PARTICIPAÇÃO FEMININA NA ÁREA DE TRABALHO

PARTICIPAÇÃO FEMININA NA ÁREA DE TRABALHO

Ketty Sanches , Giovanna Zamprogno , Thayris De Jesus , Ludmyla Marques , Tania Silva , Victor De Oliveira Modesto .

Introdução

Existem diversos motivos pelos quais a inserção da mulher no mercado de trabalho deve ser estudada e analisada. Em primeiro lugar, ela produz forte impacto nas relações sociais, pois implica uma mudança de “paradigma” familiar e cultural. Outro motivo, não menos importante é relacionado com a discriminação de gênero, tanto em relação a diferenciais de salários quanto a postos de trabalho. Hoje em dia é difícil encontrar postos de trabalho que não tenham sido invadidos pelas mulheres. Elas são sensíveis, persistentes, criativas e, ainda por cima, enfrentam dupla jornada de trabalho, ou seja, deve-se levar em conta que a maioria das mulheres, quando chega em sua casa, precisa cuidar dos afazeres domésticos. (MAIA; LIRA, 2004).

A entrada da mulher no mercado de trabalho ocorreu devido à necessidade de sua contribuição nos serviços que estavam ligados ao ganho financeiro da família, com início na Revolução Industrial absorvendo de forma importante a mão-de-obra feminina pelas indústrias com o objetivo de baratear os salários e também pela maior facilidade de disciplinar esse novo grupo de operárias, onde trazendo definitivamente, a mulher na produção. Ao longo dos anos mudanças importantes têm ocorrido na participação das mulheres no mercado de trabalho. Este processo se consolida a cada dia deixando de ser apenas uma oscilação temporária, tornando o processo de incorporação do contingente feminino um fenômeno social contínuo e persistente (GARCIA & CONFORTO, 2012).

A inserção da mulher no mercado de trabalho se deve também a dois acontecimentos que marcaram a história da humanidade, e modificou a vida das mulheres. Com as guerras os homens tinham que ingressar nas frentes de batalha e as mulheres passaram a assumir os negócios da família e a posição dos homens no trabalho. A entrada da mulher no mercado de trabalho também se deve ao desenvolvimento de métodos contraceptivos, como o uso do anticoncepcional, com as mulheres diminuindo a quantidade de filhos que queriam ter, se quisessem ter, quando e quanto tê-los, podendo se dividir entre a casa e o trabalho.

Ao final das guerras, o resultado, tinha modificado a paisagem e a estrutura das sociedades mundiais, pois, com o regresso dos homens que lutaram pelo país, onde muitos dos que sobreviveram ao conflito foram mutilados e impossibilitados de voltar ao trabalho, outros ficaram com problemas psicológicos, e muitos outros foram excluídos da vida social das comunidades, entre outras coisas, resultando num novo tipo de sentimento e atitude por parte das mulheres. Nesse momento é que as mulheres novamente deixaram as casas e os filhos para levar para frente os projetos e os trabalhos realizados pelos maridos. (BALTAR E LEONE, 2008).

Desemprego

Muitos homens ainda enxergam as mulheres como frágeis e incapazes. Como se não tivessem inteligência suficiente para lidar com questões mais complexas, exigidas por cargos mais altos, ou se não merecessem o mesmo tipo de tratamento. Isso se reflete na diferença salarial e na diferença de ocupação em cargos de liderança nas empresas.

Como se não bastasse toda essa luta, a mulher nem sempre conta com o apoio da família para seguir sua carreira. Fato que está diretamente relacionado com a questão do preconceito e da cultura machista que serve como base da sociedade atual. Muitas vezes, a família reverbera a ideia de que a mulher tem o dever de cuidar da casa, dos filhos e do marido apenas porque foi assim que aprenderam.  

