá em excesso, em muita intensidade e, claro, em alta frequência.

O estresse no trabalho

E a situação não é das melhores. De acordo com estudos mais recentes da ISMA-BR (International Stress Management Association), uma das principais instituições mundiais dentro do tema, 72% dos brasileiros estão estressados no trabalho, número preocupante e para lá de relevante. Essa mesma pesquisa já traz um outro número importante e reflexo do primeiro dado: 32% dos brasileiros estão sofrendo da Síndrome de Burnout.

Trata-se de um “um estado de esgotamento físico e mental com origem intimamente ligada à vida profissional”, como cravou o psicanalista Herbert Freudenberger, vítima dessa condição, em 1974, como te contamos melhor neste artigo. Essa síndrome é séria e já reconhecida como doença relacionada ao trabalho pela Organização Mundial da Saúde.

Ainda segundo a OMS, o Burnout se refere a uma “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso” e é preciso que as empresas estejam atentas ao fenômeno. Mas afinal, o que fazer diante desses dados alarmantes? O Datafolha realizou em 2023 para a Fundação Itaú uma pesquisa para identificar se programas e atividades culturais impactam a saúde mental ou emocional em 2023, como contou o jornal Nexo.

Foram entrevistadas pessoas entre 16 a 65 anos e 42,3% deles relataram que tiveram algum problema relacionado à saúde mental naquele ano. As mulheres representavam a maioria: 22,7 pontos percentuais de diferença para o masculino. Ainda, 63,3% das pessoas que relataram alguma questão de saúde mental procuram tratamento. Cultura é o tipo de atividade que mais contribui com a melhora na saúde mental, o que já pode te dar uma pista do que fazer para relaxar.

Nessa matéria, te ensinamos como esse sentimento pode se tornar seu aliado, já que é muito difícil não senti-lo, ainda que sejam os microestresses, que também já falamos por aqui. Mas, a neurocientista Ana Carolina Ferraz Mendonça de Souza, especialista no tema e que dedicou toda a sua carreira a pensar no estresse sob a ótica do trabalho, traz também outros insights como:

  • Se afastar do agente estressor se for possível
  • Se não for possível, procurar meios de se adaptar tendo sempre em mente a capacidade adaptativa do ser humano - como nos acostumamos à pandemia, por exemplo. “Você vive todo dia essa situação e, da mesma forma que você para de sentir o cheiro do seu perfume ou para de sentir a roupa em contato com o seu corpo, a tendência do cérebro é que ele pare de prestar atenção”, diz ela.
  • Usar a inteligência emocional a seu favor, ou seja, mudar a sua relação com essa situação e entender o porquê do seu corpo está reagindo tanto a essa “ameaça” que até agora não realmente te feriu
  • Entender que tudo aquilo não é real e até buscar respostas mais objetivas ao seu medo por meio de uma psicoterapia
  • buscar formas de canalizar esse estresse e relaxar com programas prazerosos para que você possa equilibrar a fisiologia do seu corpo que foi toda alterada
  • Fazer exercícios frequentes de respiração - há dicas aos montes deles na internet, mas nós já falamos disso por aqui também.

Talvez, a principal dica seja: ouça o seu corpo e leve-o a sério. Esteja atento aos sinais que ele te dá e entender se essa situação é pontual ou se é um problema estabelecido em sua vida. Um dos pilares para uma vida com mais qualidade, afinal, é a mente, e tudo começa pelo mapeamento dos pontos fracos. Esse é um dos seus? Busque ajuda e conte com o Plenae nessa jornada. 

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