Inserção da mulher no mercado de trabalho.
Eu não sei se é a sua realidade, mas com certeza é a realidade de muitas mulheres, mães e empreendedoras que eu conheço.
Mulheres e homens, ao longo da humanidade, desempenhavam papéis sociais muito distintos. E por vários séculos, a mulher viveu em uma cultura patriarcal e machista, onde o papel dela na sociedade era voltado unicamente para a família. O homem era o patriarcado, responsável por trabalhar e pelo sustento familiar, a ele era permitido "ter vontades" enquanto para a mulher era permitido apenas "deveres". As mulheres eram governadas pelo homem, marido, irmão ou tio. A estes sim, competiam o dever da responsabilidade por elas.
E assim foi construído o papel da mulher; como mãe, fêmea, reprodutora, esposa, submissa, dona de casa, protetora, sexo frágil, alguém sem direitos de escolha. A essas mulheres, eram vetados o direito ao voto político, a educação, o direito sexual e reprodutivo, ela era totalmente dependente. Dessa maneira, a sociedade viveu por muito anos. O capitalismo e a revolução industrial impulsionaram as primeiras mudanças, com o trabalho não só para os homens, mais para toda a família.
Com a revolução industrial, houve a redução do salário dos homens, e crescente necessidade de mão de obra nas fábricas. Desta forma, o homem que era o patriarcado e único responsável pelo sustento familiar, não conseguia mais manter uma remuneração adequada, sendo assim, todos os integrantes da família tiveram que sair para trabalhar nas indústrias, inclusive a mulher.
A inserção das mulheres no mercado de trabalho foi marcada pela dupla jornada, de até 18h diárias, pois, além de trabalhar nas indústrias, as mulheres, mantiveram a responsabilidade dos serviços domésticos. E apesar, da menor remuneração nas fábricas quando comparado às do homem, essas mulheres começaram a alcançar direitos e autonomia.
As duas grandes guerras mundiais também foram de grande importância para as mulheres conquistarem o seu espaço, iniciarem a pensar na sua carreira profissional, e, demonstrarem sua importância no mercado de trabalho, ingressando na saúde como enfermeiras, cuidadoras e educadora de crianças, que não eram seu filhos, também eram muitas costureiras, domésticas, dama de companhia. Essas foram as primeiras profissões destinadas à mulher. O caminho percorrido pelas mulheres sempre foi de opressão e traçado por muitas dificuldades, sofrimentos, lutas e conquistas, como até hoje ocorrem.
Mas sua história ainda está enraizada nas desigualdades entre os gêneros, procurando ela, dar conta do trabalho fora, da organizar no lar, da maternagem, da educação dos filhos, do casamento, em ser fonte de renda em casa, e companheira, apesar de qualquer coisa. São vários os papéis.
Socialmente, esperava-se que as mulheres não trabalhassem fora e cuidassem exclusivamente da casa e da família. Se quisessem trabalhar, que escolhessem algo que pudessem fazer em meio período, e até hoje é cobrado socialmente da mulher que ela trabalhe e de conta dos filhos, da casa e do casamento. Apesar dos avanços das mulheres nos últimos anos, ainda há uma série de desafios a serem superados.
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Pesquisa de 2020 dos Profissionais Brasileiros Catho mostra que, embora a diferença salarial entre a população feminina e masculina tenha diminuído entre 2012 e 2018, ela persiste: as trabalhadoras ganham, até 46% menos que os trabalhadores no mesmo nível de escolaridade.
Perante o mercado de trabalho, mulheres jovens são sempre o primeiro alvo de demissão dos empregadores. A maior ascensão da mulher no mercado e o maior comprometimento com o desenvolvimento de sua carreira tem ajudado na diminuição das barreiras da sociedade e organizacionais, visto que, a mulher tem sido como uma importante força de crescimento econômico, mas ainda encontra dificuldades em organizações tradicionais.
A Socióloga Carmen Migueles explica que isso advém do fato de a participação feminina no mercado brasileiro estar concentrada em cargos com remuneração mais baixa; “ Muitas vezes, elas se submetem a postos de trabalho piores para terem mais flexibilidade porque elas precisam equilibrar as duas jornadas: a familiar e a profissional.”
Considerando ainda por alguns estudos feitos, de acordo com a revista Forbes nas 150 melhores empresas para se trabalhar fazem relação entre, a ainda diferença, dos cargos de chefia e a remuneração. Em que 32% das mulheres ocupam cargos de liderança, enquanto 68% são homens. Verificou-se a diferença nas faixas salariais mais altas, onde há um maior número de homens.
Podemos perceber atualmente que há barreiras e limitações sobre a inserção da mulher no trabalho em especial no mundo industrial, que continua sendo visto como basicamente masculino. O crescimento de formas alternativas de gerenciamento de carreira pessoal, mostra - se, no caso da mulher, apenas uma forma de diminuir o preconceito e questões discriminatórias sociais ainda bem latente na realidade atual.
De modo geral, a menor remuneração em relação ao trabalho desenvolvido pelo homem e o tipo de trabalho ao qual são orientadas fazem diferença significativa ainda nos dias de hoje, e a escolha por carreiras alternativas pode ser uma forma de driblar esse problema.
Uma pesquisa da consultoria McKinsey mostrou que empresas que têm mulheres na liderança lucram, em média, 21% a mais, e têm resultados operacionais 48% maiores em comparação com a média da indústria As crescentes transformações do mundo corporativo têm contribuído para o surgimento de novas modalidades de carreira.
Se você se identifica com esse assunto e tiver interesse em saber mais sobre Carreira e Competências femininas, será uma grande satisfação a nossa conexão e principalmente saber a sua opinião a esse respeito.