Inovação e Transformação Digital - Artigo 04 - Parte do PFCC25 - Programa de Formação e Certificação de Conselheiros da Board Academy Br.
Introdução
A pressão para se produzir mais e melhor é contante. Estamos vivendo num mundo altamente competitivo, e o uso da Inovação e das Tecnologias sempre foi uma realidade.
Com o advento da pandemia, o uso da tecnologia se intensificou. A Transformação Digital trás com ela um conjunto de inovações tecnológicas que prometem uma avalanche de benefícios para as empresas que as adotarem. As empresas que não adotarem essas inovações tecnológicas se arriscam a ficarem para trás e perderem competitividade.
Por outro lado, a Transformação Digital também trás com ela riscos, desde o uso inadequado ou mal planejados das tecnologias até a exposição da empresa a riscos cibernéticos. Não sem motivos que, em pesquisas do passado não muito distantes, mais de 70% dos projetos de transformação digital não entregaram os benefícios que prometeram.
Como um conselheiro deve se posicionar em ralação a esses temas?
Inovação
A inovação pode ter diversas formas corretas de defini-la, uma delas, a inovação é uma nova roupagem, abordagem, e/ou funcionalidade para coisas que as pessoas veem e/ou tem acesso todos os dias, de modo a agregar algum tipo de valor para as pessoas, empresas, sociedade e/ou meio ambiente.
Outra definição mais simples, e igualmente verdadeira é:
Inovar é transformar novas ideias em resultados concretos.
Em relação ao impacto, existem três tipos de Inovação:
· Inovação Incremental: Adiciona novidades, seja no produto, na marca, nos métodos de produção, sem promover uma mudança muito brusca. Exemplo: Gillete.
· Inovação radical: Muda o cenário de uma marca, seja do mercado ou da dinâmica empresarial. Exemplo: iPhone.
· Inovação Disruptiva: Transforma um produto ou serviço, de modo que a sua versão original se torna obsoleta, impactando também no comportamento dos seus consumidores. Exemplo: Uber, iTune, Netflix e airbnb.
Em relação ao foco, existem quatro tipos de Inovação:
· Inovação de Produtos e Serviços: Inovação em O QUE fazemos. Desenvolvimento e comercialização de produtos ou serviços novos, fundamentos em novas tecnologias e vinculados à satisfação dos clientes.
· Inovação de Processo: Inovação em COMO fazemos. Desenvolvimento de novos meios de fabricação de produtos ou de novas formas de relacionamento para a prestação de serviços.
· Inovação de Negócios: Inovação em COMO GERAMOS VALOR. Desenvolvimento de novos negócios que forneçam uma vantagem competitiva sustentável.
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· Inovação de Gestão: Inovação em COMO NOS RELACIONAMOS corporativamente. Desenvolvimento de novas estruturas de poder e liderança.
A inovação é GERENCIÁVEL, ela não é fruto do acaso. Os objetivos da inovação devem estar alinhados com a estratégia da empresa. Deve existir processos de identificação constante de: oportunidade, tendências emergentes, inovações tecnológicas e mudanças regulatórias.
O fato é que a INOVAÇÃO faz parte dos processos de Direcionamento, junto com a GOVERNANÇA, ESTRATÉGIA e NOVOS NEGÓCIOS e são de responsabilidade do mais alto executivo da empresa. É claro que a inovação se desdobra nos níveis táticos e operacionais, uma vez que as contribuições para a inovação não têm hierarquia. Boas ideias vêm de qualquer lugar, dentro e foram da empresa. Mas, requer um processo para gerenciar a inovação, com objetivos, critérios, indicadores, reconhecimentos, e melhoria contínua.
No ambiente competitivo atual, as empresas precisam de maneiras de se diferenciar, de obter melhores resultado e crescer. A inovação é importante para se conquistar esses objetivos.
Transformação Digital
Por definição, a transformação digital é a jornada de mudança nos processos, produtos, serviços e na relação com seus colaboradores, através da aplicação de novas tecnologias digitais, buscando melhorar a eficiência, a experiência do cliente e descobrir novas oportunidades de monetização.
Observem que as novas tecnologias digitais não têm fim nelas mesmas. O objetivo final é a agregação de alguma forma de VALOR, por meio das novas tecnologias digitais. Ou seja, Tecnologia é um habilitador desta transformação.
O que chamamos de “Cultura Digital” atualmente é fruto de várias transformações que a humanidade vem experimentando ao longo da sua existência e com as quais teve que aprender a lidar, por bem ou por mal. Poderia e pode ter outros nomes, como “Cultura de Inovação”, “Cultura de melhoria contínua”, enfim, o “Digital” liga o termo a era da “Informação”, a era do “Conhecimento”, onde um conjunto grande de tecnologias digitais vem ganhando notoriedade como: Internet das Coisas, nuvem, realidade aumentada, mobilidade, Industria 4.0, Inteligência Artificial, blockchain, veículos autônomos, automação e robotização de processos, entre várias outras.
Cada uma dessas tecnologias digitais traz com ela promessas de agregação de valor para algumas das partes envolvidas, por outro lado, essas mesmas tecnologias também trazem riscos que precisam ser gerenciados. Desde oportunistas que se aproveitam do baixo conhecimento de algumas empresas, passando por vírus, cavalo de troia, brechas que tecnologias não suficientes maduras podem apresentar, invasão a rede da empresa para roubo, sequestro e/o destruição de informações até o uso inadequado, ilegal ou antiético de tecnologias.
A boa notícia, é que usando as novas tecnologias com a cultura digital incorporada a empresa, elas entregam os resultados que se esperam delas. E a outra boa notícia é que existem boas práticas ligadas a gestão da tecnologia da informação que servem de guia para implementar a cultura digital nas empresas, entre elas: COBIT, ITIL, TOGAF, CMM, ISO 20.000, ISO 27.000, e o MEETIE (Modelo de Excelência Enxuta de TI Empresarial).
Considerações Finais
Inovação e Transformação Digital são temas intimamente relacionados. Parece correto pensar que a Transformação Digital seja um dos temas endereçados pela Inovação. A Inovação tem uma amplitude maior, ela também explora novas metodologias, mudanças climáticas, governamentais, demográficas, comportamentais, políticas, jurídicas, tributárias, fiscais, além da tecnológica.
A questão é que se a Empresa não gerenciar a “Inovação”, as respostas da empresa para as mudanças que ocorrem externamente, e até internamente, ficarão entregues ao acaso. Ou seja, algum dirigente, ou colaborador interno, pode levantar algumas questões chamando a atenção da empresa para temas relevantes. Porém, se isso não ocorrer, a empresa pode pagar o preço por não responder, negligenciar ou demorar a responder, mudanças externas e internas que impactem o seu negócio.
A Transformação Digital, além das questões apresentadas neste artigo, tem provocado mudanças comportamentais nas pessoas no mundo inteiro, há correntes de pensamento que relacionam ela aos conceitos de mundo VUCA (Volatility, Uncertainty, Complexity, Ambiguity) e mundo BANI (Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible), que sugiro que os leitores explorem, pois essas são abordagens importantes para refletir e preparar a empresa tanto para o tempo atual, como para o que isso pode provocar mais a frende.
Muito Obrigado!
Mauro Gonçalves Pinheiro, MSc.
3PG_TI, MBA, PMP, CPIM, DPO, ISO, LSSBB, LAV, ITILf, COBITf