As mulheres representam 54,5% da população economicamente ativa no país, mas as mães ainda sofrem constrangimentos no ambiente de trabalho e nos processos seletivos. Sisnando de Luca

Segundo o estudo Estatísticas de Gênero, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em março do ano de 2021, apenas 54,6% das mães de 25 a 49 anos que têm crianças de até três anos em casa estão empregadas. A maternidade negra, nesta mesma situação, representa uma taxa ainda menor: menos da metade está no mercado de trabalho (49,7%). Talita de Souza 11/05/2021

No Brasil, é crescente a participação da mulher no mercado de trabalho e é notório o aumento de sua importância na economia. É progressiva também a responsabilidade feminina no sustento da família e destaque profissional em diversos setores. Entretanto, as funções exercidas, os cargos e as remunerações dessas mesmas mulheres ainda se encontram em defasagem considerável quando comparados com os dos homens. De lá para cá, muita coisa evoluiu, e as mulheres estão conquistando cada vez mais espaço no mercado de trabalho, inclusive em áreas que já foram exclusivamente masculinas. Já são as mulheres a maioria no ensino médio, porém, são elas as que possuem maior dificuldade de colocação no mercado de trabalho.

O Direito ao voto por exemplo, foi o pontapé inicial para todas as conquistas seguintes das mulheres na sociedade. Apenas os homens tinham o direito de decidir o futuro do país, e foi por meio de muita luta dos movimentos feministas, com o apoio e o

reforço de outros movimentos que se instauraram ao redor do mundo que, em 1932, as mulheres conquistaram o direito ao voto.

Hoje, a realidade é outra. Além das mulheres que, literalmente, colocam a mão na massa nos cargos operacionais do setor, os cargos mais especializados também estão atraindo muitas profissionais competentes. Elas estão se formando em Engenharia civil e se tornando responsáveis por obras de grandes proporções.

A evolução da mulher no mercado de trabalho mostra que muito já foi conquistado, mas muito ainda há de ser feito. Vencer desafios está no sangue delas, que já se acostumaram a ter que “matar um leão por dia”. Mas o que fica de positivo é que o caminho já está sendo seguido, e a tendência é que ele se torne ainda melhor daqui em diante. Maio 17/05/2022

Ocupações

No Brasil, a participação da mulher no mercado de trabalho tem crescido anualmente. Nas últimas décadas, o número de mulheres empregadas com carteira assinada mais que dobrou. Entretanto, os tipos de ocupação, os cargos e os salários dessas mulheres não acompanharam a evolução do número de postos de trabalho. Existe ainda uma enorme distância entre homens e mulheres nesse cenário.

Entretanto, as funções exercidas, os cargos e as remunerações dessas mesmas mulheres ainda se encontram em defasagem considerável quando comparados com os dos homens.

A inserção da mulher no mundo do trabalho vem sendo acompanhada, ao longo dos anos, por elevado grau de discriminação, não só no que tange à qualidade das ocupações que têm sido criadas tanto no setor formal como no informal do mercado de trabalho.

As mulheres brasileiras ainda recebem em média 70% do salário que os homens ganham para executar as mesmas tarefas, nos mesmos postos de trabalho. Além disso, as condições de trabalho e a hierarquia nas instituições ainda desfavorecem as mulheres em relação ao sexo masculino. Os cargos de chefia ainda são exercidos, na maioria dos setores, por homens, mesmo em profissões tidas como historicamente femininas.

Desigualdade

A desigualdade de gênero tem total referência aos ingressos de oportunidades entre homens e mulheres, que impactam principalmente no mercado de trabalho onde a ausência de mulheres em espaços de liderança e decisão impede que haja melhorias para elas no ambiente corporativo e até mesmo no ambiente familiar e público.

De acordo AYARZA (2018), apesar das mulheres serem a maior parte da população brasileira, elas resultam a menor ocupação no mercado de trabalho comparado aos homens.

Este cenário é influenciado por fatores antigos, como por exemplo, o machismo que é evidente desde a antiguidade, em que as mulheres tinham o papel de cuidar da casa e dos filhos, sendo excluídas das votações e não podiam expor suas opiniões políticas ou econômicas.

