INOVAÇÃO X.0 - AS (RE)EVOLUÇÕES QUE TRANSFORMAM SOCIEDADES E MERCADOS (PARTE 2) – INOVAÇÃO EM MODELO DE NEGÓCIOS

INOVAÇÃO X.0 - AS (RE)EVOLUÇÕES QUE TRANSFORMAM SOCIEDADES E MERCADOS (PARTE 2) – INOVAÇÃO EM MODELO DE NEGÓCIOS

A forma como fazemos negócios está mudando a cada dia e esse modelo está sendo reinventado por alguma empresa a toda hora. No jargão das startups, as “dores” que as empresas precisam resolver mudam de abordagem a cada momento. Quando falamos em inovação em modelo de negócios, sempre alguém cita que o Airbnb não possui nenhum quarto, que a Amazon não possui estoque, que o Netflix não tem estúdios, que o Uber não possui nenhum carro, que o Nubank não possui agências bancárias e assim por diante. Estes são alguns dos modelos de negócios mais emblemáticos que mudaram nos últimos anos, mas a cada dia alguém descobre algo novo que modifica algum tipo de negócio. Hoje mesmo, antes de começar a escrever este texto, estava lendo uma entrevista com Jay Samit na revista PEGN sobre seu livro Disrupt You! (Seja Disruptivo!), onde, entre outras coisas ele cita uma startup que loca um apartamento do Airbnb e subloca o mesmo ao cliente final, ao mesmo tempo em que cuida da faxina, arrumação, entrega das chaves e todos os outros serviços que, normalmente, o dono do imóvel não quer se preocupar. No final das contas todos saíram ganhando mais com isso. Isso nada mais é do que inovar a inovação, ou seja, a abordagem central que estamos trabalhando na Conferência ANPEI de 2019.

No final de 2018, a convite do LinkedIn, escrevi um artigo (O que esperar para 2019) sobre as previsões para 2019. Como em todas as previsões, algumas você vai acertar e outras vai errar, mas algumas coisas que previ já estão ocorrendo, como o declínio do Facebook pelas questões de CREDIBILIDADE com os dados dos usuários. Houve um vazamento de 82 milhões de dados em 2018. O próprio Mark Zuckerberg comentou que “Quando penso no futuro da internet, acho que uma plataforma de comunicação focada na privacidade se tornará ainda mais importante do que as plataformas abertas de hoje. Acredito que o futuro da comunicação se tornará cada vez mais privado, com serviços de criptografia que garantam a liberdade e segurança das conversas dos usuários”. Em outras palavras, o próprio modelo de negócios do Facebook vai mudar do que é hoje, pois do contrário, minha previsão se concretizará. Quem aí se recorda do Orkut?

É muito importante lembrar que muitas mudanças de modelo de negócios são baseadas em tecnologia, mas é claro que existem outras que não são de base tecnológica. Lembro que, no início da década de 1990, quando o telefone celular foi popularizado aqui no Brasil pela Motorola (quem não lembra do “tijolão”) ele era só utilizado para ligação sem fio que já era o máximo. Quando apareceu o primeiro celular que enviava mensagens, ele fez o maior sucesso. Depois os smartphones e assim por diante. A capa da revista exame dessa semana (17/04/2019), mostra que 5,5 milhões de brasileiros ganham dinheiro com aplicativos para celular. No Brasil já temos 220 milhões de smartphones e cerca de 45 milhões de pessoas já utilizaram aplicativos para obter renda. Se pensarmos que o nível de desemprego nos últimos 4 anos está patinando na casa de 12 milhões, é muito razoável pensar que muito desses ditos “desempregados” estão ganhando alguma renda por meio de algum aplicativo. O que é interessante é que essa tendência veio para ficar, ou seja, as pessoas que até recentemente estavam desempregadas no modo tradicional de emprego, hoje podem fazer parte de uma nova geração de empreendedores, mas isto é assunto para o artigo 5 desta série.

É importante perceber que a mudança de modelo de negócios não ocorre somente em pequenas e médias empresas ou startups. Na ANPEI estou coordenador do Comitê de Fomento desde 2013 e, em uma das últimas reuniões que fizemos em 2018 fomos a Bosch, em Campinas. Durante a reunião tivemos a apresentação institucional da empresa e algo me chamou muita atenção: o CEO Global da Bosch, avaliando os cenários derivados da Inovação 4.0, composto por Internet das Coisas (ioT), mobilidade autônoma, impressão 3D, comunicação 5G, computação nas nuvens e outras inovações que vão impactar a companhia, decidiu reinventar a empresa. O gerente de inovação comentou que durante muito tempo a empresa foi conservadora desenvolvendo internamente ferramentas, componentes e soluções para os clientes, mas agora está promovendo inovação inside e outside, ao mesmo tempo. Em resumo, estimulando empreendedores internos a desenvolver soluções que possam ser comercializadas e também estimulando empreendedores externos ou empresas a desenvolverem novos produtos e serviços a partir de demandas (ou dores) dos clientes da companhia. Em suma, o que a BOSCH, uma empresa centenária, quer agora é melhorar a vida das pessoas por meio de seus produtos e serviços e não apenas vender peças, instrumentos e ferramentas. Novos modelos de negócios são muito bem-vindos.

Na Conferência queremos conhecer o que os novos (ou velhos) inovadores ou empresas estão fazendo para sair do modelo de negócios tradicional para novos modelos. Apresente seu CASE, quem sabe ele não seja o próximo unicórnio nacional!

Geziel Sampaio

Account Manager | B2B | Retail Farma | MBA Gestão Comercial - USP/ESALQ | Administração, Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) - RD Saúde

5 a

Tacianne Braz

Maria Cristina Almeida Santos

Matemática | TI | Inteligência Empresarial | Voluntária | Diretora

5 a

Excelente artigo Luis Frade. Participei, recentemente, de uma conferência onde foram abordados novos modelos de negócio com foco na geração de valor para a sociedade e para todos stakeholders, começando pelos colaboradores. Os temas recorrentes foram #capitalismoconsciente, #empresashumanizadas, #empresasdobem, #consumoconsciente, #inteligenciaemocional e #inteligenciasistemica, somente para citar alguns. O lucro deixa o protagonismo e passa a ser o meio de alcançar o propósito.

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