Em pesquisa divulgada pela FGV-IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), com base nos dados de Pesquisa Nacional por amostras de Domicílios do IBGE, pesquisadores analisaram a influência que o nascimento de um filho pode causar na vida profissional de uma mulher, sendo as mais afetadas durante a pandemia, pois as escolas fecharam e muitas foram obrigadas a abrir mão de seus empregos.

De acordo com o pesquisador não mencionado da FGV. “Quando não se tem filho sete em cada 10 homens em idade ativa estão no mercado de trabalho contra menos da metade das mulheres nessa mesma situação, tendo uma diferença de 21 pontos percentuais. Quando nasce um bebê, essa desigualdade mais que dobra, passando a ser quase 50 pontos percentuais.”

As participações das mulheres seguem abaixo a dos homens ao decorrer da vida de seus filhos e levam 18 anos para recuperar as posições perdidas. Como já citado, isso é decorrência de fato histórico, as atividades do lar e a maternidade estão vinculadas as mulheres, que passam bastante tempo fora do mercado de trabalho, apenas se dedicando aos filhos e deixando de buscar novas experiências e qualificações.

Em alguns processos seletivos têm perguntas relacionadas a maternidade que geram frustrações em mulheres que buscam por emprego, gerando para elas a escolha entre a maternidade e sua carreira profissional. O que não devia existir, pois se o homem tem o direito de ser pai e ter uma grande carreira profissional as mulheres também podem ter e lutam todos os dias para isso acontecer sem desigualdade.

Remuneração

Segundo dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) 2019, o número de mulheres no Brasil é superior ao de homens, a população brasileira é composta por 48,2% de homens e 51,8% de mulheres. Mesmo conquistando cada vez mais espaços, as mulheres seguem com uma remuneração menor que os trabalhadores masculinos em diversas áreas de atuação. Com a consolidação do sistema capitalista no século XX, surgiram leis a favor das mulheres, e mesmo com essa conquista a segregação ocupacional pendurou-se por muito tempo.

Essa discriminação ocorre quando, apesar de estarem no mesmo nível de qualificação, recebem uma remuneração inferior no desempenho da mesma função, mesmo que existam estudos que comprovem que elas vêm conseguindo emprego com mais facilidades e que seus rendimentos crescem mais rapidamente que os dos homens, essa discriminação contra a mulher permanece, e os homens continuam ocupando cargos mais altos e recebendo salários melhores.

Apesar dos avanços hierárquicos, nossa sociedade ainda tem profundas raízes patriarcais, que levam a crer que a mulher é o “sexo frágil” e “emocionais”, isso é reforça a ideia de que o homem desempenha melhor as atividades profissionais.

Quando se fala em igualdade de gênero, significa que qualquer indivíduo é capaz de exercer suas atividades com competência, desde que haja uma capacitação para isso.

Portanto nesse caso, as políticas de ação positiva, incluindo a definição de metas e objetivos, representam uma importante medida que pode ser aplicada pelos governos, sindicatos, organizações de empregadores e empresas para ajudar a corrigir a grave sub-representação das mulheres. Assim reduzindo a segregação ocupacional.

 

 

Jornada Dupla

A dupla jornada de trabalho feminina é um fenômeno cultural, que acontece a partir do momento que as mulheres se inserem no mercado de trabalho, porém continuam com a maior parte das atividades domésticas ou até mesmo com a responsabilidade total, tanto as atividades da casa quanto a criação e educação dos filhos.

Seus efeitos são devastadores pois essa dupla jornada de trabalho após ser seguida por um longo período, resulta em níveis altíssimos de estresse que pode vir a gerar diversas doenças como depressão e ansiedade.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, mostrou que em média as mulheres trabalham 7,5 horas a mais por semana, incluindo atividade remunerada e trabalho doméstico, isso até o ano de 2015.

Já mais recentemente durante a pandemia, a necessidade de adaptação entre vida pessoal, profissional e doméstica em um ambiente único fez com que essa jornada se intensificasse ainda mais, o relatório Global Gender Gap Report. 2021, mostrou que essas horas aumentaram consideravelmente, aumentando ainda mais os riscos à saúde das mulheres e as dificuldades de se manterem no mercado de trabalho.

Referência Bibliográfica

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